Batalha do Cabo de São Vicente (1833) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Batalha do Cabo de São Vicente
Guerras Liberais

Quadro de Antoine Léon Morel-Fatio
Data 5 de julho de 1833 (190 anos)
Local Cabo de São Vicente
Desfecho
  • Vitória decisiva dos liberais
Beligerantes
Liberais Miguelistas
Comandantes
Charles John Napier António Torres de Aboim
Forças
Total de navios: Total de navios: ...

A batalha do Cabo de São Vicente, travada a 5 de Julho de 1833, foi um encontro decisivo na Guerra Civil Portuguesa. O esquadrão naval comandado pelo oficial britânico Charles John Napier ao serviço de D. Pedro, regente em nome da rainha D. Maria II, derrotou a armada realista de D. Miguel, comandada pelo almirante António Torres de Aboim. O recontro deu-se ao largo do Cabo de São Vicente, tendo resultado numa vitória decisiva das forças liberais. Com esta batalha a armada absolutista praticamente desapareceu.[1]

Descrição[editar | editar código-fonte]

No verão de 1833 o governo liberal decide enviar para as costas do Alentejo e Algarve uma força naval com o objectivo de ali desembarcar forças que permitissem abrir uma nova frente na guerra civil, avançando sobre Lisboa a partir do sul. O governo realista reagiu enviando para a costa sul a esquadra que lhe era fiel, sob o comando do chefe de esquadra António Torres de Aboim. A força realista era composta por duas naus, duas fragatas, três corvetas e dois brigues.[1]

As forças inimigas avistaram-se a 3 de Julho, mas só depois de dois dias de manobras, na manhã do dia 5 daquele mês, se deu o combate, ao largo do Cabo de São Vicente. A hesitação no início do combate foi desfavorável à esquadra miguelista, já que entretanto se dera uma acalmia do vento e do mar que permitiu à esquadra liberal, comandada por Charles Napier, realizar um golpe arrojado e lançar-se à abordagem dos navios adversários. Ao recorrer ao combate próximo, evitando o tradicional confronto de artilharia com manobras em linha, conseguiu anular a vantagem numérica e de poder de fogo que os miguelistas detinham.[1]

O comandante das forças miguelistas, preso às tácticas de combate convencionais melhor dominadas pelos oficiais portugueses, deixou-se surpreender pela audácia de Napier, um oficial de marinha britânico com muito maior flexibilidade táctica. Neste combate, que pode ser encarado como se de uma batalha entre britânicos e portugueses, pois além do almirante da esquadra liberal também eram britânicos os comandantes dos principais navios da força, resultou o apresamento das naus, das fragatas e de uma corveta da esquadra miguelista. O desastre foi enorme, apenas tendo escapado a corveta Isabel Maria e a corveta Cíbele, que retiraram para Lisboa. O brigue Tejo procurou refúgio na ilha da Madeira e o brigue Audaz entregou-se em Lagos, no dia seguinte). Com esta batalha a armada fiel a D. Miguel praticamente desapareceu, deixando os liberais com o domínio pleno do mar.[1]

Navios[editar | editar código-fonte]

Frota Liberal
Almirante Charles John Napier
Navio Tipo de navio Canhões Comandante Causas Notes
Mortos Desaparecidos Total
"Dom Pedro"
Fragata
50
Capitão: Thomas Goble
"Rainha de Portugal" Fragata 46 Comodoro: Willinson

Capitão: MacDonough

1
5
6
Navio Almirante
"Dona Maria II"
Fragata
42
Capitão: Peake
" Portuense"
Corveta
26
Capitão: Blackstone
"Vila Flor" Brigue  Capitão: Ruxton
11
12
23
Desconhecido
Vapor
??
Desconhecido
Vapor
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Desconhecido
Vapor
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Desconhecido
Vapor
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Desconhecido
Vapor
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lllll
Fonte:?







Frota Miguelista
Almirante António Torres de Aboim
Navio Tipo de navio Canhões Comandante Causas Notes
Mortos Desaparecidos Total
Dom João VI
Nau de linha
80
Capitão: Thomas Goble Navio Almirante
"Rainha" Nau de linha 74
1
5
6
"Dona Maria II"
Fragata
42
Capitão: Peake
" Portuense"
Corveta
26
Capitão: Blackstone
"Vila Flor" Brigue  Capitão: Ruxton
11
12
23
Desconhecido
Vapor
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Desconhecido
Vapor
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Desconhecido
Vapor
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Desconhecido
Vapor
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Desconhecido
Vapor
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Fonte:?

Frota Miguelista[editar | editar código-fonte]

  • Nau Rainha 74 (Barradas) - Capturada pelo Rainha de Portugal
  • Dom João 74 - Capturada
  • Martinho de Freitas 50 - Capturada
  • Duquesa de Bragança 56 - Capturada pelo Donna Maria
  • Isabel Maria 22 (corveta) - Capturada
  • Princesa Real 24 (corveta)
  • Tejo 20 (corveta)
  • Sybille 20 (corveta)
  • Audaz 18 (briga)
  • Activa (enxabeque)

Notas

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • NAPIER, Charles. An Account of the War in Portugal between Don Pedro and Don Miguel. ondres, 1836.


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