Cornelis de Houtman – Wikipédia, a enciclopédia livre

Cornelis de Houtman
Cornelis de Houtman
Cornelis de Houtman.
Nascimento 2 de abril de 1565
Gouda
Morte 1 de setembro de 1599
Sultanato de Achém
Cidadania Dezessete Províncias, República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos
Irmão(ã)(s) Frederick de Houtman
Ocupação explorador

Cornelis de Houtman (Gouda, 2 de Abril de 1565Achém, 1 de setembro de 1599) foi um explorador marítimo dos Países Baixos que descobriu uma nova rota da Europa até à Indonésia. Foi um pioneiro da exploração marítima holandesa e comandou a primeira expedição holandesa à actual Indonésia. Esteve pois na base da aposta holandesa pelas explorações marítimas no Oriente, iniciando aquela que viria a ser uma longa tradição de comércio holandês e colonização holandesa da Indonésia que culminaria na VOC. Houtman foi também um espião, tendo tido acesso a informação privilegiada em Portugal.

Estadia em Portugal[editar | editar código-fonte]

Em 1592 Cornelis de Houtman foi enviado por mercadores de Amesterdão para Lisboa, com a missão de recolher tanta informação sobre as Ilhas das Especiarias, quanto pudesse. Portugal e Espanha (agora unidos) tinham fechado os seus portos a navios holandeses em 1585, já no contexto da Guerra dos Oitenta Anos, um conflito entre ibéricos e holandeses. Houtman passou cerca de dois anos em Portugal. Os portugueses precisavam de ajuda e não compreenderam que os holandeses representavam um risco. Quando Houtman regressou aos Países Baixos trouxe consigo preciosa informação sobre os mares e terras do oriente: as costas, rochedos, correntes, os ventos, os tempos das tempestades, os pássaros que ali voam, sinais da terra, amigos e inimigos, as forças e fraquezas dos portugueses.

Regresso à Holanda[editar | editar código-fonte]

Ao mesmo tempo que Houtman regressava a Amesterdão, Jan Huygen van Linschoten regressou da Índia. Os mercadores determinaram então que Banten era o local que providenciava as melhores oportunidades para comprar especiarias.

Expedição até à actual Indonésia[editar | editar código-fonte]

Em 1594, os mercadores fundaram a companhia 'compagnie van Verre', e a 2 de Abril de 1595, 4 navios deixaram Amesterdão. Eles chamavam-se: Amsterdam, Hollandia, Mauritius e Duyfken.

A 27 de Junho de 1594, após longa estadia em Madagascar e brigas entre os capitães e os mercadores, os navios chegaram a Banten. Provavelmente devido a intrigas de mercadores portugueses locais, e comportamento pouco diplomático dos holandeses, não foi possível chegar a acordo para a compra de especiarias. Navegaram então para leste, em direção a Madura, onde foram recebidos amigavelmente. Temendo a traição, eles atacaram brutalmente a população civil local e fugiram com os seus navios. Houtman foi exonerado como líder da expedição por uma revolta dos scheepsraad.

Eles conseguiram finalmente obter algumas especiarias em 26 de Fevereiro de 1597. Navios portugueses impediram-nos de se abastecer de água e abastecimentos em Santa Helena. Da tripulação de 249 homens, apenas 87 regressaram à Holanda, demasiado fracos para manobrar o navio com precisão.

Conclusões[editar | editar código-fonte]

Apesar de a expedição ter sido um desastre humanitário e em termos financeiros não ter sido um sucesso, o importante foi ter provado aos holandeses que era possível. No ano seguinte à sua chegada, 6 expedições deixaram os Países Baixos em direcção à actual Indonésia. A expedição de Cornelis de Houtman pode ser vista como o início da colonização holandesa destas ilhas. Entre os mercadores fundadores das expedições que se seguiram logo se estabeleceu a opinião de que era necessário unir esforços, da mesma forma que a confederação holandesa. Destas fusões surgiria em 1602 a VOC, aliás Jan Compagnie.

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