Casa de Mirranes – Wikipédia, a enciclopédia livre

A Casa ou família de Mirranes, também designada casa/família mirrânida ou casa/família de Miran/Meran (também grafado Mihrān/Mehrān), foi uma das principais famílias nobres iranianas (šahrdārān), uma das sete grandes casas do Império Sassânida que reivindicaram descender da dinastia arsácida da Pártia.[1] Um ramo da família formou a linha mirrânida dos reis da Albânia e a dinastia cosroida da Ibéria.[2]

História[editar | editar código-fonte]

A família é mencionada pela primeira vez em meados do século III numa inscrição trilíngue no Cubo de Zaratustra, que aborda as atividades políticas, militares e religiosas de Sapor I (r. 240–270), o segundo xá sassânida. A família permaneceu como os "marqueses" hereditários de Rei através do período sassânida.[3] Durante o século IV, os ramos alegadamente derivados dessa família tomaram a coroa de três reinos do Cáucaso: Ibéria (cosroidas), Gogarena e Albânia/Gardamana (mirrânidas).[4] Vários membros da família serviram como generais nas guerras romano-persas, onde são mencionados simplesmente como Mirã ou Mirranes (Μιρράνης) nas fontes gregas. De fato, Procópio de Cesareia, em sua História das Guerras, afirma que o nome Mirranes é um título equivalente a general.[5][3]

Notáveis membros do clã mirrânida incluem: Mir-Sapor, que participou no Concílio de Selêucia-Ctesifonte;[6] Vemir-Sapor (428–442), o primeiro marzobã da Armênia;[7] Sapor Mirranes, o marzobã da Armênia em 482;[8] Isdigusnas, general na Armênia contra revoltosos locais;[9] Isdigusnas, um dos vizires de Cosroes I (r. 531–579);[10] Fabrizo, general na Guerra Lázica;[11] Perozes, o comandante-em-chefe sassânida durante a Guerra Anastácia[12] e a Batalha de Dara;[13] Mirranes, o Servo de Mitra, que lutou contra os bizantinos na Armênia em 572;[14] Glones Mirranes, que lutou contra os bizantinos na Armênia em 572-573;[15] e Vararanes VI (590 591),[16] que liderou um golpe contra Cosroes II (r. 590–628) e brevemente usurpou a coroa de 590 a 591.[17]

Referências

  1. Yarshater 1968, p. XLII.
  2. Yarshater 1968, p. lVIII.
  3. a b Dodgeon 1991, p. XX.
  4. Toumanoff 1961, p. 38.
  5. Procópio de Cesareia, I.13.16.
  6. Shayegan 2003, p. 93-95.
  7. Grousset 1947, p. 182-184.
  8. Grousset 1947, p. 221-223.
  9. Pourshariati 2008, p. 71-74.
  10. Pourshariati 2008, p. 102.
  11. Martindale 1992, p. 1014.
  12. Procópio de Cesareia século VIb, II.2.19.
  13. Procópio de Cesareia, I.13-14.
  14. Grousset 1947, p. 242-245.
  15. Dodgeon 1991, p. 149-150.
  16. Yarshater 1968, p. 163.
  17. Shahbazi 1988, p. 514-522.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Dodgeon, Michael H.; Lieu, Samuel N. C. (2002). The Roman Eastern Frontier and the Persian Wars (Part I, 226–363 AD). Londres: Routledge. ISBN 0-415-00342-3 
  • Grousset, René (1947). Histoire de l'Arménie: des origines à 1071. Paris: Payot 
  • Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press. ISBN 0-521-20160-8 
  • Pourshariati, Parvaneh (2008). Decline and Fall of the Sasanian Empire: The Sasanian-Parthian Confederacy and the Arab Conquest of Iran. Nova Iorque: IB Tauris & Co Ltd. ISBN 978-1-84511-645-3 
  • Toumanoff, Cyril (1961). «Introduction to Christian Caucasian History, II: States and Dynasties of the Formative Period». Traditio 17 
  • Yarshater, Ehsan (1968). The Cambridge History of Iran, Vol. 3 : The Seleucid, Parthian, and Sasanian periods. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-20092-9