Boco I – Wikipédia, a enciclopédia livre

Boco I
Boco I
Nascimento século II a.C.
Mauritânia romana
Morte século I a.C.
Filho(a)(s) Mastanesoso, Bocchus' daughter, Volux
Ocupação monarca

Boco foi um rei da Mauritânia por volta de c. 111 a 80 a.C. e designado pelos historiadores como Boco I. Também era o sogro e genro de Jugurta,[1][2] com quem fez guerra contra os romanos. No final, fez as pazes com Roma, entregando Jugurta aos romanos em 105 a.C.

Vida e Família[editar | editar código-fonte]

Muito pouco se sabe sobre Boco I e seu reino durante seu tempo a partir de fontes históricas. Seu reino era entre o Oceano Atlântico e o Rio Moulouya (em latim: Mulucha)[1] Como escreve Salústio, na época da guerra de Jugurta todos os mouros obedeciam a Boco. Salústio em seu livro Bellum Iugurthinum menciona que:[3]

Todos os mouros eram governados pelo rei Boco, que nada sabia sobre o povo romano, exceto seu nome e, por sua vez, era desconhecido para nós antes daquela época, tanto na paz quanto na guerra.
— Caio Salústio Crispo

De acordo com Salústio, Boco tinha muitas esposas, seguindo o costume dos líderes e reis mouros berberes e numídios.[2] Dos filhos de Boco, apenas 4 são conhecidos: uma filha, cujo nome é desconhecido, casou-se com Jugurta e três filhos, Soso ou Mastanesoso, seu sucessor real, Vólux, que tinha idade suficiente para comandar tropas, e outro filho chamado Bogudes. É provável que Boco I fosse filho ou neto do Rei Baga da Mauritânia, que viveu na mesma época que o Rei Massinissa da Numídia.[1]

Guerra Jugurtina[editar | editar código-fonte]

Em 108 a.C., vacilou entre Jugurta e os romanos, e juntou-se a Jugurta apenas quando lhe prometeu a terceira parte de seu reino. Os dois reis foram derrotados pelos romanos na Segunda Batalha de Cirta. Após a batalha, Boco começou a fazer aberturas aos romanos novamente e, após uma entrevista com Sila, que era o questor de Caio Mário na época, enviou embaixadores a Roma. Em Roma, a esperança de uma aliança foi encorajada, mas com a condição de que Boco mostrasse que merecia isso. Após mais negociações com Sila, finalmente concordou em enviar uma mensagem a Jugurta solicitando sua presença. Jugurta caiu na armadilha e foi entregue a Sila. Boco concluiu um tratado com os romanos e uma parte da Numídia foi adicionada ao seu reino. Além de conciliar os romanos e especialmente Sila, enviou ao Capitólio um grupo de victories guardando um dispositivo em ouro que mostrava Boco entregando Jugurta a Sila.[4]

O rei Boco I manteve boas relações com Roma depois disso, fornecendo aos romanos panteras e leões do norte da África para entretenimento.[1]

Sucessores[editar | editar código-fonte]

Boco I foi o pai de Mastanesoso,[1] e avô de Boco II e Bogudes, os quais herdaram o reino e o dividiram entre eles. Boco II eventualmente adquiriu a metade do reino de Bogudes. Após sua morte em 33 a.C., a Mauritânia se tornou um estado cliente de Roma.[5]

Referências

  1. a b c d e Camps, Gabriel (1991). «Bocchus». Encyclopédie berbère. 10 | Beni Isguen – Bouzeis. Edisud. pp. 1544–1546 
  2. a b Gaius Sallustius Crispus. The War with Jugurtha, part 3. [S.l.: s.n.] 
  3. Gaius Sallustius Crispus. The War with Jugurtha, part 1. [S.l.: s.n.] 
  4. Este artigo incorpora texto (em inglês) da Encyclopædia Britannica (11.ª edição), publicação em domínio público. This cites:
  5. CHISHOLM, Hugh (1911). Bocchus - Encyclopædia Britannica. [S.l.]: Cambridge University Press. p. 106