Bugre – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Se procura pelo município brasileiro do estado de Minas Gerais, veja Bugre (Minas Gerais).

Bugre é uma denominação pejorativa[1] dada a indígenas por serem considerados não cristãos pelos europeus.[2] A origem da palavra, no português brasileiro, vem do francês bougre que, de acordo com o Dicionário Houaiss, possui o primeiro registro no ano de 1172, significando "herético". O termo em francês, por sua vez, vem do latim medieval (século VI) bulgàrus.[3][4] Como membros da Igreja Ortodoxa Grega, os búlgaros foram considerados heréticos pelos católicos.[5] Desta forma, o vocábulo passou também a ser aplicado para denotar sujeitos indígenas, com forte valor pejorativo, no sentido de "inculto", "selvático", "estrangeiro", "pagão" e "não cristão".[6][3]

Em alguns contextos, o termo denomina grupos indígenas específicos, como os caingangues.[5] Além de ser utilizado como categoria para definir coletividades e sujeitos de ascendência indígena, o termo bugre pode ser utilizado de forma simbólica, definindo sujeitos, práticas culturais e artísticas ligados às tradições e cosmologias nativas.[5]

Pode, ainda, se referir às típicas esculturas em madeira do Mato Grosso do Sul da artesã indígena Conceição dos Bugres.[7][8]

Ver também[editar | editar código-fonte]

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O Wikcionário tem o verbete bugre.

Referências

  1. News, Campo Grande. «Usar "bugre" no nome não é homenagem, nem brincadeira, reclamam leitores». Campo Grande News. Consultado em 23 de junho de 2023 
  2. «Dicionário Online - Dicionário Caldas Aulete - Significado de bugre». aulete.com.br. Consultado em 10 de novembro de 2022 
  3. a b Guisard, Luís Augusto De Mola (dezembro de 1999). «O bugre, um João-Ninguém: um personagem brasileiro». São Paulo em Perspectiva: 92–99. ISSN 0102-8839. doi:10.1590/S0102-88391999000400010. Consultado em 10 de novembro de 2022 
  4. Filho, Amilcar Torrão (2000). Tríbades galantes, fanchonos militantes: homossexuais que fizeram história. [S.l.]: Edicoes GLS 
  5. a b c Dornelles, Soraia Sales (15 de dezembro de 2011). «A história em As vítimas do bugre, ou como tornar-se bugre na História». Campinas. Anos 90 (34). ISSN 1983-201X. doi:10.22456/1983-201X.24028. Consultado em 10 de novembro de 2022 
  6. Verdon, Jean (abril de 2010). «Homossexualidade na Igreja: uma tradição medieval - História Viva». Arquivado do original em 3 de março de 2016 
  7. Amizo, Isabella Banducci (2018). Poética dos bugres: uma incursão sobre arte, identidade e o outro. Outras Letras.
  8. Marin, Tatiana (29 de janeiro de 2019). «"Poética dos Bugres" traz à luz o nome de Conceição como identidade de MS». Campo Grande News. Consultado em 26 de maio de 2021 
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