Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico de Igatu e ruínas de habitações de pedra – Wikipédia, a enciclopédia livre

Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico de Igatu e ruínas de habitações de pedra
Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico de Igatu e ruínas de habitações de pedra
Geografia
País Brasil
Localidade Andaraí
Coordenadas 12° 53' 47" S 41° 19' 08" O

O Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico de Igatu e ruínas de habitações de pedra são edificações localizadas em Andaraí, município do estado brasileiro da Bahia. Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1998, através do processo de número 1411[1]. Também conhecido como Xique-Xique do Igatu e Cidade de Pedras[2].

História[editar | editar código-fonte]

O núcleo de povoamento inicial data de meados do século XIX. A vila foi fundada devido à atividade de mineração de diamante. Cerca de trinta mil pessoas fizeram parte do fluxo migratório para esta região e a necessidade de construir suas moradias foi uma consequência. Com a abundância de pedras disponíveis, derivadas das atividades do garimpo, da extração de diamantes e do carbonato, e aliadas à falta de infraestrutura, as pedras tornaram-se a matéria-prima principal das edificações deste povoamento. Após um período de prosperidade devido à mineração, a cidade entrou em declínio, tendo cerca de trezentos habitantes na estimativa do IBGE(2020) e atualmente tornou-se destino de visitação turística[2][3][4].

Além da arquitetura de pedras, a presença de pinturas rupestres na região indica que a área foi ocupada por tribos indígenas, provavelmente as etnias Cariri e Maracá. O Sítio Arqueológico de Liminha localizado no povoado de Igatu apresenta um paredão com pinturas rupestres de coloração vermelha[5][6].

Andiray (depois transformado no topônimo Andaraí) significa andira (morcego) e y (rio) = rio de morcegos. O nome Igatu significa "água boa": é a junção dos termos y (água) e katu (bom)[5].

Na região também existem remanescentes dos quilombos Orobó, Tupins e Andarahy. A atual comunidade de Fazenda Velha, nas margens do rio Santo Antônio, é remanescente dos quilombos[5].

Foi tombado pelo IPHAN em 1998, recebendo tombo arqueológico, etnográfico e paisagístico (Inscrição 122/2000), tombo histórico (Inscrição 557/2000) e tombo de belas artes (Inscrição 618/2000)[7].

Arquitetura[editar | editar código-fonte]

A área de tombamento é descrita pelo IPHAN da seguinte maneira:

  • Inicia-se na ponte sobre o Rio Coisa Boa, incluída, (PONTO 1 – coordenadas S 12º53’45″/W 41º18’57”) que passa na entrada do Distrito de Igatu, e segue pela margem esquerda do Rio Coisa Boa, a seiscentos metros rio abaixo (PONTO 2 – coordenadas S 12º53’12″/W 41º19’03”). Neste ponto deflete à esquerda e segue na direção oeste em linha curvilínea, acompanhando a trilha do antigo rego do garimpo, na confluência com o final da Rua Luis dos Santos, incluída, (PONTO 3 – coordenadas S 12º53′ 02″/W 41º19’12”), onde deflete novamente à esquerda e prossegue por um quilômetro em linha reta na direção sudeste no encontro com o Poço do Brejo (resquício da atividade garimpeira), incluído, (PONTO 4 – coordenadas S 12º53’34″/W 41º19’25”).
  • Neste ponto deflete outra vez à esquerda e continua em linha reta até a interseção com o final da Rua Bambolim de Cima, incluída, (PONTO 5 – coordenadas S 12º53’54″/W 41º19’08”), onde deflete ligeiramente à direita e segue em linha reta até o cruzamento com o final da Rua da Estrela, incluída, (PONTO 6 – coordenadas S 12º53’51″/W 41º19’11”).
  • Neste ponto deflete novamente à direita e prossegue em linha reta até a confluência com um raio de duzentos metros que tem por epicentro o final da Rua da Biquinha, incluída, (PONTO 7 – coordenadas S 12º53’56″/W 41º19’30”), onde deflete à esquerda e acompanha a linha sinuosa da trilha de acesso ao Cemitério dos Bexiguentos, incluída, atravessando a ponte sobre o Riacho dos Pombos, incluída, até a altura do túmulo da Senhora Maria Cândida Guedes, incluído, (PONTO 8 – coordenadas S 12º54’10″/W 41º19’25”). Este cemitério recebeu este nome pois foi destinado aos doentes de varíola.[6]
  • Neste ponto segue em linha reta até o alto do Morro do Cruzeiro de Cima, incluído, (PONTO 9 – coordenadas S 12º54’00” /W 41º19’10”), contornando este morro de modo a incluí-lo completamente, e prossegue em linha reta na direção nordeste até a margem esquerda do Rio Coisa Boa, nas proximidades do Poço da Madalena, incluído, a duzentos metros rio acima da ponte sobre este rio, (PONTO 10 – coordenadas S 12º 53′ 50″ /W 41º18’58”). Neste ponto deflete à esquerda e prossegue pela margem esquerda do Rio Coisa Boa até a interseção com a ponte sobre este rio, encontrando o ponto inicial desta poligonal[7].

Referências

  1. «IPHAN». Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Consultado em 22 de julho de 2021 
  2. a b «Igatu (Andaraí - BA)». Portal IPHAN. Consultado em 21 de julho de 2021 
  3. «Estudantes de Arquitetura participam de oficina de construção em alvenaria de pedra na Vila de Igatu». Edgardigital - UFBA. 2 de março de 2020. Consultado em 4 de agosto de 2021 
  4. «Arquitetura de pedra: sensibilidade ambiental nas ruínas da Chapada Diamantina». ArchDaily Brasil. 4 de agosto de 2021. Consultado em 4 de agosto de 2021 
  5. a b c «História - Igatu (Andaraí - BA)». Portal IPHAN. Consultado em 21 de julho de 2021 
  6. a b «Parque Nacional da Chapada Diamantina - Plano de Manejo» (PDF). 2003. Consultado em 4 de agosto de 2021 
  7. a b «Andaraí – Cidade de Igatu». Site Ipatrimônio. Consultado em 21 de julho de 2021 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Trechos deste artigo foram retirados do website do IPatrimônio, publicado sob licença Creative Commons Attribuição (BY) v1.0.