Ciclabilidade – Wikipédia, a enciclopédia livre

Ciclovia segregada do anel ciclável de Valência.
Mapa das ciclovias de Valência (em azul).
A cidade de Valência aumentou sua ciclabilidade ao estender e ligar suas ciclovias entre si por meio de ciclovias segregadas. Em apenas alguns anos, conseguiu aumentar tanto o número de usuários em geral[1] quanto o número de mulheres ciclistas em particular.[2][3]

A ciclabilidade é o grau de facilidade da circulação de bicicletas. Um maior grau de ciclabilidade nas cidades está relacionado, entre outros, com benefícios para a saúde das pessoas, menores níveis de poluição atmosférica e acústica, melhora da fluidez do trânsito ou uma maior produtividade.[4][5]

Parâmetros de ciclabilidade[editar | editar código-fonte]

Entre os fatores que afetam à ciclabilidade se encontram:[6][7][8][9][10]

Segurança[editar | editar código-fonte]

A segurança das vias ciclistas é um requisito para uma alta ciclabilidade:

  • As vias mais seguras são aquelas que estão segregadas do trânsito motorizado (ciclovias).
  • A largura das vias ciclistas deve ser suficiente como pára que duas bicis possam se cruzar ou ultrapassar com segurança.
  • A visibilidade da via deve possibilitar a previsão de possíveis frenagens e interseções, evitando curvas em ângulos rectos.
  • As interseções devem, a sua vez, estar bem sinalizadas tanto para os ciclistas como para o trânsito motorizado.
  • As vias devem evitar ter obstáculos, como postes de ilumiaçao ou bancos. Também evitar que seja requerido carregar a bicicleta, como nas escadas, em cujo caso podem se incorporar rampas para bicicletas.
  • O pavimento deve ser liso, com obstáculos rebaixados como nas borda da calçada, com materiais que não ofereçam demasiada resistência, que drenen e a sua vez não sejam escorregadios quando chove.

Coerência[editar | editar código-fonte]

Uma rede ciclista coerente implica:

  • As vias ciclistas devem cobrir toda a extensão da cidade, de maneira que a bicicleta possa se utilizar para ir ao máximo de destinos possíveis. Idealmente, deveria ter uma via ciclista a menos de 250 metros de qualquer ponto da cidade.
  • Têm que estar ligadas umas com outras de maneira contínua.
  • Devem existir estacionamentos seguros tanto em origem e como no destino dos percursos.
  • O desenho das vias ciclistas deve ser uniforme, de maneira que todos os cidadãos possam perceber com rapidez o uso dessa via, evitando conflitos.
  • As vias devem estar corretamente sinalizadas, incluído os destinos que oferece a cada uma das vias.

Retidão[editar | editar código-fonte]

As bicicletas estão impulsionadas pelo exercício físico das pessoas, por tanto, uma rede ciclista altamente ciclável deve permitir deslocações diretas sem grandes esforços:

  • Os trajetos entre origens e destinos se podem realizar da maneira mais linear possível, sem necessidade de fazer grandes desvios.
  • As vias ciclistas devem percorrer as ruas principais, pois costumam ser as que acolhem a maioria de lojas e serviços.
  • Devem evitar ou minimizar as pendentes.
  • Reduzir o número de detenções como semáforos ou interseções, que requerem um maior esforço físico.

Indicadores de ciclabilidade[editar | editar código-fonte]

Um dos melhores indicadores do grau de ciclabilidade é a proporção equilibrada de gêneros e idades que fazem uso quotidiano da bicicleta. As mulheres, os meninos e as pessoas idosas são quem têm uma maior percepção de insegurança, pelo que se uma cidade tem uma ciclabilidade baixa não considerarão a bicicleta como um meio de transporte habitual. Da maneira contrária, uma composição de utentes da bicicleta similar à estrutura demográfica indicará um espaço altamente ciclável.[4][11]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Los usuarios de los carriles bici crecen en Valencia un 214% en cinco años». El País. 19 de setembro de 2021 
  2. «Las mujeres usan más las bici en Valencia en cuanto aumenta la seguridad». El País. 3 de fevereiro de 2020 
  3. «Se incrementa el uso de la bicicleta en València en las mujeres de entre 25 a 55 años». La Vanguardia. 8 de abril de 2021 
  4. a b «Estrategia estatal por la bicicleta» (PDF). Ministerio de Transportes, Movilidad y Agenda Urbana. Junho, 2021 
  5. «Ir al trabajo en bicicleta mejora la productividad». Cinco Días. 2 de dezembro de 2015 
  6. «Manual de Diseño para el Tráfico de Bicicletas». CROW. Março, 2011 
  7. «Postura de ConBici ante las vías ciclistas». ConBici. Novembro, 2017 
  8. «Manual de parámetros para definir una clasificación según el grado de ciclabilidad» (PDF). Ministerio de Agricultura, Pesca y Alimentación de España. Maio, 2020 
  9. «Plan de ciclabilidad para Burgos 2020». Burgos con Bici. 14 de setembro de 2020 
  10. «Claves para la integración de la bici en la movilidad urbana». ConBici. 13 de outubro de 2020 
  11. «2ª Fase del Plan de Ciclabilidad. 2017-2022. Pamplona-Iruña» (PDF). Ayuntamiento de Pamplona