Barsa – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Para outros significados, veja Barsa (desambiguação).
Enciclopédia Barsa Universal
Barsa
Autor(es) Vários
Idioma Português
País  Brasil
Assunto Enciclopédia
Linha temporal 1964–1996: Enciclopédia Barsa (16 volumes)

1997–2006: Nova Enciclopédia Barsa (19 volumes)

2007–atual: Enciclopédia Barsa Universal (18 volumes com 130 mil verbetes[1])

Editora Barsa Planeta Internacional Ltda.
Lançamento 1964

Barsa é uma enciclopédia brasileira criada pela empresária e editora Dorita Barret. Foi publicada pela primeira vez em 1964, suprindo a necessidade da criação de uma enciclopédia nacional.[2] Desde 2000, os direitos de publicação pertencem ao Editorial Planeta .[2]

Uma das edições da publicação.

História[editar | editar código-fonte]

A Barsa foi idealizada em 1959, por Dorita Barrett, herdeira da família Barrett, detentora da Enciclopédia Britânica, a Barsa foi a primeira enciclopédia brasileira, desenvolvida por um corpo editorial brasileiro formado, dentre outros ilustres, pelo enciclopedista e tradutor Antonio Houaiss, o escritor Jorge Amado, o arquiteto Oscar Niemeyer e o jornalista e escritor Antônio Callado como o redator-chefe da primeira edição.[3][4][5][6][7][8] Barret acreditava que simplesmente traduzir a Britânica não seria suficiente para o público brasileiro, iniciando um projeto mais voltado ao público local.[2]

O nome Barsa é uma combinação entre os sobrenomes do casal Dorita Barrett (Bar) e seu marido, o então diplomata brasileiro, Alfredo de Almeida Sá (Sa). Até então, no mercado brasileiro só era possível encontrar enciclopédias em inglês, alemão ou francês. Dorita, vivendo no Brasil, recusou a ideia de promover uma tradução, para o português, do original (a Enciclopédia Britânica).

A primeira edição veio em março de 1964.[3] A leva inicial, de 45 mil exemplares, esgotou-se em 8 meses.[3][4][5][6][7][8] Em sua primeira edição, 30% era de conteúdo inédito, produzido no Brasil. O restante era tradução da Britânica.[2] Dentre os verbetes originais estavam nomes como Pelé, Pixinguinha e Ary Barroso, além de termos como bossa nova e escolas de samba. O maior verbete era sobre o Brasil, com 126 páginas.[9]

Desde então, a Barsa enfrentou épocas pouco favoráveis, como quando, nos anos 1990, o público se deixou seduzir por mídias como disquete e CD-ROM, ou antes ainda, na década anterior, quando apareceu o videocassete.[3]

Apesar da perda de espaço para as mídias digitais, a Barsa continuou a ser vendida. Em 2010, vendeu apenas 8 000 cópias – número 15 vezes menor que os 120 mil vendidos em 1990.[4][5][6][7][8] Instituições de ensino e órgãos públicos são seus principais clientes.[10]

Tipos de enciclopédia[editar | editar código-fonte]

Uma das edições no acervo de uma biblioteca municipal no Piauí.

Segundo o redator-chefe da primeira Barsa, Antonio Callado, há duas maneiras de fazer enciclopédias: uma delas seria a da enciclopédia “informativa”; a outra, da “persuasiva”. A primeira oferece ao leitor a maior quantidade possível de conhecimentos produzidos pela humanidade até o momento de sua publicação; a segunda, traz os mesmos conhecimentos mas está principalmente voltada para a transformação do leitor. Quer “mudar a visão que os homens têm do mundo”.[11]

Na Biblioteca Municipal de Sobral

A primeira Barsa era uma espécie de híbrido, pois era informativa, mas também pretendia uma difusão de idéias que estavam, muita vez, na vanguarda do conhecimento e que eram apresentadas sob o aspecto autoral. Dessa forma, a Barsa usou um recurso já utilizado por outras enciclopédias: divulgar as ideias dos grandes pensadores solicitando que os mesmos as escrevessem. Assim, o primeiro texto sobre psicanálise publicado na Enciclopédia Britânica foi produzido pelo próprio Sigmund Freud. Da mesma maneira, a primeira Barsa contava com verbetes feitos por intelectuais brasileiros renomados.[11]

Referências

  1. «Detalhes técnicos Barsa». brasil.planetasaber.com. Consultado em 2 de julho de 2018 
  2. a b c d «Barsa: Como foi criada a enciclopédia que fez a cabeça (e os trabalhos escolares) de gerações antes da internet». BBC News Brasil. 6 de fevereiro de 2023. Consultado em 3 de março de 2024 
  3. a b c d «Inimiga do 'Ctrl C + Ctrl V', Barsa segue fiel ao papel e lança nova edição». G1 
  4. a b c Millarch, Aramis (29 de novembro de 1987). «As bolsas que Dorita deixou na Britannica». Tabloide Digital. Consultado em 18 de fevereiro de 2017. Cópia arquivada em 18 de fevereiro de 2017 
  5. a b c Knapp, Inácio (22 de março de 2012). «Enciclopédias, livros, cartas e gentilezas». Revista Digital. Consultado em 18 de fevereiro de 2017. Cópia arquivada em 18 de fevereiro de 2017 
  6. a b c O Explorador (27 de fevereiro de 2013). «Dorita Barrett, criou a Barsa e descendia de um dos criadores da Britannica». Consultado em 18 de fevereiro de 2017. Cópia arquivada em 18 de fevereiro de 2017 
  7. a b c Duarte, Marcelo. «10 curiosidades sobre a Enciclopédia Britânica». Guia dos Curiosos. Consultado em 18 de fevereiro de 2017. Cópia arquivada em 18 de fevereiro de 2017 
  8. a b c Duarte, Marcelo (27 de março de 2012). «A trajetória histórica da Enciclopédia Britânica». Guia dos Curioso. Consultado em 18 de fevereiro de 2017. Cópia arquivada em 18 de fevereiro de 2017 
  9. CORDEIRO, Jorge (1964). «O Brasil com Pelé e bossa nova numa enciclopédia». Bloch Editores. Revista Manchete (n° 621): p. 76 
  10. «Na era digital, editora ainda fatura com enciclopédia Barsa no papel». R7.com. 9 de dezembro de 2018. Consultado em 3 de março de 2024 
  11. a b Enciclopédia Barsa 1973, pp. 8-11.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]