Compatibilidade reversa – Wikipédia, a enciclopédia livre

Um Atari 7800, compatível reversamente com o Atari 2600.

Em tecnologia, especialmente em informática (independentemente de plataforma), é dito de um produto que este possui compatibilidade reversa,[carece de fontes?] compatibilidade descendente[1] ou retrocompatibilidade quando é capaz de assumir o lugar de um produto mais antigo, interagindo com outros produtos que foram desenhados para funcionar com a versão anterior.[2]

A retrocompatibilidade é uma característica essencial no design de sistemas para a criação de sistemas sustentáveis, reutilizáveis e integrados. A retrocompatibilidade de um programa de software é garantida por meio de atualizações realizadas pela empresa que desenvolveu o programa. A nova versão do software deve ser capaz de interagir com o ambiente antigo, ou seja, deve ser retrocompatível com a versão anterior. A retrocompatibilidade é essencial não apenas para a continuidade do funcionamento sem interrupções, mas também para a sobrevivência do software no mercado e tornou-se uma característica essencial no design de produtos e na configuração de sistemas [3] .

A compatibilidade reversa é uma relação entre dois componentes, em vez de ser atributo de apenas um deles. Mais genericamente, os seguintes critérios precisam ser preenchidos:

  • Há uma interface funcional "I" definida.
  • Há um componente servidor "S" que provê a funcionalidade de I.
  • Há um componente cliente "C" que depende de S via I.
  • Um novo componente servidor "S2" é criado e possui uma funcionalidade maior que a de S e é exibido por uma nova interface "I2".
  • Todas as funções de I são também fornecidas por I2. Em outras palavras, I é um subconjunto de I2.

Quando estes critérios são preenchidos, S2 é reversamente compatível com S porque ele ainda dá suporte à interface I e portanto, o cliente C pode ser alternado para o uso de S2 e ainda operar de modo correcto.

Retrocompatibilidade em hardwares

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A retrocompatibilidade também se aplica aos sistemas de hardware. Os sistemas de manufatura inteligente combinam equipamentos de fabricação existentes com sensores, robôs e sistemas de manuseio de materiais, utilizando conceitos e tecnologias como Sistemas Ciberfísicos, Internet das Coisas (IoT), Computação em Nuvem, entre outros. Quando um sistema de manufatura automatizado é configurado com a mais recente tecnologia de IoT, é fundamental garantir a retrocompatibilidade com o sistema atual. Para isso, é necessário estabelecer uma arquitetura bem estruturada, escalável, retrocompatível e segura, que torne a implementação de IoT viável [3].

Uma diferença importante entre a configuração de sistemas de software e a configuração de sistemas de hardware é que as instalações de hardware costumam ter uma vida útil muito mais longa, de 10 anos ou mais, em contraste com os aproximadamente três anos dos sistemas de software. Isso ressalta a relevância da retrocompatibilidade com sistemas legados, não apenas na integração de sistemas de software, mas também na integração de sistemas de hardware[3].

Sistemas e componentes retrocompativeis versus não retrocompativeis

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Um estudo de caso publicado em 2023 demonstrou que, quando a retrocompatibilidade é considerada no design de um sistema, o desempenho é superior em comparação com abordagens que não a levam em conta[3]. Para provar isso, a retrocompatibilidade foi incorporada àum modelo matemático que usou configuração modular de sistemas computacionais cuja complexidade é conhecida por ser NP Completo. A configuração modular de sistemas é definida como o design de um sistema que também é construída a partir de outros componentes modularizados por meio de interfaces padronizadas. Não apenas componentes, mas também produtos podem ser integrados através de interfaces padronizadas. A pesquisa cita como exemplo um laptop com Windows, que pode projetar sua tela em uma smart TV via HDMI (com fio) ou via Miracast (sem fio). O HDMI é uma interface física, enquanto Miracast é uma interface não física. Isso demonstra que, conforme a tecnologia avança, surgem variantes das interfaces padronizadas com diferentes versões de uma mesma interface. Muitas dessas interfaces oferecem suporte à retrocompatibilidade, o que significa que uma nova versão de uma interface ainda pode ser retrocompativel.

O modelo matemático proposto pode ser amplamente aplicado a sistemas eletrônicos que frequentemente tem suas interfaces padronizadas e retrocompativeis devido a organizações de padronização como o Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos e a Comissão Eletrotécnica Internacional. Interfaces padronizadas permitiram que alguns sistemas mecânicos, como sistemas de freios de bicicletas e rodas, sejam facilmente atualizados para novas versões.

Referências

  1. Jr, Sanders Kaufman. Aprenda Em 21 Dias Programação Active X. [S.l.]: Elsevier Editora 
  2. «Microsoft anuncia última leva de jogos retrocompatíveis do Xbox One». TechTudo. Consultado em 6 de junho de 2020 
  3. a b c d Yoo, John Jung-Woon (abril de 2023). «Computational modular system configuration with backward compatibility». The International Journal of Advanced Manufacturing Technology (em inglês) (7-8): 3349–3362. ISSN 0268-3768. doi:10.1007/s00170-023-10987-0. Consultado em 23 de setembro de 2024 
  4. «Quais são as diferenças entre o USB 1.1, 2.0 e 3.0? - Hardware». Canaltech. Consultado em 28 de agosto de 2016 

Ligações externas

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