Caio Márcio Censorino – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Este artigo é sobre o general romano da primeira guerra civil. Para o cônsul em 8 a.C., veja Caio Márcio Censorino (cônsul em 8 a.C.).

Caio Márcio Censorino (em latim: Gaius Marcius Censorinus; m. 3 de novembro de 82 a.C.) foi um político e general romano da gente Márcia, de origem plebeia. Durante a Primeira Guerra Civil da República Romana, lutou ao lado dos populares contra os optimates. Seu cognome é uma referência à Caio Márcio Rutilo, o primeiro censor, e foi adotado pela primeira vez por seu filho, Caio Márcio Rutilo Censorino.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Caio Márcio Censorino foi mencionado pela primeira vez nas fontes históricas depois do retorno de Lúcio Cornélio Sula da Ásia. Censorino o acusou de tentar se tornar rei e de receber suborno dos reis orientais. Apesar disto, no dia do julgamento, o próprio Censorino não apareceu. Logo depois ele retirou a acusação[1].

Com a irrupção da guerra civil, Márcio Censorino se aliou a Caio Mário e Lúcio Cornélio Cina na luta contra Sula. Depois que os dois conquistaram Roma, em 87 a.C., Censorino participou da perseguição aos sulanos na capital. Quando Cneu Otávio foi acrescentado à lista dos proscritos, foi Censorino que o executou e depois levou sua cabeça até Cina para que fosse exibida no Fórum Romano[2]. Em 83 a.C., Sula retornou para a Itália depois de vencer Mitrídates VI do Ponto na Primeira Guerra Mitridática para lutar contra os populares. Com a morte de Mário e de Cina, eles eram liderados por Cneu Papírio Carbão, que lutava no norte, e Caio Mário, o Jovem, comandante no sul. Em meados de 82 a.C., Censorino foi enviado para lutar contra Pompeu, mas foi derrotado por ele na Batalha de Sena Gálica juntamente com Carbão[3].

Como Mário, o Jovem, estava cercado em Preneste, seu suprimento de alimentos se tornava mais escasso à cada dia e Censorino foi enviado por Carbão à frente de oito legiões numa tentativa de libertá-lo. Contudo, ele foi emboscado por Pompeu e novamente derrotado. Os sobreviventes se refugiaram numa colina e colocaram a culpa da derrota em Censorino. Uma das legiões marchou por conta própria até Arímino e o resto desertou para Sula. Censorino foi forçado a retornar para o acampamento de Carbão seguido apenas por um punhado de soldados.[4].

Em setembro de 82 a.C., Carbão, desolado por tantas derrotas, fugiu para a Sicília. Censorino se juntou a Caio Carrinas e Lúcio Júnio Bruto Damásipo e os três assumiram o comando das legiões populares restantes perto de Clúsio. Pompeu os atacou na Segunda Batalha de Clúsio, matando mais de 20 000 rebeldes. Depois desta derrota decisiva, Censorino e o que restou do exército popular recuou para a região dos sabélios, onde os samnitas haviam recrutado mais de 1 000 homens para tentar libertar novamente Mário[5]. Porém, Sula os interceptou no caminho para Preneste e deteve o avanço do exército. Depois disto, o líder samnita, Pôncio Telesino, decidiu marchar diretamente para Roma com o objetivo de saquear a cidade[6]. Sula seguiu Telesino e, em 1 de novembro de 82 a.C., os dois exércitos se enfrentaram na Batalha da Porta Colina, diante da Muralha Serviana. Com a ajuda de Marco Licínio Crasso, Sula aniquilou o que restava dos populares[7].

Morte[editar | editar código-fonte]

Caio Márcio Censorino foi capturado juntamente com muitos de seus colegas ao final da batalha. Ele foi decapitado por ordem de Sula e sua cabeça foi enviada para Preneste, onde foi exibida aos defensores da muralha para desanimar os soldados de Mário. O efeito foi instantâneo: a maior parte de suas forças desertou e Mário acabou se suicidando[8].

Referências

  1. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Sula 5.
  2. Apiano, Guerras Civis 1, 71.
  3. Apiano, Guerras Civis 1, 88.
  4. Apiano, Guerras Civis 1, 90.
  5. Apiano, Guerras Civis 1, 92.
  6. Veleio Patérculo, História Romana 2, 27.
  7. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Sula 30.
  8. Apiano, Guerras Civis 1, 93.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]