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Cerco de Coimbra 1117
Reconquista

Porta e Torre de Almedina em Coimbra
Data 2 de Junho a 22 de Junho de 1117
Local Coimbra
Desfecho
Beligerantes
Condado de Portugal Império Almorávida
Comandantes
Condessa D. Teresa Ali ibn Iusuf
  • Governador de Córdova Yahya ibn Tashfin[3]
Forças
Desconhecido Desconhecido
Baixas
Desconhecidas Milhares de mortos

O Cerco de Coimbra deu-se em 1117, quando um exército comandado pelo chefe dos Almorávidas Ali Ibn Iusuf cercou a cidade, então defendida pela condessa D. Teresa, mulher do falecido conde D. Henrique e mãe de D. Afonso Henriques. Após terem devastado os arrabaldes, os muçulmanos viram-se obrigados a retirarem-se para Sevilha, não tendo conseguido capturar a cidade ao cabo de vinte dias de ataques.

Contexto[editar | editar código-fonte]

Em 1111, os Almorávidas invadiram Portugal, capturaram Santarém e avançaram até Coimbra.[4]

Os almorávidas haviam previsto atacar Coimbra antes da morte do conde D. Henrique, mas só o fizeram em 1116. Neste ano, as forças almorávidas lideradas por Abdul-Malik tomaram duas fortalezas que protegiam a cidade, Miranda da Beira e Santa Eulália, passaram à espada a guarnição do primeiro e escravizaram a do segundo, incluindo o seu governador, Diogo. Os defensores de Soure abandonaram o seu castelo e refugiaram-se em Coimbra. Este ataque destruiu efectivamente as defesas exteriores de Coimbra.[5]

Em 1117, os almorávidas, liderados por Ali ibn Yusuf invadiram novamente Portugal, desembarcando em Montemor-o-Velho.[6] O chefe almorávida trouxera forças africanas reforçadas por andaluzes, tantos quanto os "grãos de areia do mar", segundo uma crónica.[5]

Cerco[editar | editar código-fonte]

Os almorávidas atacaram os arredores, matando e escravizando. Os portugueses não conseguiram repelir os almorávidas e muitos recuaram para dentro do castelo, onde se encontrava a condessa D. Teresa. A cidade foi cercada por 20 dias e os arrabaldes postos a saque.[7] Os almorávidas submeteram Coimbra a assaltos diários, mas acabaram por não conseguir tomá-la e a cidade intra-muros permaneceu intacta.[8][9][10][11]

Ali então retirou-se da cidade para Sevilha. Manter Coimbra ter-se-ia revelado difícil para os almorávidas defenderem em uma terra hostil.[12][13][14][15]

O cerco de Coimbra marcou o auge do poder almorávida na Península Ibérica.[9] Após a bem-sucedida defesa de Coimbra, a condessa Teresa passou a assinar como "rainha".[16]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Reilly, 1996, p. 143
  2. Freddy Silva: First Templar Nation Simon and Schuster, 2017.
  3. Martim Velho: O Ataque a Miranda, Santa Eulália e Soure em 1116, p. 173.
  4. Muhammad Abdullah Enan, p. 70
  5. a b H. V. Livermore, p. 55
  6. João Diogo Rodrigues de Carvalho, p. 143
  7. H. V. Livermore: A History of Portugal, Cambridge University Press, 1947, p. 56.
  8. "A CRÓNICA DOS GODOS" in O Portal da História at arqnet.pt
  9. a b Bernard F. Reilly, p. 143
  10. Jorge de Alarcão: Coimbra: A Montagem do Cenário Urbano, Imprensa da Universidade de Coimbra / Coimbra University Press, Jan 1, 2008, pp. 204-205.
  11. João Diogo Rodrigues de Carvalho: Santarém e a Reconquista: a Tomada da Cidade, 2022, Universidade de Lisboa, p. 143
  12. The State of Islam in Andalusia, Vol. III: The Era of Almoravids and Almohads, Part 1, p. 81
  13. H. V. Livermore, p. 56
  14. Hugh Kennedy: Muslim Spain and Portugal, A Political History of Al-Andalus.
  15. Brian A. Catlos, p. 28
  16. Freddy Silva