Chuva congelada – Wikipédia, a enciclopédia livre

Detalhe de uma planta coberta de chuva congelada

A chuva congelada ou chuva congelante é a chuva que cai em estado líquido e congela ao entrar em contato com a superfície. É um tipo de precipitação que começa a cair desde as nuvens à superfície atravessando uma camada atmosférica com temperatura de subcongelamento (temperatura inferior a 0 °C), atingindo então um estado termodinâmico meta estável. Ao impactar com a superfície, a gota recebe a energia necessária para que ocorra a transição de fase, partindo instantaneamente do estado líquido para o sólido. Esta água, então, congelar-se-á ao impactar-se com qualquer objeto que encontre,[1] podendo o gelo acumular-se até vários centímetros, com uma camada de gelo transparente que "vitrifica" os objetos, causando muitas vezes sérios acidentes de trânsito devido ao congelamento instantâneo das pistas.

Mecanismo[editar | editar código-fonte]

Diagrama de temperatura versus altura, para diferentes tipos de precipitação. A linha vermelha mostra como a chuva congelada se forma, com a neve derretendo ao passar pela camada com temperatura mais elevada e, após passar esta camada, entrando no estágio de sobrefusão.

Usualmente, a chuva congelada associa-se com a aproximação de uma frente quente, quando o ar frio, a uma temperatura igual ou inferior ao ponto de congelamento, fica preso aos níveis mais baixos da atmosfera, com correntes de calor moderado nas partes mais altas.[2] Na América do Norte, por exemplo, isto ocorre quando um sistema de baixa pressão move-se desde o vale do Rio Mississippi em direção à cordilheira dos Apalaches e ao vale do Rio São Lourenço, na estação fria do ano, e existe um sistema de alta pressão situando-se mais ao leste. o ar quente do Golfo do México é com frequência o responsável pelas precipitações congeladas.

O ar quente logo é forçado mais acima, onde altera drasticamente a temperatura na camada média, ao redor de 800 milibares. Se a advecção for suficientemente forte para aquecer uma fina camada a vários graus sobre o ponto de congelamento por um breve período, ou uma camada maior levemente acima de 0°C por um período longo, a neve que cair nesta camada fundir-se-á e converter-se-á em gotas de chuva que se congelarão ao atingirem o solo, se este estiver a uma temperatura de 0°C ou inferior.

Efeitos[editar | editar código-fonte]

Linhas de alta tensão congeladas após uma chuva

Com frequência, a chuva congelada causa importantes blecautes. Os cabos cobertos com gelo tornam-se extremamente pesados, o que faz com que se rompam os pólos de apoio, os isolantes e as linhas. Além disso, os galhos das árvores cobertas com muito gelo podem quebrar-se e cair sobre as linhas elétricas. Ademais, o gelo que se forma nas rodovias deixa perigosa a condução de veículos. Diferentemente da neve, o gelo úmido produz uma redução na tração, e os veículos estão mais propensos a deslizar e sofrer acidentes.

Os efeitos na vegetação podem ser graves, pois as plantas não podem suportar o peso do gelo. Algumas árvores, como as coníferas, podem ser vítimas das tempestades de gelo na medida em que suas acículas podem acumular gelo, mas não são capazes de aguentar o peso deste.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. (em inglês) . Glossary of Meteorology Arquivado em 20 de fevereiro de 2008, no Wayback Machine., consultado no dia 8 de dezembro de 2006.
  2. (em inglês) Universidad de Illinois. Cyclones and Fronts: the development of freezing rain. Consultado no dia 8 de dezembro de 2006.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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