Balé – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Este artigo é sobre um estilo de dança. Para a localidade africana, veja Balé (Burkina Faso).
Pintura de bailarinas feita por Edgar Degas, 1872.

Na arte, o balé (do francês ballet)[1] é um estilo de dança que se originou nas cortes da Itália renascentista durante o século XV, e que se desenvolveu ainda mais na Inglaterra, Rússia e França como uma forma de dança de concerto. As primeiras apresentações diante da plateia eram feitas com o público sentado em camadas ou galerias, disposto em três lados do palco de dança.

É um tipo de dança influente a nível mundial que possui uma forma altamente técnica e um vocabulário próprio. Este gênero de dança é muito difícil de dominar e requer muita prática. Ele é ensinado em escolas próprias em todo o mundo, que usam suas próprias culturas e sociedades para informar esse tipo de arte. As diferentes técnicas do balé, entre elas mímica e atuação, são coreografadas e realizadas por artistas formados e também acompanhadas por arranjos musicais (geralmente de orquestra mas, ocasionalmente, vocal). É um estilo equilibrado de dança que incorpora as técnicas fundamentais para muitas outras formas de dança. A sua forma mais conhecida é o balé romântico ou "Ballet Blanc", que valoriza a bailarina em detrimento de qualquer outro elemento, focando no trabalho de pontas, fluidez e movimentos técnicos precisos. Esta forma utiliza como figurino o convencional tutu romântico de cor branca.

Atualmente existem várias outras modalidades de balé, entre eles balé expressionista, neoclássico e modalidades que incorporam elementos da dança moderna.

Os princípios básicos do balé são: postura ereta; uso do en dehors (rotação externa dos membros inferiores), movimentos circulares dos membros superiores, verticalidade corporal, disciplina, leveza, harmonia e simetria.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

A palavra balé vem do francês "ballet". Por sua vez, a palavra francesa tem sua origem na palavra italiana "balleto", diminutivo de ballo (dança), que vem do latim "ballare", que significa dançar,[2][3] e que por sua vez vem do grego "βαλλίζω" (ballizo), que significa "dançar, saltar sobre".[4][5]

História[editar | editar código-fonte]

Representação de um Balé perante Henrique III e sua Corte, na Galeria do Louvre. (Fólio, Paris, Mamert Patisson, 1582.)

A dança surgiu no século XV, durante a Renascença, nas cortes italianas, embora o seu desenvolvimento tenha sido maior nas cortes francesas, no século XVII, durante o reinado de Luís XIV, fato que refletiu diretamente no vocabulário do balé. Apesar das grandes reformas de Noverre no século XVIII, o balé entrou em declínio na França depois de 1830. Entretanto ele continuou a ser aperfeiçoado na Dinamarca, Itália e Rússia.

Às vésperas da Primeira Guerra Mundial este gênero de dança foi reintroduzido na Europa Ocidental por uma empresa russa: a Ballets Russes de Sergei Diaghilev, que veio a ser influente em todo o mundo. A companhia de Diaghilev se tornou o destino de muitos dos bailarinos russos treinados que fugiam da fome e da agitação que se seguiu à revolução bolchevique. Estes bailarinos trouxeram muitas das inovações coreográficas e estilísticas que tinha florescido com os czares de volta ao seu lugar de origem.

No século XX, o balé continuou a se desenvolver e teve uma forte influência sobre a dança de concerto. Por exemplo, nos Estados Unidos, o coreógrafo George Balanchine desenvolveu o que hoje é conhecido como balé neoclássico. Os desenvolvimentos posteriores mais conhecidos incluem balé contemporâneo e balé pós-estrutural, visto no trabalho de William Forsythe, na Alemanha.

Balé clássico[editar | editar código-fonte]

Josefa Vargas. Italia, 1840

O balé clássico é o mais metódico dentre todos os estilos de balé e também é o que mais adere às técnicas de balé tradicionais. Existem algumas variações em relação à área de origem deste gênero, entre elas, o balé russo, francês, italiano e dinamarquês. Entretanto, nos últimos dois séculos, a maioria dos fundamentos do balé é baseada nos ensinamentos de Carlo Blasis.

Os estilos mais conhecidos de balé são o método russo, o método italiano, o método dinamarquês, o método Balanchine ou método New York City Ballet e os métodos Royal Academy of Dance e Royal Ballet School, derivados do método Cecchetti.

As primeiras sapatilhas de balé tinham as pontas terrivelmente pesadas para permitir que a bailarina ficasse na ponta dos pés facilmente e aparentasse leveza. Mais tarde ela foi convertida na atual constituição, onde uma “caixa” abriga a ponta dos pés da bailarina e lhe dá suporte para manter o equilíbrio.

Balé contemporâneo[editar | editar código-fonte]

O balé contemporâneo é uma forma de dança influenciada pelo balé clássico e pela dança moderna. Utiliza a técnica e o trabalho nas pontas dos pés vindos do balé clássico. Este tipo de dança permite uma maior amplitude de movimentos que não são comuns nas escolas tradicionais de balé. Muitos de seus conceitos vêm de ideias e inovações ocorridas na dança moderna do século XX.

Ariadna Georgia é frequentemente considerada como tendo sido a pioneira do balé contemporâneo, através do desenvolvimento do balé neoclássico. O balé neoclássico é importante para a evolução do corpo humano.

O dehors e dedans[editar | editar código-fonte]

O movimento rotativo en dehors é quando o dançarino gira para o lado da perna que está levanta; O movimento rotativo en dedans é quando o dançarino gira para o lado da perna de apoio.[1]

A posição do corpo en dehors é uma posição onde todos os movimentos iniciam e terminam.[2]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b ballet in Dicionário da Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2016. [consult. 2016-09-24 15:53:18]. Disponível na Internet: http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/ballet.
  2. a b Chantrell (2002), p. 42.
  3. ballo, Charlton T. Lewis, Charles Short,criado por KPJ A Latin Dictionary, on Perseus
  4. βαλλίζω, Henry George Liddell, Robert Scott, A Greek-English Lexicon, on Perseus
  5. ball (2), Online Etymology Dictionary
Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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