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Carazinho
  Município do Brasil  
Vista aérea de Carazinho
Vista aérea de Carazinho
Vista aérea de Carazinho
Símbolos
Bandeira de Carazinho
Bandeira
Brasão de armas de Carazinho
Brasão de armas
Hino
Gentílico carazinhense
Localização
Localização de Carazinho no Rio Grande do Sul
Localização de Carazinho no Rio Grande do Sul
Localização de Carazinho no Rio Grande do Sul
Carazinho está localizado em: Brasil
Carazinho
Localização de Carazinho no Brasil
Mapa
Mapa de Carazinho
Coordenadas 28° 17' 02" S 52° 47' 09" O
País Brasil
Unidade federativa Rio Grande do Sul
Municípios limítrofes Coqueiros do Sul e Almirante Tamandaré do Sul a norte, Não-Me-Toque e Colorado a sul, Passo Fundo a leste, Chapada e Santa Bárbara do Sul a oeste, Pontão e Coqueiros do Sul a nordeste, Chapada a noroeste, Santo Antônio do Planalto a sudeste e Saldanha Marinho a sudoeste
Distância até a capital 289 km
História
Fundação 24 de janeiro de 1931 (93 anos)
Administração
Prefeito(a) Milton Schmitz (MDB, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [1] 666,694 km²
População total (2022) [2] 61 804 hab.
 • Posição RS: 36º BR: 533º
Densidade 92,7 hab./km²
Clima Temperado
Altitude 603 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (2010) [3] 0,766 alto
 • Posição RS: 39º BR: 274º
PIB (2020) [4] R$ 3 100 917,40 mil
 • Posição RS: 29º BR: 360º
PIB per capita (2020) R$ 49 801,93
Sítio www.carazinho.rs.gov.br (Prefeitura)
www.camaracrz.rs.gov.br (Câmara)

Carazinho é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul. Localiza-se na latitude 28º17'02" sul e longitude 52º47'11" oeste, altitude de 603 metros acima do nível do mar. Sua população em 2022 era de 61 804 habitantes, de acordo com o Censo do IBGE.[5]

A distância rodoviária até Porto Alegre, capital administrativa estadual, é de 287 quilômetros.[6]

História[editar | editar código-fonte]

As terras do atual município faziam parte da redução jesuítica de Santa Teresa, Província das Missões, por volta de 1634, então subordinada ao governo espanhol. Em 1637 foi totalmente destruída pelos bandeirantes e posteriormente abandonada. Em 1750, com o Tratado de Madrid, passou a ser território português.[7]

Em 1809, foi delimitada como parte do município de Rio Pardo e, em 1817, de São Luís de Leal Bragança. Em 1827, surgiu a primeira fazenda destinada à pecuária, de propriedade do Alferes Rodrigo Félix Martins, nas proximidades do atual distrito de Pinheiro Machado. Em 1833 passou a fazer parte de São Borja e, finalmente, em 1834, de Cruz Alta.[8]

Em 1872, Possidônio Ribeiro de Sant'Ana Vargas doou terras para a Mitra Diocesana, destinada a construção de uma capela e início da formação do povoado Arraial de Carazinho, em homenagem a Pedro Vargas. O povoado surgiu com a construção da capela do Senhor Bom Jesus de Iguapé, em 1880. Mais tarde chegaram imigrantes alemães, italianos e russos que se dedicaram à lavoura em pequenas propriedades. Em 1896, o 4º Distrito de Passo Fundo, denominado de Jacuizinho, foi dividido em 3 seções, e uma delas passou a se chamar Carazinho. Em 24 de janeiro de 1931, Carazinho foi emancipado e em 1938 elevado à categoria de município.[9]

Economia[editar | editar código-fonte]

A economia local é baseada na agricultura, pecuária e indústria.

Educação[editar | editar código-fonte]

Conta com 46 escolas de ensino fundamental e médio, além de duas universidades:

Há unidades de todos os segmentos do Sistema S (SEST SENAT, SENAI e SENAC), onde são ofertados cursos profissionalizantes.

Energia[editar | editar código-fonte]

A Centrais Elétricas de Carazinho S/A - ELETROCAR, é uma empresa de economia mista, da qual o maior acionista é a Prefeitura de Carazinho, com duas usinas hidrelétricas: a PCH Mata Cobra, com 2,88 MW, e a PCH Colorado, com 1,12 MW.[10]

Saúde[editar | editar código-fonte]

O Hospital de Caridade de Carazinho (HCC) atende pelo SUS e é mantido e pela comunidade.[11]

Mídia[editar | editar código-fonte]

Televisão

Conta com uma emissora de televisão da Rede Pampa de Comunicação, a TV Pampa Norte, canal 9 VHF e 9.1 Digital UHF (26 Virtual), afiliada à RedeTV!.

Transportes[editar | editar código-fonte]

Rodoviário[editar | editar código-fonte]

Ferroviário[editar | editar código-fonte]

Aéreo[editar | editar código-fonte]

  • Aeroporto de Carazinho

Turismo[editar | editar código-fonte]

Jockey Clube Carazinhense[editar | editar código-fonte]

Entidade voltada o turfe, promove corridas na chamada cancha reta.[12]

Museu Olívio Otto[editar | editar código-fonte]

Fachada do Museu Olívio Otto

Em 1957, Antônio Carlos Otto, popularmente conhecido como Negão, morreu em consequência de um desastre de avião. Desejando perpetuar a lembrança do filho, seu pai, Olívio Otto, iniciou uma coleção particular de peças históricas, da qual o primeiro exemplar foi um pedaço de uma das asas do avião acidentado. Com doações da comunidade o acervo cresceu no decorrer dos anos.

Em 1972, a coleção passou para a administração municipal, no então denominado Museu Regional do Planalto, considerado uma referência cultural e histórica do município de Carazinho, atraindo inúmeros visitantes.

Em 1991, Olívio Otto morre, e após mobilização da comunidade, em 1993, a casa passa a se chamar Museu Regional Olívio Otto.

O acervo reúne cerca de vinte mil peças e está catalogado da seguinte maneira: Icnografia (4 500 peças), Armaria (539 peças), Arte Sacra (1 041 peças), Museu de Cera (38 peças), Zoologia (por animais taxidermizados, representando a fauna típica da região do Planalto do Rio Grande do Sul, do país e do exterior), mineralogia (1 176 peças), instrumentos musicais (1 340 peças), máquinas, utensílios domésticos, variedades e porcelanas (3 500 peças).[13]

Parque Municipal João Xavier da Cruz[editar | editar código-fonte]

Localizado às margens da antiga estrada Carazinho-Passo Fundo (Estrada Bela Vista), com 217 hectares.[14][15]

Antes denominado Parque da Cidade, a reserva florestal recebeu a nova denominação, sugerida e aprovada pela Câmara de Vereadores e transformada em lei, em homenagem ao ecologista João Alberto Xavier da Cruz, professor, advogado e historiador, que se destacou como um dos mais ferrenhos defensores do parque.

Devido à frequência de papagaios-charão, Amazona pretrei, que transformaram o local em dormitório, o parque alcançou repercussão nacional, o que atraiu pesquisadores de várias partes do mundo para observar o comportamento da ave. Com a constatação da presença da espécie, considerada espécie em extinção, ambientalistas pressionaram a administração e o parque foi transformado em um Parque Municipal direcionado para utilização sustentável, notadamente educação ambiental e turismo regrado.

Atualmente está em estudo um novo plano de manejo, com trilhas para caminhadas entre as árvores nativas, com o objetivo de atrair turistas, estudantes e pesquisadores.

Parque de Exposições Vali Albrecht[editar | editar código-fonte]

Às margens da BR-386, distante 7 quilômetros da cidade, localiza-se o Parque de Exposições Vali Albrecht, com uma área de 19,8 hectares, 5 pavilhões e espaço para rodeios. Ali se desenvolvem anualmente eventos diversos, destacando-se a EXPOCAR - Exposição Feira de Carazinho, que reúne expositores de segmentos industriais e comerciais.[16]

O parque é também local para o Rodeio Cidade de Carazinho, a Feira do Terneiro e a Feira do Gado Leiteiro, além de diversas outros eventos do setor agropecuário regional.

Aeroclube de Carazinho[editar | editar código-fonte]

Com mais de 60 anos de atividade, além de ser uma escola de formação de pilotos e paraquedistas, realiza voos panorâmicos, viagens de lazer e demonstrações aéreas.[17]

Carazinho conta também com um Aeroclube de Planadores filiado à FBVV - Federação Brasileira de Voo a Vela.[18]

Monumento ao Gaúcho Bombeador[editar | editar código-fonte]

Esculpido por Vasco Prado, foi inspirado na figura de Pedro Vargas, fundador de Carazinho. Na Praça das Bandeiras, na Avenida Flores da Cunha, em frente à Estação Rodoviária.

Centros de Tradição Gaúcha[editar | editar código-fonte]

Carazinho preza muito a tradição gaúcha, e dispõe dos CTGs: Rincão Serrano, Unidos pela Tradição Rio-Grandense, Alfredo D'Amore, Vento Minuano e Pedro Vargas.

Geografia[editar | editar código-fonte]

Limites do Município:[19]

Clima[editar | editar código-fonte]

Carazinho possui clima temperado, com uma temperatura média entre 18 °C e 30 °C, nos meses mais quentes e entre -5 °C e 15 °C nos meses mais frios. Possui as quatro estações bem definidas: verão quente e úmido, outono com temperaturas relativamente baixas com o passar dos dias, inverno frio, tornando-se comum o fenômeno da geada e nevoeiros, mais ocasionalmente a ocorrência de neve, e primavera com temperaturas amenas que se elevam com o passar dos dias.[20]

Dados climatológicos para Carazinho
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima recorde (°C) 35,6 35,1 35,9 33,1 30,6 27,2 28,4 31,6 33 34,5 35,2 36,8 36,8
Temperatura máxima média (°C) 28,3 27,6 27,1 24,3 20,7 18,6 18,1 20,2 21 24 26,5 28,3 23,7
Temperatura média compensada (°C) 22,2 21,7 20,7 18 14,8 13,1 12,4 14,1 15,1 18 20 21,8 17,7
Temperatura mínima média (°C) 17,7 17,4 16,4 13,8 11 9,5 8,5 9,7 10,8 13,4 14,8 16,8 13,3
Temperatura mínima recorde (°C) 9,4 7,2 4,5 1,6 −1,5 −2,6 −3,5 −2,9 −2,5 2,8 3,5 6,5 −3,5
Precipitação (mm) 159,7 140,9 121,5 138,9 159,4 148 180,9 137,9 174,3 225 158,8 162,2 1 907,5
Dias com precipitação (≥ 1 mm) 11 11 10 9 8 9 10 8 10 11 9 10 116
Umidade relativa compensada (%) 72,6 75,6 74,5 73,1 75,9 78,2 76,4 71,7 72,2 71,4 66,3 66,5 72,9
Horas de sol 236,9 203,5 213,3 189,1 177,1 146 169,8 173,8 166,1 186,9 229,2 250,1 2 341,8
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) (normal climatológica de 1981-2010;[21] recordes de temperatura de 1961 a 1984, 1988 a 1989 e a partir de 1991)[22][23]

Filhos ilustres[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Cidades e Estados». IBGE. 2021. Consultado em 12 de maio de 2023 
  2. «IBGE Cidades». IBGE. 2023. Consultado em 24 de abril de 2024 
  3. «Ranking». IBGE. 2010. Consultado em 12 de maio de 2023 
  4. «Produto Interno Bruto dos Municípios - 2010 a 2020». IBGE. 2020. Consultado em 12 de maio de 2023 
  5. «IBGE Cidades». cidades.ibge.gov.br. Consultado em 24 de abril de 2024 
  6. «Rome2Rio - distâncias» 
  7. «Histórico de Carazinho - IBGE». cidades.ibge.gov.br. Consultado em 24 de abril de 2024 
  8. «História de Carazinho». www.riogrande.com.br. Consultado em 9 de fevereiro de 2023 
  9. «Carazinho comemora 82 anos - Rádio Simpatia - A força da Comunicação!». www.radiosimpatia.com.br. Consultado em 13 de janeiro de 2021 
  10. «Eletrocar » Historia». www.eletrocar.com.br. Consultado em 26 de maio de 2019 
  11. «História | HCC». www.hcc.org.br. Consultado em 26 de maio de 2019 
  12. Branding, Alpina Digital (31 de outubro de 2019). «Da Fazenda Colorado ao Jockey Club Carazinhense». Diário da Manhã. Consultado em 18 de dezembro de 2019 
  13. «Museu Olívio Otto - Home». museuoliviootto.com.br. Consultado em 18 de dezembro de 2019 
  14. «Prefeitura de Carazinho - RS». www.carazinho.rs.gov.br. Consultado em 18 de dezembro de 2019 
  15. «Parque Natural Municipal João Alberto Xavier da Cruz». Sema - Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura. 10 de janeiro de 2019. Consultado em 18 de dezembro de 2019 
  16. Digital - #adDesign, http://www addesign com br/-Agência. «Carazinho pode ter nova edição da Expocar». Câmara Municipal de Vereadores de Carazinho. Consultado em 18 de dezembro de 2019 
  17. «Aeroclube Carazinho : Aeroclube». www.aerocarazinho.com.br. Consultado em 18 de dezembro de 2019 
  18. http://planadores.org.br/onde/riograndedosul.htm
  19. [1]
  20. «Clima característico em Carazinho, Brasil durante o ano - Weather Spark». pt.weatherspark.com. Consultado em 26 de maio de 2019 
  21. «NORMAIS CLIMATOLÓGICAS DO BRASIL». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 5 de maio de 2019 
  22. «BDMEP - série histórica - dados diários - temperatura mínima (ºC) - Passo Fundo». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 22 de agosto de 2014 
  23. «BDMEP - série histórica - dados diários - temperatura máxima (ºC) - Passo Fundo». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 22 de agosto de 2014 
  • Livro: Vargas, Alvaro Rocha. Do Caapi ao Carazinho: notas sobre trezentos anos de história : 1631-1931

Ver também[editar | editar código-fonte]