Copa Davis – Wikipédia, a enciclopédia livre

Davis Cup
Copa Davis
Taça Davis
Detalhes
Local variável
Organização Federação Internacional de Tênis (ITF)
Categoria Competição de longa duração entre países
Piso vários
Participantes Equipes de cada país com até cinco jogadores convocados, sendo:
24 equipes (Qualificatório das Finais)
16 equipes (Fase principal das Finais)
24 equipes (Grupo Mundial I)
24 equipes (Grupo Mundial II)
Número variável de equipes em grupos regionais (Zonas), com até três divisões cada
Página oficial daviscup.com
Edição atual
Atualizado em: 8 de dezembro de 2023
Partida entre David Ferrer (ESP) x Andy Roddick (USA), válido pela semifinal do grupo mundial de 2008.

A Copa Davis (português brasileiro) ou Taça Davis (português europeu) é um evento internacional de tênis masculino. A maior competição por equipes no esporte, a Copa Davis é dirigida pela Federação Internacional de Tênis - ITF e é jogada entre times de diversos países, no sistema de eliminação direta (ou mata-mata). Em 2005 134 nações equipes inscritas na competição. O recordista de participações em jogos da Copa Davis é o italiano Nicola Pietrangeli. Ele disputou 163 partidas (109 simples e 54 duplas), entre 1954 e 1972. Venceu 120 no total.

O equivalente feminino da Copa Davis é a Copa Billie Jean King.

História[editar | editar código-fonte]

A Copa ou Taça Davis teve sua 1ª edição no ano de 1900 e surgiu a partir de um desafio de quatro alunos da Universidade de Harvard, que tiveram a ideia de desafiar os britânicos, que na época eram os campeões do mundo no tênis, para uma partida no Longwood Cricket de Boston. O jogo seria marcado para o ano seguinte. A equipe dos Estados Unidos era formada por Dwight Davis (que daria nome ao torneio), Malcolm Whitman e Holcombe Ward e a equipe britânica era formada por Herbert Barret, Ernest Black e Arthur Gore. No final, a equipe estadunidense acabou sendo campeã[1].

As primeiras edições foram disputadas apenas por estadunidenses e britânicos, até que em 1904, belgas e franceses entraram na disputa. A partir daí, o número de participantes passou a aumentar, até que em 1923, a organização teve que dividir as equipes em duas zonas: americana e europeia, apesar que nem sempre a área geográfica seria respeitada [2].

Como em outras competições, a Davis deixou de ser disputada durante a 1ª Guerra Mundial (1915-1918) e 2ª Guerra Mundial (1940-1945). Além desses anos, a Davis deixou de ser disputada apenas em outras duas ocasiões, em 1901 e 1910.

Com o número de participantes aumentando a cada ano, em 1960 a direção da Davis foi obrigada a criar uma terceira Zona, já que naquela época, 39 países disputavam a competição.

A década de 1970, com o surgimento do Gran Prix, fez com que a Davis tivesse um encurtamento nas datas, o que foi feito após um dos torneios ter 16 meses, invadindo a temporada seguinte. Após muitas críticas, a Davis passou por uma grande reformulação na década de 1980, sendo criado um grupo de elite, o chamado Grupo Mundial, onde as 16 melhores equipes disputariam o título, e as demais equipes teriam que disputar as zonas regionais para chegar neste grupo.

Até 1973, a Davis foi dominada por 4 equipes, Estados Unidos, Reino Unido, Austrália (até 1913 Australásia) e França. Em 1974, a África do Sul venceu ao chegar a final contra a Índia, a qual se recusou a viajar para a África do Sul em protesto as políticas de apharteid, sendo desclassificada.

Hoje, a Copa Davis obedece uma fórmula alcançada em 1989 [3]. Para não prejudicar o calendário da Associação de Tenistas Profissionais (ATP), a competição acontece em quatro semanas por ano, e em 2010 tinha mais de 130 equipes participantes [4].

Embora a maioria dos países vencedores sejam europeus, a maioria dos títulos foram conquistados por países não-europeus (Argentina,África do Sul,Austrália e EUA).

2019: reformulação[editar | editar código-fonte]

Em 2018, a ITF votou para mudar o formato da competição a partir de 2019: dezoito equipes se reuniriam no final da temporada para a fase final de uma semana em sede fixa e pré-definida. 71% das federações votaram a favor da alteração.

O formato, apoiado pelo futebolista Gerard Piqué e pelo empresário japonês Hiroshi Mikitani, foi comparado a uma Copa do Mundo de tênis e foi projetado para ser mais atraente a patrocinadores e a emissoras de televisão.

Austrália, Alemanha e Grã-Bretanha foram as federações que se opuseram a isso. Houve apoio de ex-jogadores, mas também de atletas em atividade, como Novak Djokovic e Rafael Nadal, enquanto que nomes como Rod Laver, Lucas Pouille e Roger Federer se posicionaram contra.[5][6][7][8]

Davis Cup Commitment Award[editar | editar código-fonte]

O Davis Cup Commitment Award é uma condecoração concedida pela Federação Internacional de Tênis (ITF) a todos os jogadores que disputaram pelo menos 20 confrontos na Copa Davis.[9]

O Brasil na Davis[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Brasil na Copa Davis

O Brasil não tem muita tradição na Davis. Fez sua estreia em 1935, com Ricardo Pernambuco, Ivo Simons, Nélson Cruz, Inácio Nogueira, Humberto Costa e Roberto Whately, desclassificados na primeira rodada pelos Estados Unidos. Até 1966, os brasileiros não conseguiram nenhuma vitória expressiva. A partir desse ano, o Brasil passa ser mais respeitado internacionalmente. Thomaz Koch e Edison Mandarino levam o Brasil às semifinais contra a Índia, mas foi derrotado em Calcutá. O mesmo acontece em 1971, quando o Brasil deixou de disputar a final contra os Estados Unidos ao perder para a Romênia. Individualmente Thomaz Koch é o brasileiro que mais se destacou, sendo o sétimo jogador em número de vitórias em toda a história da competição. O Brasil voltou às semifinais em 1992, liderado por Luiz Mattar e Jaime Oncins, após vencer sete confrontos seguidos, sua mais expressiva série de vitórias, incluindo a Alemanha de Boris Becker e a Itália - no Rio de Janeiro e em Maceió. Foi derrotado pela Suíça em Genebra.

Depois disso o Brasil não forma grandes equipes, só voltando ter bons resultados nos anos 1990 com Gustavo Kuerten e Fernando Meligeni como os principais jogadores, e volta a ter bons rendimentos, como a semifinal que perdeu para a Austrália em 2000. Nos últimos anos, tem disputado a repescagem para o retorno ao Grupo Mundial, sem lograr êxito até o ano de 2012 em que a seleção brasileira venceu a Rússia e voltou ao Grupo Mundial depois de 10 anos afastada. Em 2014, o Brasil impôs derrota histórica à Espanha em São Paulo e garantiu o retorno ao Grupo Mundial de 2015.

Formato[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Lista de formatos da Copa Davis

O novo formato foi apresentado em 2019, sendo totalmente implementado em 2020-21.

O caminho para o título, chamado de Finais, começa no Qualificatório, uma fase preliminar, que define parte das participantes do evento principal. Este acontece meses depois, em local único e curto período, com fase de grupos e eliminatória. Conta com as classificadas de início de temporada, as melhores da edição passada e, geralmente, convidada(s) e equipe da casa.

Em 2022, as fases de grupo e eliminatória foram separados em semanas e sedes diferentes. A primeira é multisede, enquanto a decisiva continua a ocorrer em única cidade.

Nesse período, os grupos I e II (Mundiais) aumentaram os jogos internacionais, enquanto os III, IV e até V foram destinados às zonas regionais, sendo os números representando as divisões e, por exemplo, o III sendo reproduzido para continente X, Y e Z.[10]

Data 1 Data 2 Data 3
Finais
18 equipes 7 dias Sede única Fase de grupos e
eliminatórias
Até 3 jogos
por confronto
Qualificatório
24 equipes 2 dias 12 confrontos
mandantes x visitantes
Até 5 jogos
por confronto
———12 vencedoras———
\———12 derrotadas———→
/———12 vencedoras———→
Grupo Mundial I
24 equipes 2 dias 12 confrontos
mandantes x visitantes
Até 5 jogos
por confronto
Grupo Mundial I: play-offs
24 equipes 2 dias 12 confrontos
mandantes x visitantes
Até 5 jogos
por confronto
\———12 derrotadas———→
/———12 vencedoras———→
Grupo Mundial II
24 equipes 2 dias 12 confrontos
mandantes x visitantes
Até 5 jogos
por confronto
Grupo Mundial II: play-offs
24 equipes 2 dias 12 confrontos
mandantes x visitantes
Até 5 jogos
por confronto
\———12 derrotadas———
Grupo III
Nº de equipes
variável
4 dias,
em média
Sedes Fase de grupos Junho, julho
ou setembro
Até 3 jogos
por confronto
África Américas Ásia/Oceania Europa
Grupo IV
Nº de equipes
variável
4 dias,
em média
Sedes Fase de grupos Junho, julho
ou setembro
Até 3 jogos
por confronto
África Ásia/Oceania Europa

Equipes campeãs[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Lista de finais da Copa Davis
País Campeonatos Vice-campeonatos
 Estados Unidos 1900, 1902, 1913, 1920, 1921, 1922, 1923, 1924, 1925, 1926, 1937, 1938, 1946, 1947, 1948, 1949, 1954, 1958, 1963, 1968, 1969, 1970, 1971, 1972, 1978, 1979, 1981, 1982, 1990, 1992, 1995, 2007 (32) 1903, 1905, 1906, 1908, 1909, 1911, 1914, 1927, 1928, 1929, 1930, 1932, 1934, 1935, 1939, 1950, 1951, 1952, 1953, 1955, 1956, 1957, 1959, 1964, 1973, 1984, 1991, 1997, 2004 (29)
 Austrália
(inclui Australásia* )
1907*, 1908*, 1909*, 1911*, 1914, 1919, 1939, 1950, 1951, 1952, 1953, 1955, 1956, 1957, 1959, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1966, 1967, 1973, 1977, 1983, 1986, 1999, 2003 (28) 1912*, 1920, 1922, 1923, 1924, 1936, 1938, 1946, 1947, 1948, 1949, 1954, 1958, 1963, 1968, 1990, 1993, 2000, 2001, 2022, 2023 (21)
 Grã-Bretanha
(inclui Ilhas Britânicas* )
1903*, 1904*, 1905*, 1906*, 1912*, 1933, 1934, 1935, 1936, 2015 (10) 1900*, 1902*, 1907*, 1913, 1919, 1931, 1937, 1978 (8)
 França 1927, 1928, 1929, 1930, 1931, 1932, 1991, 1996, 2001, 2017 (10) 1925, 1926, 1933, 1982, 1999, 2002, 2010, 2014, 2018 (9)
 Suécia 1975, 1984, 1985, 1987, 1994, 1997, 1998 (7) 1983, 1986, 1988, 1989, 1996 (5)
 Espanha 2000, 2004, 2008, 2009, 2011, 2019 (6) 1965, 1967, 2003, 2012 (4)
 Alemanha
(inclui Alemanha Ocidental* )
1988*, 1989*, 1993 (3) 1970*, 1985* (2)
 Chéquia
(inclui Tchecoslováquia* )
1980*, 2012, 2013 (3) 1975*, 2009 (2)
 Rússia 2002, 2006, 2020-21 (3) 1994, 1995, 2007 (3)
 Itália 1976, 2023 (2) 1960, 1961, 1977, 1979, 1980, 1998 (6)
 Croácia 2005, 2018 (2) 2016, 2020-21 (2)
 Argentina 2016 (1) 1981, 2006, 2008, 2011 (4)
 Canadá 2022 (1) 2019 (1)
 Sérvia 2010 (1) 2013 (1)
 Suíça 2014 (1) 1992 (1)
 África do Sul 1974 (1)
 Roménia (0) 1969, 1971, 1972 (3)
 Índia (0) 1966, 1974, 1987 (3)
 Bélgica (0) 1904, 2015, 2017 (3)
 Japão (0) 1921 (1)
 México (0) 1962 (1)
 Chile (0) 1976 (1)
 Eslováquia (0) 2005 (1)

Ranking[editar | editar código-fonte]

Em 27 de novembro de 2023.[11]

Pos. País Pontos Confrontos
 Itália 535,63 19
 Canadá 534,38 19
 Austrália 516,00 20
 Espanha 463,75 15
 Sérvia 445,38 17
 Croácia 436,00 17
 Grã-Bretanha 432,50 15
 Alemanha 419,00 16
 Países Baixos 405,44 15
10º  Chéquia 390,38 12
11º  Estados Unidos 385,50 14
12º  Finlândia 373,25 11
13º  França 364,75 12
14º  Cazaquistão 355,25 13
15º  Suécia 343,00 14
16º  Chile 342,69 11
17º  Bélgica 336,13 11
18º  Coreia do Sul 331,38 11
19ª  Argentina 329,25 11
20ª  Colômbia 319,00 10
25º  Brasil 303,75 8
26º  Portugal 303,50 8

Recordes[editar | editar código-fonte]

  • O recordista de participações em jogos da Copa Davis é o italiano Nicola Pietrangeli. Ele disputou 163 partidas (109 simples e 54 duplas), entre 1954 e 1972. Venceu 120 no total.
  • A partida que mais tempo durou em toda a competição foi o duelo de duplas entre Stanislas Wawrinka/Marco Chiudinelli, da Suíça, e Tomas Berdych/Lukas Rosol, da República Tcheca, em 2013, que se arrastou por 7h02, com vitória dos tchecos por 6/4, 5/7, 6/4, 6/7 e 24/22.[12]
  • A partida entre Leonardo Mayer 3 x 2 João Souza (Feijão), válida pela Copa Davis de 2015, é o jogo de simples mais longo da história do torneio, com duração de 6h42[12].

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas

Referências

  1. «A Serve is Born»  (em inglês)
  2. «The Top Trophy»  (em inglês)
  3. «How the Davis Cup Works»  (em inglês)
  4. «Diagrama da estrutura da Copa Davis» 
  5. «Mudanças são aprovadas e Copa Davis terá novo formato a partir de 2019». folha.com.br. 16 de agosto de 2018 
  6. «udo sobre a Nova Davis: o que muda, como a ITF aprovou as mudanças e quem vai pagar a conta». uol.com.br. 16 de agosto de 2018 
  7. «Tennis greats tear into Davis Cup overhaul» (em inglês). news.com.au. 17 de agosto de 2018 
  8. «Davis Cup should not become the Pique Cup, warns Roger Federer» (em inglês). telegraph.co.uk. 29 de agosto de 2018 
  9. cbtenis.com.br/ Guga, Kirmayr, Mattar e Motta são premiados na Davis
  10. «ITF introduces global format for Davis Cup» (em inglês). daviscup.com. Cópia arquivada em 11 de março de 2020 
  11. «Nations ranking: 27 Nov 2023» (em inglês). daviscup.com. Cópia arquivada em 12 de dezembro de 2023 
  12. a b sportv.globo.com/ Feijão perde jogaço de quase 7h, e Bellucci faz "final" contra Argentina
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]