Companhia Taubaté Industrial – Wikipédia, a enciclopédia livre

Companhia Taubaté Industrial
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A Companhia Taubaté Industrial foi uma fábrica brasileira de tecidos, instalada no município de Taubaté. Foi uma das primeiras indústrias a se formarem no Vale do Paraíba e é considerada pioneira em vários aspectos. Chegou a ser uma das maiores indústrias do ramo da tecelagem na América Latina. A maior indústria têxtil da América Latina no começo do século 20 foi constituída legalmente em uma reunião realizada no dia 4 de maio de 1891. O primeiro presidente da C.T.I foi o Dr. Rodrigo Nazareth de Souza Reis, Waldemar Bertelsen foi o primeiro diretor comercial e Félix Guisard que foi prefeito da cidade de Taubaté, o primeiro diretor gerente.

História[editar | editar código-fonte]

Torre.

Fundada em 1894 por Félix Guisard, a C.T.I. (Companhia Taubaté Industrial) era uma indústria têxtil de camisas e meias.

Na década de 30, após um projeto ambicioso, foi concebido o edifício que recebeu o nome do seu fundador, passando a ser conhecido como “Edifício Félix Guisard”. A torre com 12 andares e com um relógio no topo se tornou um símbolo da cidade.

O pernambucano Rodrigo Nazareth foi o homem que convenceu Felix Guisard a instalar a CTI (Companhia Taubaté Industrial) na cidade. Nazareth, ex-colega de seminário de Guisard, era o presidente do Banco Popular de Taubaté e garantiu a Guisard que aqui ele encontraria investidores e recursos energéticos para sua fábrica.

Ficou a cargo do engenheiro Fernando de Mattos construir a primeira fábrica. Mattos, que era dono das empresas Companhia Norte Paulista e Edificadora Progresso, recebeu ações da CTI em troca da construção do prédio.

A instalação da fábrica aconteceu graças à participação de grandes fazendeiros; seis deles detinham mais de 70% das ações.

A CTI era gerida por três diretores:

– Rodrigo Nazareth de Souza e Reis era o presidente, que cuidava da administração dos negócios.

– Felix Guisard era o diretor técnico, responsável por fazer a fábrica funcionar.

– Valdemar Bertelsen era o diretor comercial, responsável pelas vendas. O dinamarquês Valdemar Bertelsen era dono de uma loja de tecidos no Rio de Janeiro. Entrou como acionista da CTI por indicação de Felix Guisard.

A Jeanne Guisard, esposa de Felix, coube ensinar às primeiras operárias da fábrica o ofício de costurar meias e camisas de meias. Guisard, dono do expertise técnico, instruiu os homens sobre como lidar com o maquinário importado.

A empresa começou a funcionar em janeiro de 1893 com 170 funcionários. A mão de obra era formada por gente de Taubaté e região e também de migrantes de outras partes do país.

Em 1953 a C.T.I. foi vendida para Claudino Veloso Borges, e mais tarde, em 1970, foi vendida novamente para o grupo têxtil Nova América.

No ano de 1983 as atividades na C.T.I. pararam definitivamente. O prédio onde funcionava a companhia hoje abriga o Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Unitau (Universidade de Taubaté).

Edifício Félix Guisard, da C.T.I. (Companhia Taubaté Industrial).

A torre do relógio foi tombada pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), e em parte do edifício funciona o departamento de Ação Social da Prefeitura de Taubaté.

Edifício Félix Guisard[editar | editar código-fonte]

O edifício Félix Guisard, popularmente chamado de “prédio do relógio” é um prédio localizado na "praça da C.T.I.", na borda oeste da região central do município de Taubaté.

A torre é o ícone da cidade e possuí 4 grandes relógios, um mastro com a bandeira da cidade e uma sirene eletromecânica de 8 portas (ainda não se sabe muito sobre a sirene).

O edifício foi construído em 1945, e se utiliza da arquitetura art-deco (tudo indica que seja porem não é confirmado), em sua época de construção era um prédio bem diferenciado da arquitetura presente na cidade, com uma base em forma de trapézio e uma torre de 9 andares (sem contar a base) em forma retangular.

O principal objetivo do edifício era ser os escritórios da C.T.I. que funcionava até a fabrica falir, hoje funciona no lugar alguns departamentos da prefeitura.

O edifício possui um porão que dava acesso aos túneis que ligam todas as fabricas da C.T.I.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • MARTINS, Claudia, Félix Guisard - A trajetória de um pioneiro, 2009, ISBN 978.85-7824-014-1, Taubaté, Cabral Editora
  • Ortiz, Marco Antonio Moreira, A trajetória da Companhia Taubaté Industrial - CTI, 2006, ISBN 978.85-2830-350-0, São Paulo, FAPESP EDUC
  • BLAY, E.. Eu Não Tenho Onde Morar. São Paulo, 1985.
  • DEAN, W.. A industrialização de São Paulo. São Paulo, EDUSP, 1971.
  • FRENCH, J.D. O ABC dos operários. Conflitos e alianças de classe em São Paulo. 1900-1950. São Paulo-São Caetano do Sul, HUCITEC, 1995.
  • RAGO, M.. Do Cabaré ao lar: a utopia da cidade disciplinar. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1985.
  • SILVA, S.. Expansão cafeeira e origens da indústria no Brasil. São Paulo, Alfa-Omega, 1986.
  • SIMONSEN, R. C. Evolução industrial do Brasil e outros estudos. São Paulo, EDUSP, 1973.
  • WHITROW, G.J. Time in History. Views of time from prehistory to the present day. Oxford, New York-Oxford University Press, 1988.
  • WINN. P. Weavers of Revolution. The Yarur workers and Chile's road to socialism. New York-Oxford, Oxford University Press, 1986.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]