Deserto de Caracum – Wikipédia, a enciclopédia livre

Imagem de satélite
Paisagem do deserto

O deserto de Caracum[1][2] (Karakum; em turcomeno: Garagum; em russo: Караку́мы, tr. Karakumy) é um deserto da Ásia Central. Seu nome significa "areia negra" em túrquico, em referência ao solo escuro que se encontra sob a superfície arenosa de grande parte do deserto.[3]

Com cerca de 350 000 km², ocupa 70% da área do Turquemenistão.[4] A população é esparsa, com uma média de uma pessoa a cada 6,5 km². A oeste do deserto está localizado o Mar Cáspio, ao norte está o Mar de Aral e ao noroeste estão o rio Amu Dária e o deserto Kyzyl Kum.

Localização[editar | editar código-fonte]

Cobrindo grande parte do atual Turcomenistão, o deserto de Caracum fica a leste do Mar Cáspio, com o Mar de Aral ao norte e o rio Amu Dária e o deserto de Kyzyl Kum a nordeste. Atualmente, com o encolhimento do Mar de Aral, o estendido "Aral Caracum" apareceu no antigo fundo do mar, com uma área estimada de 40.000 km². Embora o nível do Mar de Aral tenha oscilado durante a sua existência, a queda mais recente foi causada pela construção de projetos de irrigação maciça na antiga União Soviética. Embora o Mar do Norte de Aral esteja subindo atualmente, o Mar do Sul de Aral ainda está caindo, expandindo assim o tamanho do deserto.[5]

As areias do Aral Caracum formam um pântano salgado, consistindo de evaporitos finamente dispersos e restos de depósitos minerais alcalinos, lavados na bacia a partir de campos irrigados. A poeira soprada em uma corrente de ar leste-oeste carrega resíduos de pesticidas que foram encontrados no sangue de pinguins na Antártida. O pó de Aral também foi encontrado nas geleiras da Groenlândia, nas florestas da Noruega e nos campos da Rússia.

Geologia[editar | editar código-fonte]

O Deserto de Caracum é o lar da Cratera de Darvaza.

A área tem depósitos significativos de petróleo e gás natural

Hidrografia[editar | editar código-fonte]

Ao sul, os rios Murgabe e Tejém saem das montanhas Indocuche, correndo para o oeste e desembocando no deserto, fornecendo água para irrigação.

O deserto é atravessado pelo segundo maior canal de irrigação do mundo, o Canal de Caracum, que leva a água do Amu Dária para as regiões do sul do deserto.[3] A construção do canal foi iniciada em 1954 e concluída em 1958.[3] Tem 1.375 km de extensão e transporta 13 km³ de água por ano.[3] Vazamentos do canal criaram lagos e lagoas ao longo do canal e o aumento das águas subterrâneas causou a salinização generalizada do solo.

Arqueologia[editar | editar código-fonte]

Dentro do Caracum estão os Uly (Grandes) Balkan, uma cordilheira na qual os arqueólogos encontraram restos humanos que remontam à Idade da Pedra.

Economia e recursos[editar | editar código-fonte]

Os oásis de Mary e Tejen são conhecidos pelo cultivo de algodão.

Destaques[editar | editar código-fonte]

Cratera de Darvaza

A cratera de Darvaza, também chamada de "Porta do Inferno" ou de "Portões do Inferno" pelos habitantes locais, é uma cratera de gás natural que queima desde 1971, localizada no deserto de Caracum. A cratera é uma grande atração turística, com centenas de visitantes chegando a cada ano.[6]

Transporte[editar | editar código-fonte]

O deserto é atravessado pela Ferrovia Trans-Caspiana.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Amadio, Ítalo (1968). Enciclopédia de curiosidades e conhecimentos gerais. São Paulo: Amadio. p. 165 
  2. Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2022 
  3. a b c d Scheffel,Richard L., Wernet, Susan J. (1980). Natural Wonders of the World. Estados Unidps: Reader's Digest Association. 199 páginas 
  4. «Karakum Desert -- Britannica Online Encyclopedia». Encyclopædia Britannica. Consultado em 22 de fevereiro de 2008 
  5. «Aral Sea» 
  6. Geiling, Natasha. «This Hellish Desert Pit Has Been On Fire for More Than 40 Year». Smithsonian