Campanha de Desafio – Wikipédia, a enciclopédia livre

A Campanha de Desafio contra Leis Injustas foi o movimento de resistência ao apartheid na África do Sul, promovida pelo Congresso Nacional Africano (CNA) iniciada em dezembro de 1951.

Em congresso realizado em Blumefontaina, o CNA declarou:

"Todas as pessoas, independentemente do grupo nacional a que pertencem e, independentemente da cor da sua pele, que fizeram a África do Sul a sua casa, tem direito a viver uma vida plena e livre.
Plenos direitos democráticos, com direito de voz para opinar nos assuntos do governo, são direito inalienável de todo sul-africano - um direito que deve ser realizado agora, se a África do Sul tiver que salvar-se do caos social, da tirania e dos males decorrentes da negação existente sobre grandes massas da população alegando motivos de raça e cor.
A luta que as organizações nacionais do povo não-europeu estão a realizar não é dirigida contra qualquer raça ou grupo nacional. É contra as leis injustas que mantêm em sujeição perpétua e em miséria vastas seções da população. É para a criação de condições que irão restaurar a dignidade humana, igualdade e liberdade a todos os sul-africanos.[nota 1]

A desobediência civil teve início a 26 de junho de 1952, com a adesão do Congresso Indiano da África do Sul (SAIC), e visavam combater seis leis do apartheid,[1] dentre as quais a lei do passe, segundo a qual para se deslocar todo negro deveria portar um documento, que poderia ser exigido por qualquer autoridade branca.[2]

Como reação o governo aprovou em 1953 a Lei de Segurança Pública, que estabeleceu o estado de emergência e promoveu a prisão de 98 brancos, 36 mestiços, 90 asiáticos e 11.279 africanos,[2] dentre os quais os irmãos Maulvi e Yusuf Cachalia, e Nelson Mandela.[1]

Notas e referências

Notas

  1. Uma livre tradução para:All people, irrespective of the national group they belong to and irrespective of the colour of their skin, who have made South Africa their home, are entitled to live a full and free life.
    Full democratic rights with direct say in the affairs of the government are the inalienable right of every South African - a right which must be realised now if South Africa is to be saved from social chaos and tyranny and from the evils arising out of the existing denial of the franchise of vast masses of the population on the grounds of race and colour.
    The struggle which the national organisations of the non-European people are conducting is not directed against any race or national group. It is against the unjust laws which keep in perpetual subjection and misery vast sections of the population. It is for the creation of conditions which will restore human dignity, equality and freedom to every South African.

Referências

  1. a b Nelson Mandela (2010). Conversas que tive comigo, primeira ed. Rio de Janeiro. [S.l.]: Rocco. p. 385 e 395. ISBN 9788532526076 
  2. a b aconerlycoleman (11 de Fevereiro de 2010). «A Brief Overview of Apartheid in South Africa»