Campina – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Este artigo é sobre um tipo de bioma. Para a cidade da Rômena, veja Câmpina. Para o bairro da capital paraense, veja Campina (Belém). Para outros significados, veja Campina (desambiguação).

Campina é um tipo de bioma terrestre formado por campos completamente despidos de árvores (campos limpos), em oposição aos campos arborizados (savanas), e que ocorre em várias regiões do Brasil.[1] A campina pode ocorrer tanto em condições naturais, como artificiais, provocadas pelo homem.[2] Distingue-se da savana por ser completamente desarborizada.[3]

Terminologia[editar | editar código-fonte]

O sentido do termo apresenta diferenças entre os autores.[4]

Martius (1824), na região amazônica, já citava a distinção entre "mato virgem" (florestas), "gabós" (igapós) e "campinas".[5]

Gonzaga de Campos (1912, 1926) definiu as campinas como áreas com predominância de gramíneas e plantas herbáceas, sem adapatações ao xerofitismo. Logo, o termo é usado no sentido de campos de várzea ou inundação, ocorrendo na Amazônia, Pantanal, Vale do Paraíba, Alto Tietê, e diversas outras regiões.[6]

Sampaio (1938) distinguiu as campinas e as campinaranas (chamando estas de "campinas falsas", por terem árvores).[1]

Dücke e Black (1954) usaram o termo campina para as clareiras de gramíneas na Amazônia (com flora pertencente às caatingas amazônicas). Distinguiram também os campos de várzea e campos firmes (com flora do Cerrado) e as campinaranas (definidas como transição entre as florestas e os campos e campinas).[7] Da mesma maneira, Veiga (1977) define a campinarana como transição entre campina e savana.[2].

O IBGE (2012) usa o termo "campina" para os campos do Brasil Meridional, desencorajando seu uso como sinônimo para as campinaranas amazônicas.[8]

Referências

  1. a b Sampaio, A. J. (1938). Fitografia do Brasil. 2a. ed. rev. e aum. São Paulo: Ed. Nacional. 334 p. Cf. p. 53, 177, 181. link, link. (Brasiliana, v. 35) [1a. ed., 1934; 3a. ed., 1945.]
  2. a b VEIGA, A. A. (1977). Glossário em Dasonomia. São Paulo: Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura, Coordenadoria da Pesquisa de Recursos Naturais, Instituto Florestal. p. 12 
  3. Tipos e aspectos do Brasil: excertos da Revista brasileira de geografia. [S.l.]: Secretaria de Planejamento da Presidência da República, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Directoria Técnica, Departamento de Documentação e Divulgação Geográfica e Cartográfica. 1975. p. 16 
  4. WALTER, B. M. T. (2006). Fitofisionomias do bioma Cerrado: síntese terminológica e relações florísticas. Tese de Doutorado, Universidade de Brasília, [1].
  5. Martius, C. F. P. von. (1824). Die Physiognomie des Pflanzenreiches in Brasilien. Eine Rede, gelesen in der am 14. Febr. 1824 gehaltnen Sitzung der Königlichen Bayerischen Akademie der Wissenschaften. München, Lindauer, Brasiliana, Google. [Tradução: "A fisionomia do reino vegetal no Brasil", por E. Niemeyer e C. Stellfeld. Arquivos do Museu Paranaense, v. 3, p. 239-271, 1943, pdf, Google; Boletim Geografico, v. 8, n. 95, p. 1294-1311, 1951, pdf, Google.] [Cf. p. 1299.]
  6. Gonzaga de Campos, L.F. (1912). Mappa florestal. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio; Serviço Geológico e Mineralógico; Typ. da Directoria do Serviço de Estatistica, 1912. link. [Acompanha um mapa: Mattas e Campos no Brasil, 1911, link.] [2a ed., 1926, link.]
  7. Dücke, A.; Black, O. A. (1954). Notas sobre a fitogeografia da Amazônia Brasileira. Bol. Técn. IAN, Belém, 29: 1-62. [2].
  8. IBGE (2012). Manual Técnico da Vegetação Brasileira. 2a ed. Rio de Janeiro: IBGE. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/recursosnaturais/vegetacao/manual_vegetacao.shtm>.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Guimarães, F. S., & Bueno, G. T. (2016). As campinas e campinaranas amazônicas/The amazonian campinas and campinaranas. Caderno de Geografia, 26(45): 113-133, [3].
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