Democídio – Wikipédia, a enciclopédia livre

Democídio[1] é um neologismo não dicionarizado, o qual foi recuperado e redefinido pelo politólogo Rudolph Joseph Rummel definido como "assassínio de qualquer pessoa ou grupo de pessoas por parte do seu governo, incluindo genocídio, politicídio, e assassínio em massa".

Rummel alargou o significado do termo de forma a incluir formas de assassínio por parte de governos que não são cobertas pelo termo genocídio, o qual teve alguma aceitação entre outros académicos.[2][3][4] Além disso, apresenta a sua própria definição sem fazer referência a quaisquer usos anteriores, embora o termo "democídio" tivesse já sido usado na língua inglesa quarenta anos antes por Theodore Abel.[5] Segundo Rummel, ao longo do século XX, o democídio foi a principal causa de morte não natural.[6][7]

Definição[editar | editar código-fonte]

Rummel define democídio enquanto o assassínio de qualquer pessoa ou grupo de pessoas pelo seu próprio governo, incluindo genocídio, politicídio e assassínio em massa. Democídio não significa necessariamente a eliminação de grupos culturais, mas antes grupos de cidadãos que o governo sinta a necessidade de serem erradicados por razões políticas ou que alegue constituírem ameaças futuras. Embora nos dicionários só tenha um significado, de acordo com Rummel o genocídio tem três significados diferentes. O significado comum é o assassínio por parte do governo de pessoas em função da sua pertença a grupos nacionais, étnicos, raciais ou religiosos. O significado jurídico refere-se ao tratado internacional sobre o genocídio, a Convenção sobre o genocídio, o que inclui também atos não letais com a finalidade de eliminar ou prejudicar o grupo. Segundo Rummel, o terceiro significado geral de genocídio seria igual ao significado comum, mas deveria incluir também o assassínio por parte do governo de oponentes políticos ou de outros assassínios intencionais. De modo a evitar criar confusão entre os significados, Rummel criou o termo democídio para este terceiro significado.[8]

Referências

  1. Roberto Navarro. «Qual ditador matou mais em todos os tempos?». SuperInteressante. Consultado em 3 de junho de 2016. Cópia arquivada em 4 de fevereiro de 2016 
  2. Stephen Thane Davis (2001). Encountering Evil: Live Options in Theodicy. [S.l.]: John Knox Press. ISBN 0-664-22251-X 
  3. Leighton C. Whitaker (2000). Understanding and Preventing Violence: The Psychology of Human Destructiveness. [S.l.]: CRC Press. ISBN 0-8493-2265-0 
  4. Konrad Kwiet; Jürgen Matthäus (2004). Contemporary Responses to the Holocaust. [S.l.]: Praeger/Greenwood. ISBN 0-275-97466-9 
  5. «The Sociology of Concentration Camps, Theodore Abel». Social Forces. 30 (2): 150-155. 1951 
  6. R. J. Rummel (1 de fevereiro de 2005). «Democide Vs. Other Causes of Death» 
  7. R. J. Rummel (1998). Statistics of Democide: Genocide and Mass Murder since 1900. [S.l.]: LIT Verlag. ISBN 978-3825840105 
  8. Rummel. «Genocide» 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]