Diocese do Oriente – Wikipédia, a enciclopédia livre

Dioecesis Orientis
Ἐῴα Διοίκησις
Diocese do Oriente
Diocese do(a) Império Romano
293535


Diocese do Oriente ca. 400
Capital Antioquia
Líder conde do Oriente

Período Antiguidade Tardia
293 Reformas de Diocleciano
535 Abolida por Justiniano I
640 Conquista muçulmana da Síria

A Diocese do Oriente ou Diocese do Leste foi uma diocese do Império Romano Tardio que incorporava as províncias do Oriente Médio Ocidental, entre o mar Mediterrâneo e a Mesopotâmia. Durante a Antiguidade Tardia, foi uma das principais áreas comerciais, agrícolas, religiosas e intelectuais do império, e sua localização estratégica frente o Império Sassânida e as indisciplinadas tribos do deserto deu importância militar excepcional. Sua capital foi Antioquia, e seu governador tinha o título especial de conde do Oriente (em latim: comes Orientis , da classe homem espectável (vir spectabilis) e mais tarde homem glorioso (vir gloriosus)) ao invés do ordinário vigário. A diocese foi criada após as reformas de Diocleciano (r. 284–305) e foi subordinada à Prefeitura pretoriana do Oriente.[1][2]

A diocese incluía originalmente todas as províncias do Médio Oriente do império: Isáuria, Cilícia, Chipre, Eufratense, Mesopotâmia, Osroena, Síria, Celessíria, Fenícia, Palestina Prima, Palestina Secunda, Arábia e as províncias egípcias de Egito, Augustâmica, Tebaida, Líbia Superior e Líbia Inferior, que foram posteriormente destacadas e agrupadas na nova Diocese do Egito no reinado de Valente (r. 364–378). Durante o curso do século IV, várias províncias foram divididas, resultando nas novas províncias de Cilícia I e Cilícia II, Síria Prima e Síria Salutar, Fenícia Prima e Fenícia Libanense (leste do Monte Líbano), Palestina I, Palestina II e Palestina Salutar (ou Palestina III). A última criação da nova província data do reinado do imperador Justiniano (r. 527–565), quando Teodória, a região em torno de Laodiceia, foi separada da Síria I (538). Por volta do mesmo período, Chipre foi separado e tornou-se parte de uma nova super província, o Questorado do exército.[2]

Em 535, como parte de suas reformas administrativas, Justiniano aboliu a diocese, e o conde do Oriente tornou-se o governador provincial da Síria I, enquanto manteve seu antigo título de homem espectável e seu salário.[3] A área inteira da antiga diocese ficou sob ocupação sassânida nos anos 610 e 620, durante a guerra bizantino-sassânida de 602-628. Logo após a vitória bizantino na guerra e a recuperação da região, foi novamente perdida, desta vez permanentemente, para os conquistadores muçulmanos: pelos anos 640, Cilícia formou a fronteira entre o Império Bizantino e o novo Califado Ortodoxo, enquanto o Chipre tornou-se um território disputado. Das antigas províncias da Diocese do Oriente, apenas Isáuria e partes das duas Cilícias permaneceram sob controle bizantino, agrupadas sob o novo Tema Anatólico.[2]

Lista de condes do Oriente[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Kazhdan 1991, p. 1533-1534.
  2. a b c Giftopoulou 2005.
  3. Bury 1923, p. 339.
  4. Martindale 1971, p. 330.
  5. Martindale 1971, p. 513-514.
  6. Martindale 1971, p. 705-706.
  7. Martindale 1971, p. 775-776.
  8. Martindale 1971, p. 264.
  9. Martindale 1971, p. 876-877.
  10. Martindale 1971, p. 926.
  11. Martindale 1971, p. 746.
  12. Martindale 1971, p. 455-456.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Bury, John Bagnell (1923). History of the Later Roman Empire: From the Death of Theodosius I to the Death of Justinian. Londres: MacMillan & Co. ISBN 0-486-20399-9 
  • Giftopoulou, Sofia (2005). «Diocese of Oriens (Byzantium)». Encyclopaedia of the Hellenic World, Asia Minor. Foundation of the Hellenic World 
  • Kazhdan, Alexander Petrovich (1991). The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8 
  • Martindale, J. R.; A. H. M. Jones (1971). The Prosopography of the Later Roman Empire, Vol. I AD 260-395. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press