Cronologia da filosofia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Cronologia da filosofia:



Data Descrição Contexto histórico
c. 585 início da filosofia ocidental com Tales de Mileto[1]
fim do séc. VI morte de Pitágoras
séc. V Leucipo, fundador do atomismo[2]
c. 460 nascimento de Demócrito
450 nasce Diotima de Mantinea
c. 445 nasce Antístenes, fundador do cinismo[2]
435 nasce Aristipo de Cirene[2]
c. 412 nasce Diógenes de Sínope, discípulo de Antístenes[2]
c. 410 morre Protágoras, que afirmou: "O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são."[1]
399 Sócrates condenado à morte em Atenas
387 Platão funda a Academia em Atenas[3]
c. 360 nasce Pirro de Élis, fundador do pirronismo[2]
335 Aristóteles funda o Liceu em Atenas 335-323: guerras de Alexandre Magno
306 Epicuro funda o Jardim[2]
301 Zenão de Cítio funda o estoicismo
séc. III Aristarco de Samos deduz que a Terra gira em torno do Sol[1]
Sexto Empírico, autor de Hipotiposes pirrônicas
séc. I Andrônico de Rodes organiza os escritos de Aristóteles e de Teofrasto 27 AC: Augusto funda o Império Romano; 1: nascimento de um suposto Jesus
De rerum natura, de Lucrécio
séc. I DC e seg. filosofia gnóstica[2]
séc. III Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres, de Diógenes Laércio[2]
c. 254 morte de Orígenes
270 morte de Plotino 324: Constantino unifica o Império Romano
c. 400 Agostinho de Hipona escreve Confissões
c. 415 Hipátia é assassinada por cristãos em Alexandria 476: fim do Império Romano no ocidente
529 fechamento da Academia de Platão por ordem de Justiniano Maomé (c. 570) e início da expansão islâmica
c. 873 morte de Alquindi, primeiro filósofo muçulmano
1037 morte de Avicena
c. 1121 Sic et non de Pedro Abelardo[4]
séc. XIII-XVI Irmãos e Irmãs do Livre Espírito[5]
1265 Tomás de Aquino começa a escrever a Suma teológica
séc. XIV e seg. Lorenzo Valla (De voluptate, 1431), Marsílio Ficino Gutenberg desenvolve a imprensa de tipos móveis;
1453: tomada de Constantinopla pelos turcos
Pietro Pomponazzi, Erasmo de Rotterdam (Elogio da loucura, 1509/11) 1492: Cristóvão Colombo chega à América
1513 Maquiavel escreve O Príncipe (publicado em 1532)
1543 Copérnico publica Sobre as revoluções dos orbes celestes, com um modelo matemático no qual a Terra gira em torno do Sol
1588 nasce François de La Mothe Le Vayer[5]
1592 nascimento de Pierre Gassendi; morte de Montaigne
1600 condenação à morte na fogueira de Giordano Bruno, pela Inquisição[1]
1601 De la sagesse, de Pierre Charron[6]
1609/19 leis de movimentos dos planetas por Johannes Kepler
1620 Novum organum, de Francis Bacon
1633 Galileu Galilei, após a publicação de Diálogo sobre os dois principais sistemas do mundo (1632), é forçado pela Igreja católica a abjurar a teoria heliocêntrica
1636 Cristóvão Ferreira escreve A decepção revelada[6][7]
1641 Descartes publica as Meditações metafísicas
1651 Leviatã de Thomas Hobbes
1657 L’Autre Monde de Cyrano de Bergerac[6]
1677 publicação póstuma da Ética de Espinoza
1687 Isaac Newton publica os Principia; leis da gravidade
1689 Locke publica o Ensaio sobre o entendimento humano; empirismo
1710 Berkeley publica os Tratado sobre os princípios do conhecimento humano, levando o empirismo a novos extremos
1716 nascimento de Helvétius; morte de Leibniz
1725 primeira edição de Scienza nuova de Giambattista Vico
1729 Jean Meslier, primeiro filósofo ateu, termina seu Testamento,[7][8] por meio do qual denuncia a opressão e as injustiças cometidas contra os camponeses pelos governos e demonstra a "falsidade e vanidade de todas as divindades e de todas as religiões do mundo" (só foi publicado integralmente em 1864)
1738 Maria Gaetana Agnesi escreve em latim a obra Propositiones philosophicae (Proposições filosóficas)
1739-40 Hume publica o Tratado da natureza humana, conduzindo o empirismo a seus limites lógicos
1748 L'Homme machine (O homem-máquina) de La Mettrie
1758 Helvétius publica De l'esprit[8]
1762 Rousseau publica do Do contrato social
1770 Sistema da natureza do Barão d'Holbach[9]
1773 publicação póstuma de De l’homme de Helvétius[8]
1779 são publicados postumamente os Diálogos sobre a religião natural de Hume
1781 Kant, despertado de seu "sono dogmático" por Hume, publica a Crítica da razão pura. Início da grande era do idealismo alemão
1789 morre o Barão d'Holbach início da Revolução Francesa
1807 Hegel publica a Fenomenologia do espírito: apogeu do idealismo alemão
1809 nasce Pierre-Joseph Proudhon, filósofo anarquista
1818 Schopenhauer publica O mundo como vontade e representação
1841 publicação de A essência do cristianismo, de Ludwig Feuerbach
1845 nas Teses sobre Feuerbach Marx escreve que os "Filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diversas maneiras; mas o que importa é transformá-lo".
1848 Marx e Engels publicam o Manifesto do Partido Comunista, no qual conclamam: "Proletários de todo o mundo, uni-vos".
1855 morte de Kierkegaard, primeiro filósofo do existencialismo[3]
1859 publicação de On Liberty, do utilitarista John Stuart Mill teoria da evolução, de Charles Darwin, com A origem das espécies
1879 Gottlob Frege, publica a Begriffsschrift (Conceitografia ou Ideografia), um marco na história da lógica e da tradição posteriormente conhecida como filosofia analítica
1882 Nietzsche publica A gaia ciência; "Deus está morto"
1892 Gottlob Frege, publica Uber Sinn und Bedeutung (Sobre sentido e referência)
1898 G.E. Moore publica The Nature of Judgment, uma das obras que inaugura a tradição da filosofia analítica na Inglaterra
1900 morre Friedrich Nietzsche fim do séc. XIX/início do séc. XX: teoria psicanalítica de Sigmund Freud
1903 Moore publica Principia Ethica
1903 Bertrand Russell publica The Principles of Mathematics
1905 nasce Ayn Rand, fundadora da filosofia do objetivismo teoria da relatividade de Albert Einstein
Bertrand Russell publica seu artigo On Denoting, em que expõe pela primeira vez sua teoria das descrições definidas
1907 Pragmatismo de William James
1910 Bertrand Russell e A.N. Whitehead publicam o primeiro volume de Principia mathematica 1914: início da I Guerra Mundial; 1917: Revolução Russa
1921 Wittgenstein publica o Tractatus logico-philosophicus, advogando a "solução final" para os problemas da filosofia
década de 1920 o Círculo de Viena (capitaneado por Rudolf Carnap e Moritz Schlick, entre outros) apresenta o positivismo lógico[1]
fundação do Instituto para Pesquisa Social, mas tarde Escola de Frankfurt[1]
1927 Heidegger publica Ser e tempo, anunciando a ruptura entre a filosofia analítica e a continental
1928 Rudolf Carnap publica Der logische Aufbau der Welt
1930 Kurt Gödel publica The Completeness of the Axioms of the Functional Calculus of Logic
1931 Gödel publica On Formally Undecidable Propositions of Principia Mathematica and Related Systems
1934 Simone de Beauvoir escreve o primeiro romance em que explorou os dilemas existencialistas da liberdade, da ação e da responsabilidade individual, temas que abordou igualmente em romances posteriores
1937 Carnap publica The Logical Syntax of Language
1938 morte de Edmund Husserl, fundador da fenomenologia 1939: início da II Guerra Mundial
1941 morte de Henri Bergson
1942 Albert Camus publica O mito de Sísifo onde ele começa a desenvolver filosoficamente o conceito do absurdo, retomando criticamente o pensamento dos filósofos anteriores a ele que também questionaram sobre o absurdo da existência
1943 Jean-Paul Sartre publica O ser e o nada, avançando no pensamento de Heidegger e instigando o surgimento do existencialismo
1950 Carnap publica Empiricism, Semantic and Ontology
W.V.O. Quine publica Two Dogmas of Empiricism, que contém um rejeição da distinção análitico/sintético
Peter Strawson publica On Referring, criticando "aquele paradigma da filosofia" (como disse Frank P. Ramsey), a teoria das descrições definidas de Russell
1951 Hannah Arendt escreve seu primeiro livro As origens do totalitarismo e consolida seu prestígio como uma das figuras maiores do pensamento político ocidental. Arendt assemelha de forma polémica o nazismo e o comunismo, como ideologias totalitárias
1952 Albert Camus publica O homem revoltado onde analisa historicamente o conceito de revolta e critica ferozmente o marxismo
1953 publicação póstuma de Investigações filosóficas, de Wittgenstein
1954 é publicado Doença mental e psicologia, de Michel Foucault
1955 morre Teilhard de Chardin, após a publicação de sua obra-prima O fenômeno humano
1959 Strawson publica Individuals
1960 morre Albert Camus em um acidente de carro
1962 Thomas Kuhn publica The Structure of Scientific Revolutions
1965 Karl Jaspers publica Kleine Schule des Philosophischen Denkens (Introdução ao pensamento filosófico), série de pequenos ensaios feitos para um programa de televisão da Baviera
1970 morre Bertrand Russell
1971 Saul Kripke publica Identity and Necessity
1972 Kripke publica a primeira edição de Naming and Necessity
1975 Hilary Putnam publica Mathematics, Matter and Method. Philosophical Papers, vol. 1
1977 David Kaplan profere as conferências publicadas mais tarde (1989) com o título Demonstratives--An Essay on the Semantics, Logic, Metaphysics, and Epistemology of Demonstratives and other Indexicals
1979 Tyler Burge publica Individualism and the Mental
1980 Richard Rorty publica Philosophy and the Mirror of Nature
Xavier Zubiri publica Inteligencia Sentiente: Inteligencia y Realidad
morre Sartre
1982 Kripke publica Wittgenstein on Rules and Private Language
1985 Bernard Williams publica Ethics and the Limits of Philosophy 1991: dissolução da União Soviética
1994 Robert B. Brandom publica Making It Explicit
John McDowell publica Mente e Mundo
morre Karl Popper
2004 morte de Jacques Derrida, filósofo pós-estruturalista criador do conceito desconstrução
2005 publicação de Tratado de Ateologia de Michel Onfray[7]

Referências

  1. a b c d e f Abrão, Bernadatte Siqueira. História da filosofia. São Paulo: Nova Cultural, 1999. (Os Pensadores)
  2. a b c d e f g h Onfray, Michel. Contra-história da filosofia 1: as sabedorias antigas. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2008.
  3. a b Huismaman, Denis; Vergez, André. História dos filósofos ilustrada pelos textos. 5ª ed. São Paulo: Freitas Bastos, 1982.
  4. Le Goff, Jacques. Os intelectuias na Idade Média. 2ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2006.
  5. a b Onfray, Michel. Contra-história da filosofia 2: o cristianismo hedonista. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2008.
  6. a b c Onfray, Michel. Contra-história da filosofia 3: os libertinos barrocos. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.
  7. a b c Onfray, Michel. Tratado de Ateologia. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2007.
  8. a b c Onfray, Michel. Contra-história da filosofia 4: os ultras das Luzes. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.
  9. Barão de Holbach. Sistema da natureza ou das leis do mundo físico e do mundo moral. São Paulo: Martins Fontes, 2010.