Cúpula da Rocha – Wikipédia, a enciclopédia livre

Cúpula da Rocha
Qubbat As-Sakhrah
Cúpula da Rocha
Fachada do Domo da Rocha
Tipo
Estilo dominante Omíada
Início da construção 685
Fim da construção 691
Website www.DomeoftheRock.net
Geografia
País Israel
Cidade Cidade Antiga, Jerusalém
Coordenadas 31° 46' 41" N 35° 14' 07" E

Cúpula da Rocha ou Domo da Rocha é um edifício, situado no monte do Templo, na Cidade Velha de Jerusalém, construído no século VII, sendo um dos sítios mais sagrados do Islã e uma das grandes obras da arquitectura islâmica. Sua vistosa cúpula dourada é um dos pontos mais emblemáticos da cidade. O santuário é parte integrante do centro histórico de Jerusalém, declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1981.

O edifício é um santuário construído onde teria sido o altar de sacrifícios usado por Abraão, Jacó e outros profetas que introduziram o ritual nos cultos judaicos. David e Salomão também consideraram o local sagrado, mais tarde enquanto altar, a Cúpula da Rocha teria sido o lugar de partida da Al Miraaj (viagem aos céus realizada pelo profeta Maomé) permanece hoje como um templo da fé islâmica.

A Cúpula da Rocha recebeu esse outro nome devido à grande rocha circunscrita a ela que foi usada em sacrifícios — atualmente protegida no interior da Mesquita de Omar — e constitui uma das razões pelas quais a cidade de Jerusalém é considerada Cidade Santa por várias religiões.

Segundo a tradição judaica, foi nessa rocha (Monte Moriá) que Abraão preparou o sacrifício do seu filho Isaac a Deus e onde, mil anos antes de Cristo, o rei Salomão construiu o primeiro templo.

Construção[editar | editar código-fonte]

O califa omíada Abedal Maleque ibne Maruane foi o patrocinador da construção do Domo da Rocha em Jerusalém. O acadêmico muçulmano Iáia ibne Mamude de Uacite fez o seguinte relato sobre a construção:

Interior do domo
Quando Abedal Maleque tencionava construir o Domo da Rocha, ele foi de Damasco a Jerusalém. Ele escreveu, "Abedal Maleque quer construir um domo (cuba) sobre a Rocha para abrigar os muçulmanos contra o frio e o calor, e construir uma mesquita. Mas antes de começar ele quer saber a opinião de seus súditos." Com a aprovação deles, os seus enviados escreveram de volta, "Que Alá permita o sucesso de sua empreitada e que Ele conte o domo e a mesquita como uma boa ação de Abedal Maleque e seus predecessores."' Ele então juntou artesãos de todo o seu domínio e pediu-lhes que providenciassem uma descrição e um modelo para o domo planejado antes de iniciarem as obras. Ele então ordenou a construção de um tesouro (bayt al-mal) na parte leste da Rocha, na beirada, e encheu-o de dinheiro. Em seguida, nomeou Raja ibne Haiua e Iázide ibne Salam para supervisionarem a construção e ordenou que eles não poupassem gastos nela. Abedal Maleque retornou então para Damasco. Quando os dois homens ficaram satisfeitos com a obra, eles escreveram de volta ao califa para informá-lo de que a construção do domo e da Mesquita de al-Aqsa estava completa. Eles disseram "Não há nada no edifício que possa ser criticado". Eles escreveram que cem mil dinares sobraram no orçamento que ele os havia confiado. Abedal Maleque ofereceu o dinheiro a eles como recompensa, mas eles negaram, indicando que já haviam sido generosamente compensados. O califa então ordenou que as moedas de ouro fosse derretidas e aplicadas no exterior do domo, que, na época, brilhava com tamanho fulgor que ninguém conseguia olhar diretamente para ele[1][2]

Em seu "Livro sobre Geografia", Mocadaci relatou que uma quantia equivalente a sete vezes o produto interno do Egito foi utilizado na construção do domo. Durante a discussão com seu tio sobre o porquê o califa havia gastado tanto em mesquitas em Jerusalém e Damasco, Mocadaci escreveu:

Ó meu pequeno, tu não entendes nada. Na verdade ele estava certo e foi incitado a realizar uma obra digna. Pois ele viu que a Síria era um país que há muito fora ocupada pelos cristãos e ele percebeu que havia lá belas igrejas que ainda lhes pertenciam, tão encantadoras e tão renomadas por seu esplendor, como são a Igreja do Santo Sepulcro e as igrejas de Lida e Edessa. Por isso ele procurou construir para os muçulmanos uma mesquita que fosse única e uma maravilha para o mundo. E, igualmente, não é evidente que o califa Abedal Maleque, vendo a grandeza do martírio do Santo Sepulcro e sua magnificência se convenceu que ele poderia confundir a mente dos muçulmanos e, assim, ele erigiu sobre a Rocha o domo que agora se vê lá[3][4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Abu-Bakr al-Wasiti, Fada'il Bayt al-Maqdis, pp. 80-81, vol 136.
  2. Nasser Rabbat, The Dome of the Rock Rvisited: Some Remarks on al-Wasiti's Accounts, Muqaranas, Vol. 10, Essays in Honor of Oleg Grabar, pp. 66-75, 1993
  3. Shams al-Din al-Maqdisi, Ahsan al-Taqasim fi Mar'rifat al-Aqalim, 2nd ed. (Leiden, 1967) pp. 159-171.
  4. le Strange, 1890, p.117

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Imagem: Cidade Antiga de Jerusalém e seus Muros A Cúpula da Rocha está incluída no sítio "Cidade Antiga de Jerusalém e seus Muros", Património Mundial da UNESCO.