Deidade de vida, morte e ressurreição – Wikipédia, a enciclopédia livre

Uma deidade de vida, morte e ressurreição é um tema religioso em que um deus ou deusa morre e ressuscita.[1][2][3][4] "A morte ou a partida dos deuses" é o motivo A192 no Motif-index of folk-literature (Índice de Temas da Literatura Folclórica), de Stith Thompson, enquanto a "ressurreição dos deuses" é o motivo A193.[5]


Deidade de vida, morte e ressurreição

O Retorno de Perséfone, por Frederic Leighton (1891).
Descrição Uma deidade de vida, morte e ressurreição nasce, sofre uma experiência parecida com a morte e, em seguida, renasce.
Defensores James Frazer, Carl Jung, Tryggve Mettinger
Matéria Mitologia


Exemplos de deuses que morrem e mais tarde retornam à vida são mais citados nas religiões do antigo Oriente Médio e nas tradições influenciadas por eles, incluindo as mitologias bíblica e greco-romana e, por extensão, o cristianismo. O conceito de um deus que morre e ressuscita foi proposto inicialmente na mitologia comparativa no trabalho de referência The Golden Bough, de James Frazer. Frazer associou o tema religioso com ritos de fertilidade que acontecem durante o ciclo anual da vegetação. Frazer citou os exemplos de Osíris, Tamuz, Adônis, Átis, Dionísio e Jesus Cristo.[6]

A interpretação de Frazer foi discutida de forma crítica no meio erudito do século XX,[7] à conclusão de que muitos exemplos das mitologias ao redor do mundo como em "morrer e renascer" só devem ser considerados como "morrendo", e não "ressuscitando", e que o verdadeiro deus de vida, morte e ressurreição é característico das mitologias do antigo Oriente Médio e das religiões de mistério, derivadas da Antiguidade tardia.[8]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Leeming, "Dying god" (2004)
  2. Burkert 1979, 99
  3. Stookey 2004, 99
  4. Miles 2009, 193
  5. Thompson's categories A192. Death or departure of the gods and A193. Resurrection of gods. S. Thompson, Motif-index of folk-literature : a classification of narrative elements in folktales, ballads, myths, fables, medieval romances, exempla, fabliaux, jest-books, and local legends, Revised and enlarged. edition. Bloomington : Indiana University Press, 1955-1958, p. 106.
  6. Frazer, citado em Mettinger 2001:18, citado depois por Garry e El-Shamy, p. 19
  7. Summary in Mettinger (2001:15–39)
  8. Garry and El-Shamy (2004:19f.), citando Mettinger (2001:217f.): "The world of ancient Near Eastern religions actually knew a number of deities that may be properly described as dying and rising [... although o]ne should not hypostasize these gods into a specific type 'the dying and rising god.'"