Deslizamento de terra em Mocoa – Wikipédia, a enciclopédia livre

Deslizamento de terra em Mocoa
Localidade Mocoa
Data 1 abril 2017
País Colômbia
Mortos 333[1]
Desaparecidos 71[1]
Feridos 398[1]

Os deslizamentos de terra em Mocoa ocorreram entre a noite de 31 de março e a madrugada de 1º de abril de 2017.[2] A cidade de Mocoa, capital do departamento do Putumayo, no sul da Colômbia, foi atingida por fortes chuvas que provocaram inundações e deslizamentos de terra, causando a morte de pelo menos 254 pessoas, ferindo mais de 400 e deixando outras 220 desaparecidas, a pior catástrofe da história de Mocoa.[3]

Histórico[editar | editar código-fonte]

Situado na Cordilheira dos Andes, o departamento de Putumayo é conhecido pelos deslizamentos de terra fatais. O terreno montanhoso da região e as chuvas frequentes tornam-no propenso a tais catástrofes. Durante os primeiros três meses de 2017, a costa noroeste da América do Sul teve chuvas acima da média, causando enchentes mortais no Peru e no Equador.[4]

Durante a virada da noite de 31 de março para 1 de abril, fortes chuvas caíram do outro lado do sudoeste da Colômbia, enquanto a maioria das pessoas estavam dormindo. Segundo os moradores, a chuva ficou mais forte entre às 11:00 e 1 da manhã no horário local.[5] O volume das chuvas chegou a 130 milímetros (5,1 polegadas) durante o ocorrido.[6] Isso fez com que a inundação dos rios Mocoa, Mulato e Sancoyaco causassem deslizamentos de terra e lamas em vários setores da capital do departamento, que provocou a destruição de casas e pontes, além de arrastar veículos que haviam pelo caminho.[7][8]

Na manhã do dia 2 de abril, a tragédia matou pelo menos 254 pessoas (43 crianças inclusas)[9][10] deixou mais de 400 feridas (com 167 crianças)[9] e outras 220 estavam desaparecidas.[11] Vinte e dois dos feridos se encontram em "estado de saúde delicado" e transferidos para Neiva.[9] O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos afirma que "trinta por cento da média de chuva mensal caiu em apenas uma noite".[12]

Consequência das enchentes[editar | editar código-fonte]

Equipe de resgate na busca de sobreviventes.

O presidente Juan Manuel Santos declarou estado de emergência e disse à imprensa que seu "coração e o de todos os colombianos estão com as vítimas desta tragédia".[13] Mais de 1 100 soldados e policiais foram convocados para ajudar no resgate.[5] Juan Manuel Santos classificou o incidente como "um catástrofe causado pela natureza, pelas mudanças climáticas [en]".[14] Um necrotério temporário foi instalado, de onde partem as equipes de resgate.[11] A Cruz Vermelha colombiana [en] monta uma sala de crise em resposta ao desastre e convocou uma equipe de quarenta e sete pessoas na busca de desaparecidos e na remoção do material.[15] Hospitais da cidade ficaram lotados com o afluxo de pacientes, e grande parte da área ficou sem energia e água.[16]

Até 2 de abril, mais de dois mil e quinhentas pessoas – incluindo mil e quatrocentos soldados e oitocentos policiais – estavam vasculhando destroços em busca de sobreviventes. O exército disponibilizou sessenta e três viaturas, dez helicópteros, sete barcos e seis aviões para a operação de resgate.[9] Médecins Sans Frontières enviou uma equipe de avaliação ao local do desastre em 2 de abril.[17]

Reações internacionais[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c «Mocoa, un año después de la tragedia» (em espanhol). Consultado em 16 maio 2020 
  2. Agência EFE (2 de abril de 2017). «Número de mortos em tragédia na Colômbia sobe para 234». Agência Brasil. Consultado em 3 de março de 2017 
  3. Justicia (2 de abril de 2017). «La avalancha que provocó la peor catástrofe en la historia de Mocoa». El Tiempo (em espanhol). Consultado em 2 de abril de 2017 
  4. «Flooding, Mudslides Kill Nearly 200 in Colombia». Voice of America. 1 de abril de 2017. Consultado em 2 de abril de 2017 
  5. a b «Colombia landslide leaves over 150 dead in Putumayo province». The Guardian. Consultado em 1 de abril de 2017 
  6. «234 killed, 400+ injured or missing in Colombia mudslide – Red Cross». RT. 2 de abril de 2017. Consultado em 2 de abril de 2017 
  7. Colombia – Avalancha e inundaciones en Mocoa (Putumayo) Flash Update No. 1 (01/04/17) (PDF) (Relatório) (em espanhol). ReliefWeb. UN Office for the Coordination of Humanitarian Affairs. 1 de abril de 2017. Consultado em 2 de abril de 2017 
  8. «Tragedia en Mocoa: "Eran las 3:00 a.m. cuando sintieron el remezón y la naturaleza los arrastró"». El País (em espanhol). 1 de abril de 2017. Consultado em 2 de abril de 2017 
  9. a b c d «Tragedia en Mocoa: van 254 muertos y centenares de heridos por avalancha». Semana (em espanhol). 2 de abril de 2017. Consultado em 3 de abril de 2017 
  10. «Death toll 254 and counting as Colombia reels under mudslides». The Hindu. Mocoa: Associated Press. 3 de abril de 2017. Consultado em 3 de abril de 2017 
  11. a b «More than 250 killed in Colombia in flooding, swept away as they slept». CBC News. The Associated Press. 2 de abril de 2017. Consultado em 2 de abril de 2017 
  12. «Scores killed as landslides devastate Colombia's Mocoa». www.aljazeera.com. 2 de abril de 2017. Consultado em 3 de abril de 2017 
  13. EFE (1 de abril de 2017). «Presidente da Colômbia confirma 112 mortes por cheia de rios». Agência Brasil. Consultado em 4 de abril de 2017 
  14. Brocchetto, Marilia; Ramos, Fernando; Sanchez, Ray. «Mudslides kill more than 200 people in Colombia». CNN. Consultado em 1 de abril de 2017 
  15. Media alert: Red Cross responds to deadly landslide in Colombia (Relatório). ReliefWeb. International Federation of Red Cross And Red Crescent Societies. 1 de abril de 2017. Consultado em 2 de abril de 2017 
  16. Los equipos de Acción contra el Hambre se movilizan en Mocoa tras inundaciones y avalanchas que han provocado 127 muertes (Relatório) (em espanhol). ReliefWeb. Acción contra el Hambre España. 1 de abril de 2017. Consultado em 2 de abril de 2017 
  17. Colombia: Assessing the needs after landslides in Mocoa (Relatório). ReliefWeb. Médecins Sans Frontières. 3 de abril de 2017. Consultado em 4 de abril de 2017 
  18. a b c d e «El mundo se solidariza con Mocoa y da un mensaje de solidaridad». El Tiempo. 2 de abril de 2017. Consultado em 2 de abril de 2017 
  19. «Canciller @dreynders traslada solidaridad al Pres @juanmansantos y al pueblo de #Colombia por las víctimas de las trágicas avalanchas #Mocoa». Didier Reynders en Twitter. 1 de abril de 2017 
  20. Estadão (1 de abril de 2017). «Temer expressa solidariedade às vítimas de chuvas na Colômbia e oferece ajuda». R7.com. Consultado em 3 de abril de 2017 
  21. «Gobierno chino dona 1 millón de dólares para ayuda humanitaria en Mocoa». CM&. 2 de abril de 2017. Consultado em 2 de abril de 2017 
  22. «Danmark giver 300.000 kr. til redningsindsatsen efter mudderskred i Colombia». Udenrigsministeriet. 2 de abril de 2017. Consultado em 2 de abril de 2017 
  23. «Ecuador se solidariza con Colombia tras mortal avalancha». El Universo. 1 de abril de 2017. Consultado em 2 de abril de 2017 
  24. «Statement by President Michael D. Higgins on the landslides in Colombia». Presidente da Irlanda. 1 de abril de 2017 
  25. «My sincere condolences to the families and friends of those who lost their lives in the landslides in #Colombia @JuanManSantos». Børge Brende en Twitter. 1 de abril de 2017 
  26. «Colombia agradece solidaridad de presidente Kuczynski tras avalancha». Andina - Editora Perú. 1 de abril de 2017. Consultado em 2 de abril de 2017 
  27. «Papa Francisco expressa sua dor por tragédia na Colômbia». Extra. Globo.com. 2 de abril de 2017. Consultado em 3 de abril de 2017