Avenida Eduardo Ribeiro – Wikipédia, a enciclopédia livre

Avenida Eduardo Ribeiro
 Brasil
Avenida Eduardo Ribeiro
Vista da avenida a partir do edifício Palácio do Comércio.
Inauguração 1902 (122 anos)
Extensão 920 metros
Início Praça XV de Novembro
Interseções Avenida: Sete de Setembro
Ruas:
Henrique Martins
Saldanha Marinho
24 de Maio
Dez de Julho
Estado Amazonas
Cidade Manaus
Bairro(s) Centro
Fim Praça Antônio Bittencourt

A Avenida Eduardo Ribeiro é um dos logradouros mais importantes do município de Manaus, a capital do estado do Amazonas. Está localizada no Centro Histórico, entre as praças XV de Novembro (da Matriz) e Antônio Bittencourt (do Congresso). Foi batizada com o nome de Eduardo Ribeiro, ex-governador do Amazonas e principal idealizador da avenida.

É um logradouro centenário, considerado um dos principais centros financeiros da capital amazonense. Tornou-se uma referência comercial, cultural, econômica e viária da cidade de Manaus, onde se instalaram os principais armazéns de venda de produtos finos, prédios históricos, hotéis, restaurantes, praças, bares, a sede da Rádio Difusora do Amazonas, cinemas, bancos, entre outros.

Por lá circulavam charretes, bondes elétricos, automóveis e ônibus, onde a nata da sociedade manauara fez daquele logradouro um lugar da moda. Diariamente circulam pessoas de todas as partes da cidade e região metropolitana, até mesmo turistas, atraídos pelo intenso comércio e pelo aspecto cultural do lugar.[1]

História[editar | editar código-fonte]

A avenida Eduardo Ribeiro, c. 1901.
Bonde circulando na avenida Eduardo Ribeiro, c. 1909.

Em 1892 assumiu o governo do Amazonas o maranhense Eduardo Ribeiro. Em seu governo, Manaus inteira passou por inúmeras transformações, especialmente porque a capital vivia em um momento financeiro positivo com a exportação da borracha e precisava atrair mão-de-obra e capital estrangeiro. Com a riqueza proporcionada durante o ciclo da borracha, a cidade foi remodelada especialmente no período de 1910, quando foi dotada de arquitetura eclética, com prédios inspirados nos padrões estéticos europeus, jardins públicos e monumentos comemorativos. O espaço privilegiado por estas modificações compreende hoje o Centro Histórico da cidade, que passa por um processo para ser tombado como patrimônio nacional.[1]

Dentro deste processo de intervenções urbanas do final do século XIX e início do século XX, foi aberta uma avenida no Centro, a partir do porto e que termina em uma grande praça e com um prédio onde funcionaria o Palacete Provincial. A ideia principal era a de que a Avenida do Palácio, atual Eduardo Ribeiro, se tornasse cartão postal da cidade e que fizesse conexão com outras importantes ruas da época. Em julho de 1894, Eduardo Ribeiro previa que a obra demoraria mais cerca de dois meses para ficar pronta, no entanto, em março de 1896, o governador lamentava que o serviço de aterro do igarapé onde deveria prolongar-se a referida avenida não tinha progredido tanto quanto se esperava, contudo esperava que dentro de noventa dias a obra estivesse concluída.[1]

Apesar de todos os esforços empregados, é provável que esta obra não estivesse totalmente concluída até 1899, pode ser que estivesse concluído o aterro do igarapé, mas a avenida mantinha-se em obras, seu calçamento em paralelepípedo iniciava a partir do encontro com a rua Municipal (atual av. Sete de Setembro) e aparentava regularidade até o topo da avenida, onde se erguia a construção do Palácio da Justiça. Tem-se registros de que a obra só foi inteiramente concluída em 1902.[1]

Características[editar | editar código-fonte]

Vista para os edifícios Palácio do Comércio (à esquerda) e Manaus Shopping Center, em 2018.
Palácio da Justiça
Relógio Municipal

Espaços públicos e culturais[editar | editar código-fonte]

A Eduardo Ribeiro atravessa as principais ruas do Centro Histórico que também se tornou centro comercial com a implantação da Zona Franca em 1967. Praticamente toda a extensão da avenida, dos dois lados é ocupada por estabelecimentos comerciais. No entanto, nota-se uma diferença dos tipos de estabelecimentos. No alto da avenida, mais próximo ao Teatro Amazonas, situam-se os mais nobres, com produtos mais caros, e na parte baixa, mais próxima ao porto, os mais populares, incluindo aí a feira de camelôs.

A avenida concentra atualmente prédios comerciais e históricos, como lojas das principais redes varejistas como Marisa, Bemol, C&A, Riachuelo, Carrefour, Supermercado DB, além de dezenas de lojas regionais. No alto da avenida, temos o Largo São Sebastião e o Monumento à Abertura dos Portos, o Teatro Amazonas e o Palácio da Justiça. Na parte baixa da mesma avenida, o Porto de Manaus, a Catedral Metropolitana, o Relógio Municipal, o obelisco em homenagem à Cidade de Manaus, vários edifícios comerciais, entre eles o prédio da Receita Federal.[1]

Eventos[editar | editar código-fonte]

A Eduardo Ribeiro já foi palco dos maiores eventos da cidade, como desfiles da Semana da Pátria e festivais folclóricos, além de abrigar até a década de 70, dois famosos cinemas da cidade. O carnaval também era realizado na avenida Eduardo Ribeiro, em fins da década de 1970, na esquina com a rua Saldanha Marinho.[2]

Revitalização[editar | editar código-fonte]

Entre 2015 e 2016, a Avenida Eduardo Ribeiro, no Centro de Manaus, passou por um processo de revitalização. A restauração teve a proposta de recuperar a primeira aparência da via, na época da Belle Époque, no início do século 20. O que muita gente não sabe é que a verdadeira primeira aparência da via era a de um igarapé, nomeado "Espírito Santo", um "braço" do Rio Negro que foi aterrado e canalizado para a modernização da capital.[3]

Monumentos[editar | editar código-fonte]

  • Entre os monumentos mais famosos da cidade, localizado na avenida o Relógio Municipal, datado de 1929, considerado um dos monumentos mais representativos de Manaus.
  • O Monumento ao Primeiro Centenário da Elevação da Vila da Barra do Rio Negro à categoria de Cidade (obelisco) foi construído na administração municipal de Raimundo Chaves Ribeiro. Localiza-se no início da avenida Eduardo Ribeiro, entre o Porto de Manaus e o Relógio Municipal. Marca a data histórica da elevação da Vila da Barra do Rio Negro à categoria de cidade: 24 de outubro de 1848. É conhecido, também, como obelisco devido ao seu formato retangular e sua ponta triangular em forma de pirâmide.[4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e Bessa, Indiara (23 de outubro de 2017). «Av. Eduardo Ribeiro, principal via do Centro de Manaus já foi 'braço' do Rio Negro; conheça história». g1 Amazonas. Consultado em 25 de março de 2022 
  2. «Carnaval na Eduardo Ribeiro». Instituto Durango Duarte. Consultado em 24 de outubro de 2019 
  3. «Prefeitura apresenta detalhes da revitalização da avenida Eduardo Ribeiro». Prefeitura Municipal de Manaus. Consultado em 24 de outubro de 2019 
  4. «Vista do obelisco na avenida Eduardo Ribeiro». Instituto Durango Duarte. Consultado em 24 de outubro de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]