Artesanato em tururi – Wikipédia, a enciclopédia livre

O artesanato em tururi é um produto feito manualmente por muitos artesãos e ribeirinhos da região amazônida brasileira utilizando a fibra vegetal tururi do ubucuzeiro (Manicaria saccifera) e da[1] castanheira (Bertholletia excelsa)[2], tururi apresenta a morfologia das fibras celulósicas (flexibilidade e resistência) possui aplicabilidade mercadológica diversificada, muito utilizada na confecção de artesanatos e utilitários de moda.[1] Esta fibra como um produto surgiu através da criação de sacolas vendidas nos mercados regionais.[1]

O tururi que aparece na nautreza na forma de um saco fibroso que envolve os frutos da palmeira Ubuçu (Manicaria saccifera Gaertn), abundante nas áreas de várzeas da Amazônia brasileira.[1] é constantemente utilizada por artesãos e população ribeirinha na região amazônica.[1]

Ubucuzeiro[editar | editar código-fonte]

O ubucuzeiro (Manicaria saccifera)[3] é uma palmeira encontrada na América Central e do Sul, abundante nas várzeas e ilhas de Trinidad e da Amazônia brasileira,[4] com frutos em forma de cocos pequenos, da família Arecaceae e uma espécie do género Manicaria. principalmente nos estados do Amazonas, Pará e Amapá

Castanheira[editar | editar código-fonte]

A castanheira (Bertholletia excelsa)[5] é uma árvore de grande porte, originária da floresta de terra firme, muito abundante no norte do Brasil e na Bolívia (endêmica na floresta amazônica),[5]

Artesanato[editar | editar código-fonte]

Esta fibra tem as características de flexibilidade e de resistência das fibras celulósicas, sendo assim utilizada por artesãos e ribeirinhos na região amazônida.[1] Possui uma aplicabilidade mercadológica diversificada através do ecodesign, como: compósitos usados em mobiliário ou construção civil;[1] produtos têxteis um tecido na produção de moda;[1][6] produto de papelaria na forma de papel para caderno... como faz o casal Hilson Rabelo e Eliane Rabelo, artesãos que produzem papel utilizando as "fibras da Amazônia" (tururi, miriti, patichuli, bananeira).[7] De acordo com Felícia Assmar Maia, a fibra na forma de um produto mercadológico iniciou com a criação de sacolas vendidas nos mercados locais.[1]

Ecodesign[editar | editar código-fonte]

A floresta amazônica é um dos ecosistemas/biomas mais extenso do Brasil, que representa 1/3 (hum terço) das florestas tropicais do mundo, contendo a mais elevada biodiversidade.[6][8] Os impactos ambientais foram muitos nesta região durante o século XX trazendo vários tipos de perdas (ambiental e econômica), provocados por: queimada, extrativismo de matéria-prima, venda de madeira nobre, biopirataria, implantação de mineração e, agropecuária.[6]

A consciência ambiental levou a sociedade e as indústrias à discutirem soluções para os comportamentos sociais que afetam os ecosistemas.[1] O ecodesign é um tipo de projeto ecologicamente necessário, orientado por critérios ambientais e legislação sobre o meio ambiente, partindo do redesenho dos produtos, abragendo também aspectos econômicos, como: redução de custos, competição empresarial, pressões do mercado, inovação, motivação de empregadores e, como ferramenta de marketing.[1]

O ecodesign promove novos critérios de qualidade do ambito da sustentabilidade, que são socialmente aceitáveis e atrativos.[1] O designer busca alia a atividade de criação, inteligência projetual, com o ecologicamente necessário.[1] A consciência ambiental e a Amazônia sustentável vem ganhando mais espaço e sendo considerada essencial em empresas que tem um histórico poluidor, por exemplo a indústria têxtil.[1] Que poderia ser alcançada com o manejo de espécies naturais ("fibras da amazônia"), como o uso da palmeira do ubucuzeiro, alternativa que atende a demanda crescente por produto artesanal e sustentável (ecodesign), gerando rentabilidade e recuperação das áreas degradadas.[6]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n Monteiro, Amanda Sousa (14 de junho de 2016). «Tururi (Manicaria saccifera Gaertn.): caracterização têxtil, processos e técnicas artesanais em comunidade local amazônica (PA - Brasil)» (PDF). Consultado em 12 de julho de 2023. Resumo divulgativoBiblioteca Digital USP 
  2. «CASTANHA DO PARÁ». Associação Brasileira de Nozes e Castanhas - ABNC. 31 de julho de 2023. Consultado em 1 de agosto de 2023 
  3. «Tecnologias de aproveitamento de fibras naturais: uma arqueologia de "conhecimentos em extinção"» (PDF). Laboratório de Automação de Museus, Bibliotecas Digitais e Arquivos (LAMBDA) da Vice-Reitoria de Assuntos Acadêmicos. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Consultado em 17 de julho de 2023 
  4. Monteiro, Amanda Sousa (14 de junho de 2016). «Tururi (Manicaria saccifera Gaertn.): caracterização têxtil, processos e técnicas artesanais em comunidade local amazônica (PA - Brasil)» (PDF). Consultado em 12 de julho de 2023. Resumo divulgativoBiblioteca Digital USP 
  5. a b «Castanheira - uma das espécies de árvores mais longevas da Amazônia». Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). A castanheira (Bertholletia excelsa Bonpl.) é uma das árvores mais representativas da floresta amazônica. 
  6. a b c d Leal, Rosa Maria de Castro. A DIVERSIDADE DA FIBRA DO TURURI: APLICABILIDADE E USABILIDADE (PDF). Col: Tecnologia de Design de Moda. [S.l.]: Faculdade Estácio FAP. Resumo divulgativo 
  7. «Produção regional é destaque no primeiro dia da Feira do Artesanato Mundial». Agência Pará de Notícias. Consultado em 17 de julho de 2023 
  8. «Bioma». Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM). Consultado em 17 de julho de 2023 

Veja também[editar | editar código-fonte]