Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos – Wikipédia, a enciclopédia livre

Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos
(CELAC)
Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos
  Países membros
  Territórios reclamadosFalkland
Tipo organização internacional
Fundação 23 de fevereiro de 2010 (14 anos)
Sede regional
Membros 33 países
Línguas oficiais
Presidente pro tempore São Vicente e Granadinas Ralph Gonsalves
Sítio oficial sela.org/celac

A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) (em castelhano: Comunidad de Estados Latinoamericanos y Caribeños; em francês: Communauté des États latin-américains et caraïbéens), é um organismo internacional regional com abrangência da América Latina e Caribe. Foi criado em 23 de fevereiro de 2010 em seção da Cúpula da Unidade da América Latina e Caribe, na cidade de Playa del Carmen, Quintana Roo, México, e é herdeira do Grupo do Rio (GRIO) e da Cúpula da América Latina e Caribe sobre Integração e Desenvolvimento (CALC).[1][2] A sua primeira reunião de cúpula aconteceu em Caracas, capital da Venezuela, entre os dias 1 e 4 de dezembro de 2011.[3][4]

História[editar | editar código-fonte]

Processo de formação da CELAC[5][6][7]
Ano
Local, país
1975
PAN
1983
Contadora, PAN
1985
Lima, PER
1986
Rio de Janeiro, BRA
1990 2008
Costa do Sauipe, BRA
2010
Playa del Carmen, MEX
2011
Caracas, VEN
            Cúpula da América Latina e Caribe sobre Integração e Desenvolvimento (CALC) Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC)  
    Grupo de Contadora Grupo dos Oito / Grupo do Rio (GRIO)
Mecanismo Permanente de Consulta e Concertação Política da América Latina e Caribe
      Grupo de Lima / Grupo de Apoio à Contadora
              Cúpula da Unidade da América Latina e Caribe
  Sistema Econômico Latino-Americano e do Caribe (SELA)  
               

Em 23 de fevereiro de 2010, líderes latino-americanos na 23.ª Cimeira do Grupo do Rio em Playa del Carmen, Quintana Roo, México, formaram uma organização de países latino-americanos. Uma vez que sua carta foi desenvolvida, o grupo foi criado formalmente em julho de 2011, numa cimeira em Caracas. O bloco é o principal fórum para o diálogo político para a área, sem o Estados Unidos ou Canadá.[8][9]

As presidentes Cristina Fernández de Kirchner (da Argentina) e Dilma Rousseff (do Brasil) — representantes das duas maiores economias da América do Sul — em reunião do CELAC.

Segundo Raúl Zibechi, do jornal La Jornada, de centro-esquerda do México: "A criação da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos é parte de uma mudança global e continental, caracterizada pelo declínio da hegemonia dos Estados Unidos e o surgimento de um grupo de blocos regionais que fazem parte do novo saldo global".[10]

A atuação do bloco foi praticamente paralisada nos últimos anos diante da chegada de governos conservadores ao poder na região.

Em janeiro de 2020 o chanceler Ernesto Araújo anunciou que o Brasil deixava oficialmente o bloco, a pedido do presidente Jair Bolsonaro.[11] O governo do presidente Jair Bolsonaro suspendeu a participação brasileira na Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), rejeitando o convite feito pelo México, que assumiu este ano a presidência do grupo para voltar a participar do organismo internacional. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que a CELAC "dá palco para regimes não democráticos" e "A Celac não vinha tendo resultados na defesa da democracia ou em qualquer área. Ao contrário, dava palco para regimes não democráticos como os da Venezuela, Cuba, Nicarágua".[12] Dois anos depois, em 2023, no início do terceiro Governo Lula, Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, anunciou o retorno do Brasil à organização e que o país estaria de volta já na próxima cúpula do bloco em 24 de janeiro 2023 na cidade de Buenos Aires.[13]

Membros[editar | editar código-fonte]

Diagrama de adesão de países e certos territórios dependentes da América à CELAC e a outras 19 instituições internacionais do continente (ALADI, AEC, ALBA, AP, CA-4, CAN, Caricom, CSME, Mercosul , OEA, OECO, OTCA, PARLACEN, Petrocaribe, SELA, SICA, TIAR, TLCAN, UNASUL) em 2016.

A CELAC tem presentemente 33 Estados-membros:

País Filiação de origem[14][7]
 Antígua e Barbuda Participação pela representação da Comunidade do Caribe
 Argentina Grupo de Apoio a Contadora, Grupo do Rio
 Bahamas Participação pela representação da Comunidade do Caribe
 Barbados Participação pela representação da Comunidade do Caribe
 Belize Grupo do Rio
 Bolívia Grupo do Rio
 Brasil Grupo de Apoio a Contadora, Grupo do Rio
 Chile Grupo do Rio
 Colômbia Grupo de Contadora, Grupo do Rio
Costa Rica Grupo do Rio
 Cuba Grupo do Rio
Dominica Participação pela representação da Comunidade do Caribe
Equador Grupo do Rio
El Salvador Grupo do Rio
Granada Participação pela representação da Comunidade do Caribe
 Guatemala Grupo do Rio
Guiana Grupo do Rio
Haiti Grupo do Rio
Honduras Grupo do Rio
 Jamaica Participação pela representação da Comunidade do Caribe
 México Grupo de Contadora, Grupo do Rio
Nicarágua Grupo do Rio
 Panamá Grupo de Contadora, Grupo do Rio
 Paraguai Grupo do Rio
 Peru Grupo de Apoio a Contadora, Grupo do Rio
República Dominicana Grupo do Rio
Santa Lúcia Participação pela representação da Comunidade do Caribe
 São Cristóvão e Neves Participação pela representação da Comunidade do Caribe
São Vicente e Granadinas Participação pela representação da Comunidade do Caribe
Suriname Participação pela representação da Comunidade do Caribe
Trinidad e Tobago Participação pela representação da Comunidade do Caribe
Uruguai Grupo de Apoio a Contadora, Grupo do Rio
 Venezuela Grupo de Contadora, Grupo do Rio

Cúpulas[editar | editar código-fonte]

Representantes das nações integrantes da Celac no Teatro Teresa Carreño, de Caracas, na abertura da I Cúpula dessa organização em 2011.

A cimeira inaugural do CELAC foi realizada em dezembro de 2011, na Venezuela. A cúpula foi realizada entre 2 e 3 de dezembro de 2011, em Caracas.[15]

Cúpula Ano Cidade País-sede
I CALC 2008 Sauipe, Mata de São João  Brasil
II CALC 2010 Playa del Carmen  México
III CALC 2011 Caracas  Venezuela
I 2013 Santiago  Chile
II 2014 Havana  Cuba
III 2015 San José Costa Rica
IV 2016 Quito Equador
V 2017 Punta Cana República Dominicana
VI 2021 Cidade do México  México
VII 2023 Buenos Aires  Argentina

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. [1]
  2. [ligação inativa]
  3. «Cúpula elege Costa Rica à presidência da Celac em 2014». Portal Terra 
  4. «Dilma chega a Caracas para Cúpula da Celac». Veja Online 
  5. Agra, Hugo (7 de setembro de 2020). «políticas externas do Brasil e do México para a América Latina: do Grupo de Contadora ao Grupo do Rio: Brazil's and Mexico's foreign policies for Latin America: from the Contadora Group to the Rio Group». Brazilian Journal of International Relations (2): 330–347. ISSN 2237-7743. doi:10.36311/2237-7743.2020.v9n2.p330-347. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  6. Gonçalves, Felipe Teixeira (dezembro de 2011). «A Celac, o Sela e a agenda do Brasil para a América Latina e Caribe». http://www.ipea.gov.br. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  7. a b Avila, Carlos Federico Domínguez; Oliveira, Marília Gonçalves de (2008). «O Grupo do Rio: apontamentos sobre a questão do desenvolvimento e da cooperação política intra-regional no início do Século XXI». Relações Internacionais no Mundo Atual (6): 45–68. ISSN 2316-2880. doi:10.21902/Revrima.v0i8.243. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  8. [ligação inativa] Indymedia (em inglês) 24 de fevereiro de 2010
  9. «granma.cu - Cancilleres del Grupo de Río avanzaron en idea de crear nueva instancia regional». Consultado em 7 de dezembro de 2011. Arquivado do original em 19 de fevereiro de 2012 
  10. Zibechi, Raúl (26 de fevereiro de 2010). «Latin America's Inexorable March Toward 'Autonomy from the Imperial Center'». La Jornada. Traduzido por Halszka Czarnocka. Mexico. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  11. «Sem resultados na defesa da democracia, Brasil deixa Celac, diz Araújo». Exame. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  12. «Brasil abandona Celac». noticias.uol.com.br. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  13. Povo, Gazeta do. «Brasil anuncia retorno a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos». Gazeta do Povo. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  14. EFE (16 de dezembro de 2008). «Raúl diz que entrada de Cuba no Grupo do Rio é reflexo de momento singular». iG Último Segundo. Consultado em 15 de janeiro de 2023. Cópia arquivada em 2 jan. 2023 
  15. pessoal writers (2011). «CELAC Cimeira votos para Cuba para hospedar ó Meeting» 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]