Cristóvão Lecapeno – Wikipédia, a enciclopédia livre

Cristóvão Lecapeno
Coimperador bizantino

Soldo de ouro de Romano I com Cristóvão
Reinado 921-931
Morte agosto de 931
Dinastia Macedônica
Pai Romano I Lecapeno
Mãe Teodora

Cristóvão Lecapeno (em grego: Χριστόφορος Λακαπηνός; romaniz.:Christóforos Lakapi̱nós) foi o filho mais velho de Romano I Lecapeno (r. 920–944) e coimperador de 921 até sua morte em agosto de 931.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Cristóvão foi o varão mais velho de Romano Lecapeno e o segundo filho mais velho após sua irmã Helena. Seus irmãos mais novos foram Ágata, que casou-se com Romano Argiro, Estêvão e Constantino (coimperadores de 924 a 945), Teofilacto (patriarca de Constantinopla em 933-956) e duas irmãs de nome desconhecido.[1][2] Nada se sabe do começo de sua vida. Certamente era um adulto por 919-920 e tinha uma irmã em idade de casamento por 927,[3] portanto, Cristóvão provavelmente nasceu em torno de 890-895. Já antes de seu pai ascender ao trono, ele casou-se com Sofia, a filha do rico patrício Nicetas, um eslavo do Peloponeso.[4]

Quando Romano conseguiu casar sua filha Helena Lecapena com o jovem imperador Constantino VII Porfirogênito (r. 913–959) na primavera de 919 e assumiu o papel de guardião do imperador com o título de basileopátor, Cristóvão sucedeu-o em seu posto de grande heteriarca, o comandante da guarda do palácio.[5] Romano logo coroou-se imperador (dezembro de 920), e posteriormente promoveu-o em precedência em detrimento do jovem Constantino. Para cimentar ainda mais sua posição, e planejando promover sua própria família sobre a legítima linha macedônica, Romano também coroou Cristóvão como coimperador em 20 de maio de 921.[3][6][7] Além disso, quando a mãe de Cristóvão, a augusta Teodora morreu em fevereiro de 922, sua esposa Sofia foi elevada à dignidade de augusta junto com Helena.[8]

Em 927, como parte de um acordo de paz, a filha de Cristóvão, Maria, rebatizada Irene ("paz") na ocasião, foi casada com o imperador búlgaro Pedro I da Bulgária (r. 927–969).[9] Romano usou o momento para promover Cristóvão diante de Constantino Porfirogênito, fazendo-o o primeiro entre o grupo bastante grande de coimperadores (em 924, os irmãos mais novos de Cristóvão, Estêvão e Constantino, também tinha sido coroados coimperadores).[3][10] Em 928, seu sogro, o patrício Nicetas, tentou sem sucesso incitá-lo a depor seu pai, e foi banido. O motivo por trás disso foi talvez a débil saúde de Cristóvão, e o temor de sua esposa e sogro que, caso ele morresse prematuramente, perderiam seu estatuto.[6][11] Cristóvão morreu em agosto de 931. Romano, que lamentou muito, derramou lágrimas "como os egípcios" e posteriormente tornou-se cada vez mais dedicado a atividades religiosas. Logo após a morte de Cristóvão, Sofia retirou-se da corte e entrou num mosteiro, onde morreu.[12][13]

Família[editar | editar código-fonte]

De seu casamento com Sofia, Cristóvão teve três filhos:[2][12]

  • Maria-Irene (morta ca. 965), a imperatriz-consorte de Pedro I da Bulgária;[14]
  • Romano, uma criança na época da morte de Cristóvão. De acordo com Zonaras ele foi favorecido por seu avô, que pensou em promovê-lo para o lugar de seu pai como coimperador sênior, mas morreu logo depois.[12]
  • Miguel, um infante na época da morte de Cristóvão, foi feito clérigo no momento da queda do poder da família em 945. Posteriormente alcançou as altas dignidades de magistro e reitor (rhaiktor) e nada mais se sabe sobre sua vida depois disso.[15]

Referências

  1. «ROMANOS Lekapenos» (em inglês). Consultado em 9 de maio de 2014 
  2. a b Kazhdan 1991, p. 1204.
  3. a b c Grierson 1973, p. 528.
  4. Runciman 1929, p. 64.
  5. Runciman 1929, p. 60.
  6. a b Kazhdan 1991, p. 442.
  7. Runciman 1929, p. 65–66.
  8. Runciman 1929, p. 67.
  9. Previté-Orton 1975, p. 256.
  10. Runciman 1929, p. 67, 97.
  11. Runciman 1929, p. 71–72.
  12. a b c Runciman 1929, p. 78.
  13. Grierson 1973, p. 526.
  14. Runciman 1929, p. 78, 237.
  15. Runciman 1929, p. 78, 234.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Grierson, Philip; Grierson, Alfred Raymond (1973). Catalogue of the Byzantine Coins in the Dumbarton Oaks Collection and in the Whittemore Collection, vol. 3: Leo III to Nicephorus III, 717–1081. [S.l.]: Dumbarton Oaks. ISBN 978-0-88402-045-5 
  • Kazhdan, Alexander Petrovich (1991). The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8 
  • Previté-Orton, Charles William (1975). The Later Roman Empire to the Twelfth Century. [S.l.]: CUP Archive. ISBN 0-521-09976-5