Castelo de Monforte (Chaves) – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Para outros significados, veja Castelo de Monforte.

Castelo de Monforte (Chaves)
Castelo de Monforte de Rio Livre, Portugal.
<div style="position:absolute;top:Erro de expressão: Operador * inesperadopx; left:Erro de expressão: Operador * inesperadopx; width:3px; height:3px; background:#FF0000" title="Localização" onmouseover="width:5px;height:5px;">
Construção ()
Estilo
Conservação
Homologação
(IGESPAR)
MN
Aberto ao público
Site IHRU, SIPA4195
Site IGESPAR73390

O Castelo de Monforte, também referido como Castelo de Monforte de Rio Livre, em Trás-os-Montes, localiza-se na freguesia de Águas Frias, povoação de Monforte, município de Chaves, distrito de Vila Real, em Portugal.[1]

Albergou as principais instituições do antigo concelho de Monforte de Rio Livre, que existiu entre 1273 e 1853.

Ergue-se sobre uma das escarpas da serra do Brunheiro, em posição dominante sobre a povoação e a ribeira de Águas Livres.

O Castelo de Monforte está classificado como Monumento Nacional desde 1950.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

A primitiva ocupação humana de seu sítio remonta a um castro pré-histórico, conforme testemunhos arqueológicos. Quando da Invasão romana da Península Ibérica, devido à proximidade da estrada romana que ligava Astorga a Braga, foi reocupado, conforme o testemunho de duas aras, uma das quais dedicada ao deus Larouco.

O castelo medieval[editar | editar código-fonte]

Monforte de Rio Livre veio a integrar o território português logo que se constituiu a nacionalidade. A mais antiga referência ao castelo medieval remonta ao século XII, num documento que cita um nobre tenente (tenens) do castelo. O julgado de Rio Livre foi instituído em 1267. Em 1273 a povoação recebeu foral de D. Afonso III (1248-1279), quando devem ter se iniciado as obras de reforma do conjunto que, em sua maior parte, chegou até aos nossos dias. Este soberano alçou a vila a cabeça de território, dentro do mesmo processo de organização da fronteira setentrional que deu origem, por exemplo, ao Castelo de Montalegre. Institui-lhe ainda uma feira de dois dias.

Os trabalhos de edificação prosseguiram no reinado de seu filho e sucessor, D. Dinis (1279-1325), vindo a estar concluídos em 1312, quando apresentava uma sólida torre de menagem e muros reforçados por três torres. Nesse período se documenta a presença de um alcaide na localidade e se verifica um forte crescimento do espaço urbano da vila, com a ampliação da cerca da vila.

A vila recebeu foral passado por D. Afonso IV (1325-1357).

Quando da eclosão da crise de 1383-1385 a vila e seu castelo tomaram o partido por D. Beatriz, vindo a aceitar D. João I (1385-1433) no contexto da campanha empreendida por este soberano no Norte de Portugal. Visando incrementar o seu povoamento e defesa, a pedido do alcaide, D. Álvaro Gonçalves de Ataíde, este monarca instituiu na vila um couto para cinquenta homiziados (salvo traidores ou aleivosos) (1420). Acredita-se que seja deste período a construção da barbacã e do fosso que cercavam o castelo no início do século XVI, conforme figurado por Duarte de Armas (Livro das Fortalezas, c. 1509), que observou contar a vila "X ou XII vizinhos e todas as outras casas sam derrybadas e feytas em pardieiros". Para atender a esse estado de coisas, a vila recebeu o Foral Novo de D. Manuel I (1495-1521).

Da Guerra da Restauração aos nossos dias[editar | editar código-fonte]

No contexto da Guerra da Restauração da independência portuguesa, o Conselho de Guerra de D. João IV (1640-1656) determinou a modernização das defesas de Monforte, adaptando-as aos tiros da artilharia. Desse modo, foram erguidos um meio-baluarte e outras estruturas, a leste da torre de menagem medieval.

Os domínios de Monforte de Rio Livre foram mantidos pela Casa do Infantado, instituída pelo Infante D. Francisco, filho de D. Pedro II (1667-1706) e irmão de D. João V (1706-1750).

Uma planta do século XVIII documenta o estado de ruína da sua fortificação, quando habitariam a vila cerca de 381 habitantes.

Em inícios do século XIX, no bojo de conjunto nacional de obras de beneficiação das fortificações, foi artilhada com quatro peças.

Com a extinção do Concelho (6 de Novembro de 1853), o castelo foi abandonado, assim como a povoação.

O castelo encontra-se classificado como Monumento Nacional, por Decreto publicado em 5 de Janeiro de 1950, quando se fez sentir a intervenção do poder público através de obras de consolidação e recuperação. Mais recentemente, na década de 1990, procedeu-se a uma nova campanha de beneficiação, quando se procedeu uma pequena investigação arqueológica.

Atualmente, a zona envolvente do castelo é palco, anualmente no verão, de uma concorrida recriação da feira medieval com trajes, jogos e artigos de época.

Características[editar | editar código-fonte]

O castelo medieval, com muralhas em granito, abundante na região, resiste em condições razoáveis. Nelas se rasgam duas portas, pelas quais se acede o pátio de armas:

  • a Porta da Vila, a Oeste, em arco quebrado, mais larga, comunicando com a vila medieval; e
  • a Porta da Traição, a Sul, em arco de volta perfeita, com vão mais estreito.

O topo das muralhas é percorrido por um adarve, por onde se acede, através de uma porta, o interior da Torre de Menagem. Esta apresenta planta quadrangular, coroada por uma fileira de mísulas tripartidas, estando dividida internamente em três pavimentos, iluminados por frestas rasgadas nas paredes. É acedida, ao nível do pavimento intermediário, por uma porta elevada, em arco de volta perfeita. No pavimento inferior abre-se a cisterna com teto abobadado.

Da antiga cerca da vila, onde se rasgavam primitivamente três portas, resta apenas a chamada Porta do Galeão.

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Commons Imagens e media no Commons
Commons Categoria no Commons