Casa da Dinda – Wikipédia, a enciclopédia livre

Casa da Dinda
Casa da Dinda
Entrada da Casa da Dinda
Nomes anteriores Casa Pirangi
Tipo Mansão
Estilo dominante Neoclássico
Início da construção 1964 (60 anos)
Geografia
País Brasil
Coordenadas 15.7738547° S 47.8159916° E

Casa da Dinda é a mansão da família Collor de Mello em Lago Norte, no Distrito Federal, e foi a escolha do então eleito presidente Fernando Collor de Mello como moradia oficial na sua passagem pela Presidência da República. Fica localizada, mais precisamente, no Trecho 10, Conjunto 1-5 - Setor de Mansões de Lago Norte.

Anteriormente chamada de Casa Pirangi, quando o ex-governador do Rio Grande do Norte Sílvio Pizza Pedrosa passou a exercer o cargo de subchefe da Casa Civil nos governos Juscelino Kubitschek e João Goulart, construindo a residência no setor de mansões de Lago Norte, a mansão foi comprada por Arnon Afonso de Farias Mello, em 1964.

Recebeu então o novo nome, Casa da Dinda, em homenagem à avó de dona Leda Collor, mãe do ex-presidente e esposa de Arnon, então senador.

Fernando Collor escolheu a mansão como opção contra as residências funcionais, o Palácio da Alvorada e a Granja do Torto, que em sua concepção eram "escolha de marajás". Ele ficou famoso por ser o "caçador de marajás".

Imediatamente se tornou rota dos grupos turísticos e escolares, que compareciam aos montes nos domingos, esperando-o deixar a mansão para fazer sua tradicional caminhada de 30 minutos. Rosane Malta, sua ex-esposa, fez revelações surpreendentes, afirmando em livro que os jardins da residência oficial foram usados para o sacrifício de animais em rituais de magia negra: "Quando tudo acabava, ficava uma sujeira danada, sangue espalhado".

Jardins[editar | editar código-fonte]

A propriedade de 13 mil m² foi alvo do paisagista José Roberto Nehring, dono da Brasil's Garden, que plantou ao redor da mansão 200 árvores de grande porte e outras 40 frutíferas. Mas sem dúvida o maior destaque ficou por conta das portentosas e polêmicas cachoeiras motorizadas, inseridas em meio a lagos artificiais.

Embora o ex-presidente tenha negado em entrevista à Rede Record, caiu em domínio público que um lago do jardim recebia água filtrada e oxigenada do Lago Paranoá, antes de chegar às carpas japonesas.

Collor teria dito: "Nunca tive carpas aqui, gostaria de ter tido".

No que o repórter rebateu: "Nem lambaris?" Rindo, o ex-presidente concluiu: "Nem lambaris".

Também caiu em domínio público que a reforma dos jardins da Dinda realizada entre 1989 e 1992 teriam custado US$ 2.5 milhões, pagos pelo esquema PC Farias.[1]

Através de fotos feitas pela Revista Veja em sua edição de 9 de setembro de 1992, na matéria As Floridas Cachoeiras da Corrupção, o povo brasileiro ficou sabendo do suntuoso jardim de marajá que Fernando Collor havia construído para si mesmo. Surgiram até termos como "babilônicos" jardins e coisas do tipo.

Foi considerado um dos pontos altos do escândalo que tirou o presidente do poder.

Abandono[editar | editar código-fonte]

Após a renúncia e cassação dos direitos políticos, Fernando Collor mudou-se para Miami e abandonou a mansão, que sofreu com o tempo e o descuido.

As fontes secaram, as cachoeiras quebraram e tornaram-se depósitos de entulho. A piscina se encheu de lama, sendo que uma das árvores rompeu seus azulejos e os toldos da varanda rasgaram, além de outros sinais de abandono.

Jornais como o Correio Braziliense e o Estadão chegaram a fazer reportagens sobre a decadência da mansão que serviu de residência oficial.

Reforma[editar | editar código-fonte]

Antes de ser eleito senador por Alagoas em 2006, Fernando Collor promoveu uma reforma em sua antiga mansão, mas pouco sabe-se sobre o resultado da reforma.

Quando voltou a morar em Brasília, em 2007 --ano seguinte à eleição para o Senado pelos alagoanos--, Collor chegou a dizer que não voltaria a morar no local por trazer “más lembranças”, optando pela moradia funcional do Senado Federal. Pouco tempo depois, porém, ele deixou o imóvel funcional do Senado e passou a viver na casa com a mulher, Caroline, e as filhas.[2]

Em 24 de abril de 2022, a 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, confirmou a condenação do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) por uso indevido da cota parlamentar, determinando que o ex-presidente devolva dinheiro público usado para cobrir gastos com serviços como segurança, portaria, jardinagem e limpeza em seu imóvel conhecido como ‘Casa da Dinda’, em Brasília. Na avaliação do colegiado, foi comprovado que os serviços contratados possuem ‘relação direta’ com a vida privada e familiar do senador e não com a atividade parlamentar.[3]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Tavares, Jamila (29 de setembro de 2012). «Símbolo do poder na era Collor, Casa da Dinda não tem mais moradores». G1. Consultado em 6 de junho de 2022 
  2. «Casa da Dinda, de Collor, é marcada por magia negra e reforma dos jardins». noticias.uol.com.br. Consultado em 30 de janeiro de 2023 
  3. «Tribunal manda Collor devolver dinheiro gasto na manutenção da casa da Dinda». CNN Brasil. Consultado em 30 de janeiro de 2023