Boto – Wikipédia, a enciclopédia livre

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Boto-cor-de-rosa em zoológico em Duisburg, na Alemanha
Boto-cor-de-rosa em zoológico em Duisburg, na Alemanha
Comparação do tamanho do boto relativamente a uma figura humana
Comparação do tamanho do boto relativamente a uma figura humana
Estado de conservação
Espécie vulnerável
Vulnerável
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Cetacea
Subordem: Odontoceti
Superfamília: ver texto
Família: ver texto
Género: ver texto
Espécie: ver texto
Distribuição geográfica
* Em rosa , a região do boto-cor-de-rosa * Em roxo , a região do boto-cinza * Em azul , a região do golfinho-do-rio-da-prata * Em verde , a região de Phocoena spinipinnis
  • Em rosa , a região do boto-cor-de-rosa
  • Em roxo , a região do boto-cinza
  • Em azul , a região do golfinho-do-rio-da-prata
  • Em verde , a região de Phocoena spinipinnis

Boto é uma palavra portuguesa para designar, de forma geral, golfinhos. Em Portugal, no século XX, a palavra tem caído em desuso, estando cada vez mais circunscrita às comunidades piscatórias do Norte, onde o nome é ainda usado para designar a toninha-comum.[1] No Brasil, o termo boto é usado como sinônimo de golfinho para se referir a algumas espécies específicas, sobretudo as de água doce como o boto-cor-de-rosa, nativo da Amazônia, mas também o boto-cinza, o golfinho-do-rio-da-prata (também chamado franciscana[2] e toninha,[3] apesar deste animal não pertencer a família Phocoenidae) e, de modo geral, outros mamíferos da ordem Cetacea, nativos da Amazônia. As únicas exceções é o uso do termo para se referir ao boto-do-índico e ao boto-de-burmeister, cetáceos de água salgada que são geneticamente mais próximos das toninhas verdadeiras e dos marsuínos (Phocoenidae) do que dos botos de água doce. Os botos de água doce, como o boto-cor-de-rosa, são considerados por alguns zoólogos como as espécies atuais mais primitivas de golfinhos.

Embora algumas pessoas se refiram ao boto como peixe-boto,[4] os botos não são peixes, mas mamíferos aquáticos.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

"Boto" provém do latim tardio buttis, como "toninha" é oriundo do latim tardio thunnina.[3]

Espécies[editar | editar código-fonte]

Gênero Sotalia (família Delphinidae - superfamília Delphinoidea)[editar | editar código-fonte]

  • O tucuxi (Sotalia fluviatilis) vive nos rios da Amazônia.
  • O boto-cinza ou costero (Sotalia guianensis) antes era considerado uma subspécie do tucuxi (Sotalia fluvitialis guianensis) é pouco encontrado na água doce ou em estuários, sendo mais comum na costa marinha desde o sul da América Central até o sudeste brasileiro.

Gênero Phocoena (família Phocoenidae - superfamília Delphinoidea)[editar | editar código-fonte]

Gênero Inia (único gênero com espécies não extintas da família Iniidae - superfamília Inioidea)[editar | editar código-fonte]

Crânio de boto (Inia spp.)
  • O boto-boliviano (Inia boliviensis) também é considerado por alguns cientistas como uma terceira subspécie do boto amazônico (Inia geoffrensis boliviensis).
  • O boto-do-araguaia (Inia araguaiensis).

Gênero Pontoporia (único gênero da família Pontoporiidae - superfamília Inioidea)[editar | editar código-fonte]

  • O golfinho-do-rio-da-prata (Pontoporia blainvillei), marinho, que vive do Espírito Santo para o sul e é a única espécie do gênero Pontoporia e da família Pontoporiidae. É considerado uma espécie vulnerável, ou seja, ameaçada de extinção, assim como o boto-vermelho.

Botos extintos[editar | editar código-fonte]

Outros golfinhos de água doce[editar | editar código-fonte]

Gênero Platanista (único gênero da família Platanistidae)[editar | editar código-fonte]

Gênero Lipotes (único gênero da família Lipotidae, que é a única família da superfamília Lipotoidea)[editar | editar código-fonte]

  • O baiji (Lipotes vexillifer) habita (ou habitava) alguns poucos rios da China. Atualmente é considerado uma espécie criticamente ameaçada, e provavelmente está extinta, já que não foi visto desde 2006.

O boto nos mitos[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Lenda do boto

Diz a lenda amazônica que o boto pode se transformar e ir às festas da região na forma de um homem bonito e forte, vestido de branco, bronzeado e muito perfumado, que convida as moças para dançar e depois as seduz. Mas o boto nunca tira o chapéu para esconder seu segredo: um buraco na cabeça por onde ele respira. Ele também toma muito cuidado para ir embora das festas antes do amanhecer.

Por isso, toda donzela era alertada por suas mães para tomarem cuidado com flertes que recebiam de belos rapazes em bailes ou festas. Por detrás deles, poderia estar a figura do boto, um conquistador de corações, que pode engravidá-las e abandoná-las.

A lenda serve como pretexto para moças justificarem a gravidez sem casamento. "Foi o boto", dizem.

Há um filme no Brasil que fala sobre a lenda do boto: Ele, o boto.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Phocoenidae

Referências

  1. «Plano Sectorial da Rede Natura 2000 - Phocoena phocoena». ICNB. Consultado em 16 de setembro de 2016 
  2. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.808
  3. a b FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 688
  4. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 296

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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