Chalé da Praça XV – Wikipédia, a enciclopédia livre

Chalé da Praça XV
Chalé da Praça XV
O Chalé em 2013.
Tipo
Estilo dominante Eclético
Inauguração 22 de novembro de 1885
Website www.chaledapracaxv.com.br
Geografia
País Brasil
Localidade Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Coordenadas 30° 01' 42" S 51° 13' 39" O

O Chalé da Praça XV é um dos mais tradicionais bares e restaurantes de Porto Alegre. Localiza-se no Centro Histórico da cidade, na Praça XV de Novembro, nas imediações do Mercado Público e do Paço Municipal.

História[editar | editar código-fonte]

O primeiro Chalé foi inaugurado em 22 de novembro de 1885, como um quiosque para venda de sorvetes. Foi reformado em 1909 e 1911, e novamente em 1971, após um incêndio. Foi tombado pelo Patrimônio Histórico Municipal, mantendo contudo sua função de restaurante.[1] Em 1999, junto com a recuperação da praça, o edifício foi restaurado, sendo instalado um restaurante-escola do Senac, especializado em culinária gaúcha.[2]

No dia 11 de janeiro de 2011 o chalé e sua praça foram reinaugurados pela Prefeitura, após a recuperação da sua estrutura e ampliação com um edifício anexo em linhas contemporâneas, ao custo de 1,5 milhão de reais.[3][4] O chalé tem uma longa tradição em Porto Alegre, e constitui até os dias de hoje uma área de encontros e lazer bastante frequentada no centro da cidade.[2] Mauro Toralles falou um pouco sobre essa história:

"[...] muitas pessoas, ricas em criatividade, passaram por suas cadeiras. Das conversas de fim de tarde, animadas por uma cervejinha gelada, poemas foram gerados. A burguesia cedeu lugar a artistas e intelectuais, que se adonaram do chalé e o mantiveram em efervescência de 1940 até o final dos anos 50. Dali tudo se via, o Mercado Público, a Rua da Bragança, depois Marechal Floriano, a estação dos bondes, as modas, o bulício que ditava o ritmo da Porto Alegre do começo do século 19.
"Escritor, poeta, acadêmico, folclorista, Augusto Meyer foi um dos frequentadores ilustres. Mas foi o grande Mario Quintana que escreveu assim a respeito do que se passava neste fortim de dois andares: 'O chalé fazia parte da gente. Me lembro do Bilo, com o seu perfil perpendicular de cegonho sábio, o longo bico mergulhado – não no gargalo do gomil da fábula, não propriamente no canecão de chop, que era de fato o que estava acontecendo – mas no poço artesiano de si mesmo'.”.[5]

Características[editar | editar código-fonte]

Construído com elementos desmontáveis de aço, madeira e vidro, seu projeto segue um esquema radiocêntrico. Seu estilo é eclético, e revela a preferência pelo pitoresco da época de sua construção. Encontram-se contudo elementos nitidamente Art Nouveau na decoração, principalmente no gradeamento metálico que cerca a área ao ar livre em torno e fecha o terraço. Os pilares e decorações metálicas, bem como os painéis modulares de madeira e vidro que compõem a fachada, são testemunho das inovações tecnológicas ocorridas na virada do século XX e que influenciaram estilos arquitetônicos.[6]

O pequeno prédio tem dois pavimentos em planta octogonal, mais subsolo e mezzanino, totalizando 195,23 m² de área construída. O térreo é composto pelo salão principal do restaurante, mais uma sala anexa para cozinha e apoio, e o pequeno mezzanino. O piso tem ladrilhos hidráulicos, com motivos geométricos. O piso superior, para o qual se tem acesso através uma escada metálica móvel, mostra uma saleta menor, também octogonal, com telhado ornamentado com lambrequins e contornado por um terraço com grades como parapeito.[6]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Chalé da Praça XV de Novembro.
  2. a b "Porto Alegre brinda o novo Chalé". Correio do Povo, 03/12/1999
  3. "Chalé é reaberto no centro da Capital". Jornal do Comércio, 11/01/2011
  4. Simon, Gilberto. "Casa & Cia: Chalé da Praça XV". Porto Imagem, 25/01/2011
  5. Toralles, Mauro. "Memória Restaurada: Chalé renasce com ampliação". Porto Imagem, 21/01/2011
  6. a b Secretaria Municipal de Cultura. Chalé da Praça XV. Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]