Aulo Cornélio Palma Frontoniano – Wikipédia, a enciclopédia livre

Aulo Cornélio Palma Frontoniano
Cônsul do Império Romano
Consulado 99 d.C.
109 d.C.
Morte 118 d.C.

Aulo Cornélio Palma Frontoniano (em latim: Aulus Cornelius Palma Frontonianus; m. 118) foi um senador e general romano da gente Cornélia eleito cônsul duas vezes, a primeira em 99 com Quinto Sósio Senécio[1] e a segunda em 109 com Públio Calvísio Tulo Rusão. Era oriundo de Volsínios, na Etrúria.

História[editar | editar código-fonte]

Seu primeiro posto conhecido foi o de legado na Ásia em algum momento durante o reinado de Domiciano (r. 81-96). Depois, Frontoniano comandou uma legião entre 94 e 97 e foi eleito cônsul logo depois, em 99. No mesmo ano, Cornélio Palma foi para a Hispânia para assumir o posto de governador da Hispânia Citerior entre 101 e 102. Foi em seguida governador da província da Síria entre 104/105 e 108 e liderou a anexação do Reino da Nabateia (106), que deu origem à província imperial da Arábia Pétrea. Por suas vitórias na Síria e no Egito e pela condução das legiões da Judeia na anexação, Frontoniano foi homenageado com a ornamenta triumphalia e uma estátua de bronze sua foi colocada no Fórum Romano.[2] Por conta disto, Karl Strobel[3] sugere que ela não aconteceu sem luta. É possível que Frontoniano tenha sido o responsável também pela quinta aclamação imperial de Trajano, iniciada por seus homens e aceita pelo imperador. Em 109, foi eleito cônsul ordinário novamente, uma honra extremamente rara.

Por ordem do Senado Romano, Cornélio Palma e outros supostos conspiradores foram executados, entre eles Publílio Celso, cônsul em 102 e 113, Caio Avídio Nigrino, cônsul em 110 e governador da Dácia, e Lúsio Quieto, um dos principais generais de Trajano e legado imperial da Judeia[4][5][6] por suspeitas de atentado à vida do novo imperador[5] ou de aspirarem ao trono.[7] Adriano, que estava na Síria, negou ter ordenado as execuções[7][6] destes quatro influentes senadores da época de Trajano;[5][6] é possível que Públio Acílio Aciano, o prefeito pretoriano na época, tenha sido o mandante. O fato é que os assassinatos prejudicaram muito a popularidade de Adriano, que dispensou Aciano indiretamente admitindo-o no Senado sabendo que a posição de prefeito era reservada a equestres.[8]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Cônsul do Império Romano
Precedido por:
Nerva IV

com Trajano II
com Cneu Domício Tulo II (suf.)
com Sexto Júlio Frontino II (suf.)
com Lúcio Júlio Urso II (suf.)
com Tito Vestrício Espurina II (suf.)
com Caio Pompônio Pio (suf.)
com Aulo Vicírio Marcial (suf.)
com Lúcio Mécio Póstumo (suf.)
com Caio Pompônio Rufo Acílio Prisco Célio Esparso (suf.)
com Cneu Pompeu Ferox Liciniano (suf.)
com Quinto Fúlvio Gilão Bício Próculo (suf.)
com Públio Júlio Lupo (suf.)

Aulo Cornélio Palma Frontoniano
99

com Quinto Sósio Senécio
com Públio Sulpício Lucrécio Barba (suf.)
com Senécio Mêmio Áfer (suf.)
com Quinto Fábio Bárbaro Valério Magno Juliano (suf.)
com Aulo Cecílio Faustino (suf.)
com Tibério Júlio Ferox (suf.)

Sucedido por:
Trajano III

com Sexto Júlio Frontino III
com Lúcio Júlio Urso II (suf.)
com Marco Márcio Mácer (suf.)
com Caio Cílnio Próculo (suf.)
com Lúcio Herênio Saturnino (suf.)
com Pompônio Mamiliano (suf.)
com Quinto Acúcio Nerva (suf.)
com Lúcio Fábio Tusco (suf.)
com Caio Júlio Cornuto Tértulo (suf.)
com Caio Plínio Cecílio Segundo (suf.)
com Lúcio Róscio Eliano Mécio Céler (suf.)
com Tibério Cláudio Sacerdos Juliano (suf.)

Precedido por:
Ápio Ânio Trebônio Galo

com Marco Ápio Brádua
com Adriano (suf.)
com Marco Trebácio Prisco (suf.)
com Quinto Pompeu Falcão (suf.)
com Marco Tício Lústrico Brutiano (suf.)

Aulo Cornélio Palma Frontoniano II
109

com Públio Calvísio Tulo Rusão
com Lúcio Ânio Largo (suf.)
com Cneu Antônio Fusco (suf.)
com Caio Júlio Antíoco Epifanes Filopapo (suf.)
com Caio Abúrnio Valente (suf.)
com Caio Júlio Próculo (suf.)

Sucedido por:
Marco Peduceu Priscino

com Sérvio Cornélio Cipião Salvidieno Orfito
com Caio Avídio Nigrino (suf.)
com Tibério Júlio Áquila Polemeano (suf.)
com Lúcio Catílio Severo Juliano Cláudio Regino (suf.)
com Caio Eruciano Silão (suf.)
com Aulo Lárcio Prisco (suf.)
com Sexto Márcio Honorato (suf.)


Referências

  1. Alison E. Cooley, The Cambridge Manual of Latin Epigraphy (Camrbidge: University Press, 2012), p. 466ss
  2. CIL VI, 1386 = ILS 1023; contudo, o nome do homenageado se perdeu e presume-se que seja Frontoniano.
  3. Karl Strobel: Kaiser Trajan. Eine Epoche der Weltgeschichte, Pustet, Regensburg 2010, ISBN 978-3-7917-2172-9, S. 271.
  4. Anthony Birley, Hadrian, Londinii 1997, pp.87-88.
  5. a b c Dião Cássio, História Romana LXX, 2.
  6. a b c Paul Petit, Histoire générale de l'Empire romain, tome 1 - Le Haut-Empire, éd. Seuil, 1978, p. 169.
  7. a b História Augusta, Vida de Adriano 4
  8. Françoise Des Boscs-Plateaux, Un parti hispanique à Rome ?, Casa de Velazquez, 2006, p. 611.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Grainger, John D. (2004). Nerva and the Roman Succession Crisis of AD 96-99 (em inglês). London: Routledge. ISBN 0-415-34958-3 
  • Dabrowa, E. (1998). The governors of Roman Syria from Augustus to Septimius Severus (em inglês). Bonn: [s.n.] p. 81-83 
  • PIR ² C 1412