Companhia do Mississippi – Wikipédia, a enciclopédia livre

Vista do campo de John Law em Biloxi, dezembro de 1720.

A Companhia do Mississippi de 1684 tornou-se a Companhia do Oeste em 1717 e expandiu-se como a Companhia das índias a partir de 1719.[1] Esta corporação, que possuía um monopólio econômico nas colônias francesas na América do Norte nas Índias Ocidentais, tornou-se um dos exemplos mais antigos de bolha especulativa.

História[editar | editar código-fonte]

O Banque Royale[editar | editar código-fonte]

Em maio de 1716, o Banque Générale Privée ("Banco Privado Geral"), que desenvolveu o uso do papel-moeda, foi criado pelo banqueiro escocês John Law.[2][3][4] Tratava-se de um banco privado, mas três quartos de seu capital consistia de títulos e notas aceitas pelo governo. Em agosto de 1717, ele comprou a Companhia do Mississippi para ajudar a colônia francesa de Louisiana. No mesmo ano, Law criou uma companhia de comércio de capital aberto chamada de Compagnie d'Occident (A Companhia do Mississippi, ou, literalmente, "Companhia do Ocidente"). Law foi nomeado o Chefe-Diretor da nova companhia, que recebeu um monopólio comercial das Índias Ocidentais e da América do Norte do governo francês.[5]

O banco tornou-se o Banque Royale (Banco Real) em 1718, o que significou que as notas eram garantidas pelo rei Luís XV de França. A companhia absorveu a Companhia Francesa das Índias Orientais, a Companhia da China e outros companhias de comércio rivais, tornando-se a Compagnie Perpetuelle des Indes em 23 de maio de 1719, com um monopólio do comércio de todos os mares. Simultaneamente, o banco começou a emitir mais notas do que representava sua cunhagem; Isto levou a uma inflação, que foi posteriormente seguido por uma corrida aos bancos quando o valor do novo papel-moeda foi reduzido pela metade.[6]

A Bolha do Mississippi[editar | editar código-fonte]

Senex, A map of Louisiana and of the River Mississipi, 1721

Law exagerou a riqueza de Louisiana com um esquema efetivo de marketing, que levou à especulação selvagem das ações da companhia em 1719. O esquema prometia sucesso para a Companhia do Mississippi ao combinar o entusiasmo dos investidores e a perspectiva de riqueza de Louisiana em uma companhia de comércio sustentável de capital aberto. A popularidade das ações da companhia era tanta que eles necessitaram emitir mais notas do banco, e quando as ações geraram lucros, seus investidores foram pagos em mais notas do banco.[7] Em 1720, o banco e a companhia foram fundidas e Law foi indicado por Filipe II, Duque d'Orleães, o regente de Luís XV, para ser o Controlador Geral das Finanças[8] para atrair o capital. O banco de Law, pioneiro na emissão de notas, prosperou até que o governo francês foi forçado a admitir que o volume de papel-moeda sendo emitido pelo Banque Royale excedia o valor do montante de cunhagem em metal que ele possuía.[9]

A bolha estourou no final de 1720,[10] quando os oponentes do financista tentaram converter suas notas em moeda em massa, forçando o banco a suspender o pagamento de suas notas.[11] Ao final de 1720, Philippe d'Orléans despediu Law de seu cargo. Law, então, fugiu da França para Veneza, onde ele viveu de jogos de azar. Ele foi enterrado na igreja de San Moisè, em Veneza.[6]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «The French Period». Jewell's Crescent City Illustrated. Cultural Center of the Inter-American Development Bank. Consultado em 1º de julho de 2013. Arquivado do original em 9 de outubro de 2012 
  2. Nevin, Seamus. «Richard cantillon – The Father of Economics». History Ireland. JSTOR. pp. 20–23. Consultado em 16 de março de 2014 
  3. Backhosue, Roger. Economists and the economy: the evolution of economic ideas, Transaction Publishers, 1994, ISBN 978-1-56000-715-9, p. 118
  4. http://libertystreeteconomics.newyorkfed.org/2014/01/crisis-chronicles-the-mississippi-bubble-of-1720-and-the-european-debt-crisis.html NY Federal Reserve: Mississippi Bubble of 1720
  5. Bammer, Stuart. Anglo-American Securities Regulation: Cultural and Political Roots, 1690-1860, Cambridge University Press, 2002, ISBN 978-0-521-52113-0, p. 42
  6. a b Sheeran, Paul and Spain, Amber. The international political economy of investment bubbles, Ashgate Publishing, Ltd., 2004, ISBN 978-0-7546-1997-0, p. 95
  7. Beattie, Andrew. "What burst the Mississippi Bubble?" on Investopedia.com (June 17, 2009)
  8. Mckay, Charles. Memorando de Extraordinários Engodos Populares e a Loucura das Multidões. New York: Noonday Press, 1932, p.25. First edition published 1841, second edition 1852
  9. http://www.investopedia.com/terms/m/mississippicompany.asp
  10. Moen, Jon (Outubro de 2001). «John Law and the Mississippi Bubble: 1718–1720». Mississippi History Now. Consultado em 2 de fevereiro de 2011. Arquivado do original em 18 de março de 2011. Law desvalorizou as ações da companhia em algumas fases durante 1720, sendo que o valor das notas do banco foi reduzido em 50% de seu valor de face. Em setembro de 1720, o preço das ações havia caído para 2 000 livres e para 1 000 em dezembro. A queda no preço das ações permitiu aos inimigos de Law tomar controle da companhia ao confiscar as ações dos investidores que não podiam provar que eles haviam realmente pago por suas ações com ativos reais ao invés de crédito. Isto reduziu a quantidade de ações em circulação em dois terços. Em setembro de 1721, os preços das ações caíram para 500 livres, o mesmo preço que possuíam no início. 
  11. Davies, Roy and Davies, Glyn. "A Comparative Chronology of Money: Monetary History from Ancient Times to the Present Day: 1700–1749" (1996 and 1999)