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Banco Econômico
Banco Econômico
Razão social Banco Econômico S/A
Empresa de capital aberto
Slogan O Banco da Gente
Atividade Serviços financeiros
Gênero Privada
Fundação 1834
Encerramento 1995
Sede  Salvador, Bahia Bahia,  Brasil
Proprietário(s) Independente (1834-1910)
Família Calmon (1910-1995)
BTG Pactual (2022-presente)
Presidente Ângelo Calmon de Sá (até 1995)
Produtos Bancos
Sucessora(s) Banco Excel-Econômico

O Banco Econômico foi um banco brasileiro. Com sede em Salvador, fundado em 1834, era o banco privado mais antigo do Brasil quando sofreu intervenção pelo Banco Central do Brasil em 1995.

O Banco Econômico foi uma das instituições financeiras que quebraram após a implantação do Plano Real, em 1994.

História[editar | editar código-fonte]

Foi fundado em 13 de julho de 1834, por 171 cidadãos baianos, com a denominação Caixa Econômica da Bahia, com sede na Rua do Açouguinho, número 1 em Salvador.[1]

A sede mais tarde foi transformada no Memorial do Banco Econômico, formado pelo Museu Eugênio Teixeira Leal, a Biblioteca Innocêncio Calmon e o Arquivo Histórico, que sobrevivem até os dias de hoje.[1]

O lema do Banco era "Economia, Perseverança e Socorro nas Dificuldades”.[2]

Em 1910, foi vendido para o político e banqueiro Francisco Marques de Góis Calmon.[3]

Em 1968 incorporou o Banco Meridional, antes Banco Sinimbu, com agências em Porto Alegre e Santa Cruz do Sul.[4]

Intervenção do Banco Central (1995)[editar | editar código-fonte]

Apesar de receber ajuda do governo através do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer), acabou sofrendo intervenção bem no início de 1995.

Foi tentada a formação de um grupo de empresas baianas como Ultra, Odebrecht (atual Novonor) e Mariani para salvar o banco. O governador do estado Paulo Souto e o senador Antonio Carlos Magalhães aventaram ajuda do Banco do Estado da Bahia.[5] Falhadas essas tentativas, em agosto o banco foi fechado assim como suas 276 agências. O banco tinha mais de nove mil funcionários e novecentos mil clientes.[5]

Os técnicos do Banco Central do Brasil sustentaram ter encontrado indícios de maquiagem no balanço contábil do Banco Econômico, assim como desvio de recursos da instituição para outras empresas dos controladores.[6]

Liquidação e venda[editar | editar código-fonte]

Parte do banco foi então incorporada pelo Banco Excel, que passou a se chamar Banco Excel-Econômico. Posteriormente, em agosto de 1998, o conjunto foi incorporado pelo Banco Bilbao Vizcaya Argentaria e, em 2003, ao Bradesco.[2] Seu ex-controlador, Ângelo Calmon de Sá, foi processado por gestão fraudulenta.[7]

Em setembro de 2021, o BNDES e o FGC (Fundo Garantidor de Créditos) realizaram um leilão dos créditos do Banco Econômico que eles mantinham desde 1995, quando o Banco Central interveio no banco.[8] Houve três participantes cadastrados: NPL Brasil, FIDC NP Atlântico e o Alternative Asset 1, mas só este último, fundo administrado pelo BTG, fez lance, vencendo pelo valor mínimo, de R$ 937,750 milhões.[9]

Segundo o BTG Pactual, a finalização do processo de aquisição estava condicionada a algumas situações.[8] Entre elas, o fim do regime de liquidação extrajudicial do Econômico, que seria possibilitada pela liquidação dos passivos financeiros, além das aprovações regulatórias.[10] Em outubro de 2022, foi verificado o cumprimento de todas as respectivas condições precedentes, dessa forma concluindo o processo de aquisição do controle acionário do Banco Econômico, que passa a se chamar Banco BESA.[11]

Referências

  1. a b BAUMANN, Eneida Santana (2011). «O arquivo da família Calmon à luz da arquivologia contemporânea» (PDF). Salvador, BA: Universidade Federal da Bahia, Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação 
  2. a b SOUZA, Ana Maria dos Santos Pereira de (2003). «Comprometimento Organizacional em Contexto de Fusões & Aquisições: Estudo de caso em trajetória de organização bancária» (PDF). UFBA 
  3. Padilha, Marcia (6 de janeiro de 1996). «Instituição foi fundada em 1834 e estava com os Calmon desde 1910». Folha de S.Paulo. Consultado em 11 de março de 2023 
  4. GARCIA, Darcy. O sistema financeiro do Rio Grande do Sul: da criação da Caixa Econômica Estadual ao surgimento dos bancos múltiplos. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 1990.
  5. a b Brasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «SA, ANGELO CALMON DE». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  6. http://www.muco.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=462:escandalo-banco-economico&catid=34:sala-dos-escandalos&Itemid=53
  7. «BTG anuncia compra do controle do Banco Econômico, que estava em liquidação extrajudicial». O Globo. 30 de março de 2022. Consultado em 28 de abril de 2022 
  8. a b «O que o BTG (BPAC11) quer com um banco que não opera há 27 anos». TradeMap. 30 de março de 2022. Consultado em 28 de abril de 2022 
  9. «BTG vai adquirir controle do Banco Econômico, em liquidação extrajudicial». Valor Econômico. Consultado em 28 de abril de 2022 
  10. «Banco Econômico sai de liquidação depois de 26 anos e ganha novo nome sob o controle do BTG». Estadão. Consultado em 10 de outubro de 2022 
  11. InfoMoney, Equipe (7 de outubro de 2022). «BTG Pactual (BPAC11) conclui compra do Banco Econômico, que deixa liquidação extrajudicial após 26 anos». InfoMoney. Consultado em 10 de outubro de 2022 
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