Ciro Nogueira – Wikipédia, a enciclopédia livre

Ciro Nogueira
Ciro Nogueira
Senador pelo Piauí
Período 1º de fevereiro de 2011
até a atualidade[a]
Legislaturas 54ª (2011–2015)
55ª (2015–2019)
56ª (2019–2023)
57ª (2023–2027)
53.º Ministro-Chefe da Casa Civil do Brasil
Período 4 de agosto de 2021
até 30 de dezembro de 2022
Presidente Jair Bolsonaro
Antecessor(a) Luiz Eduardo Ramos
Sucessor(a) Rui Costa
Deputado Federal pelo Piauí
Período 1º de fevereiro de 1995
até 31 de janeiro de 2011
Legislaturas 50ª (1995–1999)
51ª (1999–2003)
52ª (2003–2007)
53ª (2007–2011)
Presidente Nacional do Progressistas
Período 11 de abril de 2013
até a atualidade
Dados pessoais
Nome completo Ciro Nogueira Lima Filho
Nascimento 21 de novembro de 1968 (55 anos)
Teresina, PI
Progenitores Mãe: Eliane Nogueira
Pai: Ciro Nogueira Lima
Alma mater Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Prêmio(s)
Partido PFL (1985-2001)
PP (2001-presente)
Profissão advogado e empresário
Assinatura Assinatura de Ciro Nogueira
Serviço militar
Condecorações Medalha Santos-Dumont[2]

Ciro Nogueira Lima Filho (Teresina, 21 de novembro de 1968) é um advogado, empresário e político brasileiro, filiado ao Progressistas (PP), do qual é presidente nacional[3] licenciado.[b] Foi o ministro-chefe da Casa Civil[4] entre agosto de 2021 e dezembro de 2022[5], e atualmente é senador, exercendo seu segundo mandato pelo Piauí.[6]

Dados biográficos[editar | editar código-fonte]

Filho de Ciro Nogueira Lima e Eliane e Silva Nogueira Lima, é formado em direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), tendo iniciado sua vida pública como herdeiro de uma família com larga tradição política no Piauí: seu avô paterno, Manuel Nogueira Lima, foi prefeito de Pedro II nomeado logo após a Revolução de 1930 e seu pai foi eleito deputado federal por duas legislaturas, além de outros familiares que ingressaram na política. Seu tio Etevaldo Nogueira foi eleito deputado federal pelo estado do Ceará em 1986 e 1990.

Foi marido da deputada federal Iracema Portela e é pai de duas filhas. É também sobrinho dos políticos piauienses Joaquim Nogueira Lima (que foi prefeito da cidade de Pedro II), Manuel Nogueira Lima Filho e Aquiles Nogueira Lima.

Carreira política[editar | editar código-fonte]

Filiado ao antigo PFL, sucedeu ao pai como deputado federal sendo eleito em 1994, com 26 anos, e reeleito em 1998. Em 2000, foi candidato a prefeito de Teresina. Vendo suas pretensões minarem ante a decisão do pleito, já em primeiro turno, entrementes dividindo seu tempo como candidato entre a política e o time do Ríver Atlético Clube, do qual foi presidente, perdeu a disputa rumo ao Palácio da Cidade. Reeleito deputado federal em 2002 deixou o partido a que pertencia e ingressou no PP a convite de seu sogro, o médico e político Lucídio Portela, conquistando um novo mandato de deputado federal em 2006.

Ciro candidatou-se à Presidência da Câmara em 2009, disputando a sucessão de Arlindo Chinaglia, contra Aldo Rebelo e Michel Temer.

Já filiado ao PP, é eleito senador da República, com 695.000 votos, em 2010, para uma das duas vagas do pleito, tendo o empresário João Claudino Fernandes como suplente. A outra foi conquistada por Wellington Dias, eleito com quase 1 milhão de votos. em 2018 foi reeleito ao Senador Federal com mais de 895.000 votos estendendo seu mandado até 2027 tendo sua Mãe Eliane e Silva Nogueira Lima como primeira Suplente e Gil Paraibano com segundo Suplente. Na condição de membro da CPMI do Cachoeira, foi um dos 18 votos que rejeitou o relatório oficial para a comissão. O relatório alternativo endossado pelo senador e mais 20 membros da comissão sugeriu a continuidade das investigações por parte do Ministério Público e da Polícia Federal, mas sem nenhum indiciamento ou responsabilização penal.[7] À época dos trabalhos na CPI mista, a divulgação de gravações íntimas de sua então assessora parlamentar Denise Leitão Rocha levou o nome do senador à evidência midiática.[8]

Em 2016, o senador Ciro Nogueira volta a se envolver em novos escândalos, apontado por Cláudio Mello Filho, do Conselho da Construtora Odebrecht , de ter recebido propina para as campanhas de 2010 e 2014, beneficiando a ele próprio e sua esposa, a deputada federal Iracema Portela, também do PP, partido a qual Ciro preside nacionalmente, e que teria pedido propina para financiar campanhas do partido por todo o país no valor de R$ 5 milhões. O senador também recebeu propina da Construtora UTC, no valor de R$ 2 milhões, em 2014, em troca de favorecê-la em obras púbicas. A Polícia Federal pediu seu indiciamento ao Supremo Tribuna Federal.[9]

Ciro Nogueira assina o ato que de sua posse como Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República.

Em dezembro de 2016, votou a favor da PEC do Teto dos Gastos Públicos.[10] Em julho de 2017 votou a favor da reforma trabalhista.[11]

Em outubro de 2017 votou a favor da manutenção do mandato do senador Aécio Neves derrubando decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal no processo onde ele é acusado de corrupção e obstrução da justiça por solicitar dois milhões de reais ao empresário Joesley Batista.[12][13]

Em 28 de julho de 2021, foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil,[14] tomando posse no dia 4 de agosto.[15] Foi exonerado do cargo em 30 de dezembro de 2022.[16][17]

Investigação na Lava Jato[editar | editar código-fonte]

O senador é investigado, no âmbito da Operação Lava Jato, por organização criminosa em suspeita de um esquema de desvios na Petrobras.[18] O caso tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).[19]

O STF arquivou denúncias contra Ciro Nogueira por não caracterizarem nenhum crime de obstrução de justiça.[20]. Em 8 de abril de 2022, a Polícia Federal (PF) concluiu investigação de "repasse de propinas para Ciro Nogueira, pagas pelo empresário Joesley Batista, para garantir o apoio da legenda à reeleição" da Presidente Dilma Rousseff na eleição presidencial de 2014. Segundo o relatório de 61 páginas do delegado Rodrigo Borges Correia, parte da propina "foi encaminhada ao Partido Progressista, por determinação de Ciro Nogueira Lima Filho, por intermédio de doação oficial, como consta nos recibos da prestação de campanha"[21] e "outra parte, cerca de cinco milhões de reais foi repassado em espécie, por intermédio do Supermercado Comercial Carvalho, para Gustavo Lima, irmão de Ciro Nogueira, que se incumbiu da tarefa de pegar o dinheiro e repassar para Ciro Nogueira".[22]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • SANTOS, José Lopes dos. Política e Políticos: Eleições 86. Vol. III. Teresina: Gráfica Mendes, 1988.

Notas

  1. Licenciado entre 28 de julho de 2021 e 30 de dezembro de 2022 para exercer o cargo de ministro-chefe da Casa Civil do Brasil.
  2. Conforme decisão do STF, presidentes de partidos não podem assumir o comando de um ministério, então ele foi substituído temporariamente por André Fufuca.

Referências

  1. «DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO - Seção 1 | Nº 222, sexta-feira, 26 de novembro de 2021». Imprensa Nacional. 26 de novembro de 2021. p. 21. Consultado em 7 de fevereiro de 2024 
  2. «Relação de Agraciados do Mérito Santos-Dumont» (PDF). Força Aérea Brasileira (pdf). Consultado em 8 de setembro de 2020 
  3. Ciro Nogueira é o novo presidente do PP Nacional[ligação inativa]
  4. BRASIL, Decreto de 27 de julho de 2021. IN: Diário Oficial da União - edição 141, seção 2, página 1. Portal da Imprensa Nacional. Acessado em 28 de julho de 2021
  5. «Bolsonaro exonera Ciro Nogueira da Casa Civil». G1. Consultado em 30 de dezembro de 2022 
  6. «Divulgação de Registro de Candidaturas Eleições 2010». TSE. Arquivado do original em 21 de abril de 2016 
  7. «CPMI do Cachoeira conclui trabalhos sem responsabilizar suspeitos - Câmara Notícias - Portal da Câmara dos Deputados». www2.camara.leg.br. Consultado em 12 de maio de 2016 
  8. «Ciro Nogueira elogia eficiência de 'Furacão da CPI', mas diz que precisa de uma assessora e não uma celebridade». Extra Online. Consultado em 12 de maio de 2016 
  9. «Polícia Federal pede indiciamento do senador Ciro Nogueira». revistaepoca.globo.com 
  10. Bol (13 de dezembro de 2016). «Confira como votaram os senadores sobre a PEC do Teto de Gastos 155 Do UOL, em São Paulo». Consultado em 16 de outubro de 2017 
  11. Redação - Carta Capital (11 de julho de 2017). «Reforma trabalhista: saiba como votaram os senadores no plenário» 
  12. «Veja como votou cada senador na sessão que derrubou afastamento de Aécio». Consultado em 17 de Outubro de 2017 
  13. «Janot denuncia Aécio Neves ao STF por corrupção e obstrução da Justiça». Consultado em 17 de Outubro de 2017 
  14. «Bolsonaro nomeia Ciro Nogueira para Casa Civil». G1. 28 de julho de 2021. Consultado em 9 de agosto de 2021 
  15. «Senador Ciro Nogueira toma posse como ministro da Casa Civil». Agência Brasil. 4 de agosto de 2021. Consultado em 9 de agosto de 2021 
  16. «Bolsonaro exonera Ciro Nogueira da Casa Civil». G1. Consultado em 30 de dezembro de 2022 
  17. «Página 1 do Diário Oficial da União - Seção 2, número 246, de 30/12/2022 - Imprensa Nacional». pesquisa.in.gov.br. Consultado em 30 de dezembro de 2022 
  18. «Fachin vota na Segunda Turma do STF a favor de tornar réus políticos do PP; julgamento é adiado». G1. Consultado em 3 de julho de 2019 
  19. «Fachin prorroga investigação sobre Ciro Nogueira por 60 dias». G1. Consultado em 3 de julho de 2019 
  20. «Segunda Turma do STF rejeita denúncia contra Ciro Nogueira por obstrução de investigação». G1. Consultado em 21 de outubro de 2021 
  21. «Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil, cometeu crime de corrupção, diz PF». UOL. 8 de abril de 2022. Consultado em 9 de abril de 2022 
  22. «PF conclui inquérito e aponta corrupção de Ciro Nogueira por suposta propina da J&F». G1. 8 de abril de 2022. Consultado em 9 de abril de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]