Auto – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Para outros significados, veja Auto (desambiguação).
Pintura de Alfredo Roque Gameiro (1864-1935) retratando a encenação de estreia do "Auto da Visitação", de Gil Vicente, para a corte portuguesa

Auto (do latim actu = ação, ato) é uma composição teatral[1] do subgênero da literatura dramática, surgida na Idade Média, na Espanha, por volta do século XII. De linguagem simples e extensão curta (normalmente, compõe-se de um único ato),[2] os autos, em sua maioria, têm elementos cômicos ou intenção moralizadora. Suas personagens simbolizam as virtudes, os pecados, ou representam anjos, demônios e santos.[3]

Em Portugal[editar | editar código-fonte]

Em Portugal, no século XVI, Gil Vicente é a grande expressão desse gênero dramático. Camões e Dom Francisco Manuel de Melo também adotaram essa forma. O auto era escrito em redondilhas e visava a satirizar pessoas. Como os autos de Gil Vicente deixam perceber claramente (vide, por exemplo, o Auto da Alma e Auto da Barca do Inferno), a moral é um elemento decisivo nesse subgênero.

No Brasil[editar | editar código-fonte]

O padre jesuíta espanhol José de Anchieta (1534-1597) escreveu muitos autos visando a converter os índios do Brasil ao catolicismo no século XVI, como o "Auto da Pregação Universal", o "Auto de São Lourenço" e o "Na Aldeia de Guaraparim".[4] Como características inovadoras, seus autos continham cenas em três línguas diferentes: tupi antigo, português e castelhano; e os santos católicos se juntavam a divindades locais indígenas, numa forma de sincretismo. Além de Anchieta, outros brasileiros também escreveram autos: Joaquim Cardoso (1897-1978), com seu "De uma noite de festa", um auto de natal; e Ariano Suassuna (1927-2014), autor do conhecido "Auto da Compadecida".[2] e João Cabral de Melo Neto autor de Morte e Vida Severina ou Auto de Natal Pernambucano.

Referências

  1. Dicionário de Português Michaelis
  2. a b Recanto das letras. Disponível em http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/204387. Acesso em 4 de maio de 2015.
  3. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 202.
  4. Anna Kalewska. Disponível em http://iberystyka.uw.edu.pl/pdf/Itinerarios/vol-6/09_Kalewska.pdf. Acesso em 4 de maio de 2015.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Melo Neto, João Cabral de. Morte e Vida Severina e outros Poemas em Voz Alta. 4ª edição. Editora Sabiá. Rio de Janeiro.1967.
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