Celso Daniel – Wikipédia, a enciclopédia livre

Celso Daniel
Celso Daniel
20.° Prefeito de Santo André
Período 1º de janeiro de 1997
até 18 de janeiro de 2002
Vice-prefeito João Avamileno
Antecessor(a) Newton Brandão
Sucessor(a) João Avamileno
18.° Prefeito de Santo André
Período 1º de janeiro de 1989
até 1º de janeiro de 1993
Vice-prefeito José Cicote
Antecessor(a) Newton Brandão
Sucessor(a) Newton Brandão
Deputado Federal por São Paulo
Período 1º de fevereiro de 1995
até 1º de janeiro de 1997
Legislatura 50.ª (1995-1999)
1.° e 5.° Presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC
Período 1.° - 1991 até 1992
2.° - 1997
Vice-presidente 1.° - Aparecido Benedito Franco (prefeito de Rio Grande da Serra)
2.° - Gilson Menezes (prefeito de Diadema)
Antecessor(a) 1.° - Cargo Criado
2.° - Valdírio Prisco (prefeito de Ribeirão Pires)
Sucessor(a) 1.° - Valdírio Prisco (prefeito de Ribeirão Pires)
2.° - Maurício Soares (prefeito de São Bernardo do Campo)
Dados pessoais
Nome completo Celso Augusto Daniel
Nascimento 16 de abril de 1951
Santo André, SP
Morte 18 de janeiro de 2002 (50 anos)
Juquitiba, SP
Progenitores Pai: Bruno José Daniel
Alma mater Universidade de São Paulo
Instituto Mauá de Tecnologia
Fundação Getúlio Vargas
Cônjuge Miriam Belchior (c. 1986; d. 1996)
Ivone Santana (c. 1996; m. 2002)
Filhos(as) Liora Santana Daniel
Partido PT (1980-2002)
Profissão engenheiro, professor

Celso Augusto Daniel (Santo André, 16 de abril de 1951Juquitiba, 18 de janeiro de 2002) foi um professor, engenheiro e político brasileiro, filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), exerceu o cargo de prefeito de Santo André por duas vezes: de 1989 a 1993 e de 1997 até 2002, quando foi assassinado.

Origens e formação[editar | editar código-fonte]

Nascido em Santo André, Celso Daniel era filho de Bruno José Daniel, ex-prefeito da sua cidade natal. Estudou filosofia na Universidade de São Paulo e bacharelou-se em engenharia pelo Instituto Mauá de Tecnologia, tendo concluído seu mestrado na Fundação Getúlio Vargas.[1]

Trabalhou no Departamento de Trânsito da Prefeitura Municipal entre 1974 e 1978.[2]

Carreira política[editar | editar código-fonte]

Celso Daniel caminhando ao lado de Luiza Erundina, Mário Covas, Lula e José Dirceu em 1994

Celso Daniel iniciou-se na política em 1982, quando foi candidato à prefeito de Santo André, sendo derrotado por Newton da Costa Brandão, foi candidato novamente em 1988, quando obteve 173 962 votos e foi eleito pela primeira vez para Prefeito de Santo André, permanecendo no cargo até 1992.[1][3]

Nas Eleições de 1994 candidatou-se ao cargo de Deputado Federal pelo Estado de São Paulo e recebeu 96 957 votos, dos quais 71 534 votos só na cidade de Santo André.[3] Permaneceu na Câmara dos Deputados entre 1995 e 1996,[4] quando renunciou para candidatar-se a prefeitura de Santo André pela segunda vez e foi eleito em primeiro turno com 52% dos votos válidos.[1][3][5] Conseguiu ser reeleito nas eleições de 2000 e tinha sido escolhido, no final de 2001, coordenador do programa de governo do PT à Presidência.[6]

Idealizador do Consórcio Intermunicipal Grande ABC,[7] foi presidente da entidade regional por três mandatos: 1991, 1992 e 1995.[8]

Morte[editar | editar código-fonte]

Assassinato[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Caso Celso Daniel

Celso Daniel foi sequestrado na noite do dia 18 de janeiro de 2002 após ter jantado em um restaurante na Alameda Santos, centro da cidade de São Paulo, com o empresário Sérgio Gomes da Silva. O prefeito estava em um Mitsubishi Pajero quando supostamente foi perseguido por três carros, um Santana, um Golf e um Tempra.[9][10]

O prefeito foi retirado do seu veículo na região dos Três Tombos, na Zona Sul de São Paulo, Gomes da Silva foi deixado no local. O corpo de Celso Daniel foi encontrado dois dias depois na Estrada das Cachoeiras, no Bairro do Carmo, na altura do quilômetro 328 da Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), em Juquitiba.[10][11]

O inquérito da Polícia Civil concluiu que Celso Daniel foi sequestrado e morto por uma quadrilha que atuava na Favela Pantanal, na Zona Sul de capital. Segundo o inquérito, os criminosos teriam sequestrado Celso Daniel após perder de vista um empresário não identificado.[10][12] Ao saber que a vítima era o prefeito de Santo André, o líder da quadrilha, Ivan Rodrigues da Silva, conhecido como "Monstro", teria ordenado que ele fosse "dispensado", o que significaria que Celso Daniel deveria ser libertado, porém, José Édson da Silva, outro integrante da facção, teria entendido que ele deveria ser morto. Ele contratou um menor denominado "Lalo", que mais tarde assumiu ter atirado no prefeito na Estrada das Cachoeiras, onde, o corpo dele foi encontrado.[10][13]

Apesar disso, muitas pessoas, entre elas membros da família de Daniel, acreditam que o crime teve motivação política.[10][14] Há, inclusive, pelo menos 7 mortes relacionadas ao ex-prefeito. Entre elas, o garçom Antônio Palácio de Oliveira, que atendeu ao empresário Sérgio Sombra e o então vereador de Santo André Klinger Luiz de Oliveira Souza, do PT. A tese do Ministério Público é que Celso foi vítima de um crime de encomenda, desdobramento de um esquema instalado na própria prefeitura, coordenado por ele, destinado a desviar recursos para o Partido dos Trabalhadores. Membro do grupo, Sérgio Sombra, amigo pessoal do prefeito, é acusado de ser o mandante.[15]

Em 2019, em delação premiada vazada, o empresário e publicitário Marcos Valério acusou e então ex-presidente Lula de ser o mandante do crime.[16][17]

Homenagens póstumas[editar | editar código-fonte]

A Faculdade de Engenharia do Centro Universitário Fundação Santo André, o parque mais antigo da cidade (antigo Parque Duque de Caxias) e a Estação Prefeito Celso Daniel - Santo André da CPTM levam seu nome.[18]

Referências

  1. a b c «Celso Daniel é prefeito de Santo André pela terceira vez». Folha de São Paulo. 2 de outubro de 2000. Consultado em 13 de dezembro de 2022 
  2. «Prefeitos de Santo André». santoandre.sp.gov.br. Consultado em 20 de julho de 2021 
  3. a b c «Cinco Desafios». Teoria e Debate. 25 de janeiro de 1997. Consultado em 12 de dezembro de 2022 
  4. «Biografia do(a) Deputado(a) Federal CELSO DANIEL». Portal da Câmara dos Deputados. Consultado em 18 de dezembro de 2020 
  5. «Maioria dos parlamentares candidatos não consegue se eleger nos municípios». Folha de São Paulo. 7 de outubro de 1996. Consultado em 12 de dezembro de 2022 
  6. «Prefeito coordena programa de governo de Lula». Folha de São Paulo. 20 de janeiro de 2002. Consultado em 12 de dezembro de 2022 
  7. «Comemoração dos 25 anos vai homenagear ex-presidentes do Consórcio nesta noite». consorcioabc.sp.gov.br. Consultado em 12 de junho de 2020 
  8. «Galeria de Presidentes - Consórcio Intermunicipal Grande ABC». consorcioabc.sp.gov.br. Consultado em 12 de junho de 2020 
  9. Silvio, Navarro. Celso Daniel : política, corrupção e morte no coração do PT. [S.l.: s.n.] ISBN 8501107727. OCLC 971955780 
  10. a b c d e Jiménez, Carla (5 de abril de 2016). «"É fácil fazer teoria da conspiração, mas a morte de Celso Daniel não foi política"». EL PAÍS. Consultado em 20 de julho de 2021 
  11. «Júri popular condena 1º réu por morte de Celso Daniel a 18 anos de prisão». R7. Rede Record. Consultado em 18 de novembro de 2010 
  12. «Caso Celso Daniel: crime chocou o país, e investigação assombrou o PT | ReVEJA». VEJA.com. Consultado em 20 de julho de 2021 
  13. Marra, Lívia (1º de abril de 2002), «Veja em detalhes como foi o sequestro do prefeito Celso Daniel», Folha Online .
  14. «Para namorada de Daniel, há "conspiração"». Folha de São Paulo. 21 de dezembro de 2003. Consultado em 1 de julho de 2021 
  15. «CASO CELSO DANIEL 2 – Todos os mortos de uma história com muitos enigmas e nenhuma resposta | Reinaldo Azevedo». VEJA. Consultado em 23 de junho de 2023 
  16. redacaoterra. «Lula mandou matar Celso Daniel, afirma Marcos Valério». Terra. Consultado em 20 de novembro de 2023 
  17. «Marcos Valério cita Lula como um dos mandantes da morte de Celso Daniel». VEJA. Consultado em 20 de novembro de 2023 
  18. Bonilha, Paola Zanei (20 de junho de 2012). «Fundação Santo André comemora meio século de ensino». Prefeitura da Santo André. Consultado em 4 de abril de 2015. No fim dos anos 1990 iniciou-se a transformação das faculdades isoladas, Fafil e Faeco, em Centro Universitário. À mesma época, criou-se a terceira faculdade – a Faeng, Faculdade de Engenharia Celso Daniel. 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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