Arquitetura da Suécia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Catedral de Uppsala, erigida nos séculos XIII-XV, combina tradições suecas com influências francesas e alemãs.[1]

A arquitetura na Suécia combina tradições suecas com impulsos vindos do exterior. As influências vieram da Europa e mais recentemente dos Estados Unidos. De uma forma geral, essas influências chegaram tarde e foram adaptadas ao gosto e tradições do país. Assim, o neoclassicismo virou estilo gustaviano (Gustaviansk stil), o estilo império ficou estilo Carlos João (Karl Johanstil), e o modernismo desembocou no funcionalismo (funktionalism).[2][3][4][5]

Periodização[editar | editar código-fonte]

Idade Média[editar | editar código-fonte]

A Idade Média na arquitetura sueca foi dominada por dois estilos - o românico e o gótico. O estilo românico dominou a cena arquitetônica nos séculos XI e XII, tendo como seu melhor expoente a Catedral de Lund. As igrejas eram agora construídas em pedra, com paredes grossas e janelas e portas providas de arcos redondos. A maioria da igrejas suecas da Idade Média foram todavia construídas seguindo o estilo gótico, dominante a partir do século XIII, como é o caso da Catedral de Uppsala, da Catedral de Skara e da Catedral de Linköping. Este estilo caracterizou a arquitetura do país até à chegada do estilo renascentista, no século XVI.[6][7][8]

Renascimento[editar | editar código-fonte]

O estilo renascentista chegou à Suécia no século XVI, na época da Dinastia de Vasa, vindo da Itália e da França. Os arquitetos da época aspiravam à simplicidade e à luminosidade. Entre as obras realizadas nesta altura estão o Castelo de Kalmar, o Castelo de Vadstena e o Castelo de Gripsholm.[9][10][11][12]

Barroco[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Arquitetura do barroco

Entre 1640 e 1740 - na Era do Império Sueco (Stormaktstiden) - a casa real e a nobreza mandaram erigir palácios magnificentes em estilo barroco, refletindo a posição da Suécia como grande potência regional do Norte da Europa.[13]

Inicialmente foram contratados empreiteiros alemães e holandeses. A pouco e pouco apareceram arquitetos suecos, e as fontes de inspiração passaram a ser francesas e italianas.[14]

Entre os principais arquitetos da época, estão Nicodemus Tessin, o Velho (autor do Palácio de Drottningholm e do Palácio de Skokloster), e Nicodemus Tessin o Jovem (autor do Palácio Real de Estocolmo e da Catedral de Kalmar).[15][16][17]

Gustaviano[editar | editar código-fonte]

O estilo gustaviano é uma variante sueca, numa forma mais austera, na transição entre o rococó e o estilo neo-clássico. Marcou a arquitetura e a arte decorativa de interiores e móveis na Suécia, durante a época do rei Gustavo III. Georg Haupt foi um famoso desenhador de móveis, Jean Eric Rehn introduziu a arquitetura de interiores na Suécia, Carl Wilhelm Carlberg desenhou o Palácio de Gunnebo.[18][19][20]

Romantismo nacional e Jugend[editar | editar código-fonte]

Ver artigos principais: Nacionalismo romântico e Jugendstil

O romantismo nacional (nationalromantik) enformou a arte arquitetônica de 1890 até à Primeira Guerra Mundial (1914-1918), realçando a herança cultural da Suécia, assim como a sua natureza e o seu mundo rural. O estilo Jugend - também conhecido em outros países como Art Nouveau - afirmou-se na Suécia desde 1896 até o princípio do século XX, como uma reação contra a banalização e superficialidade das imitações estilísticas.[21][22][23]

Classicismo nórdico[editar | editar código-fonte]

Como reação ao romantismo nacional, surgiu nas décadas de 1910 e 1920 o classicismo nórdico, com formas mais austeras e simples. Este novo estilo ficou conhecido internacionalmente como "Swedish Grace". A Biblioteca Municipal de Estocolmo e a Sala de Concertos de Estocolmo de Hötorget são dois expoentes desta época artística. Os arquitetos Ivar Tengbom e Erik Gunnar Asplund são dois representantes do classicismo nórdico.[24][25][26]

Funcionalismo[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Funcionalismo

A variante sueca do estilo modernista recebeu o nome de funcionalismo. A função era mais importante do que a decoração, e os edifícios deviam ter "ar e luz". Novas soluções - rápidas e baratas - produziram construções monótonas e sem variação, com formas geométricas simples e fachadas lisas e sem decorações.[27][4][28]

Arquitetura pós-moderna[editar | editar código-fonte]

A reação contra o modernismo conduziu ao pós-modernismo, por volta dos anos 70, com manifestações estilísticas muito variadas, combinando de forma "sui generis" elementos antigos e clássicos. O arquiteto Ralph Erskine é um dos autores desta nova época arquitetônica.[29][30][31]

Arquitetos destacados[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Uppsala domkyrka» (em sueco). Upplandia.se 
  2. Pia Maria Montonen. «Gustaviansk stil - den strama stilen 1775 - 1809» (em sueco). Kulturhistoria. Consultado em 18 de maio de 2015 
  3. Britt Tunander. «Karl Johansstil» (em sueco). Enciclopédia Nacional Sueca. Consultado em 18 de maio de 2015 
  4. a b Björn Linn. «Funktionalism» (em sueco). Nationalencyklopedin – Enciclopédia Nacional Sueca. Consultado em 16 de maio de 2015 
  5. Ottosson, Mats; Åsa Ottosson (2008). «Svenska byggnader». Upplev Sverige (Conheça a Suécia). En guide till upplevelser i hela landet (em sueco). Estocolmo: Wahlström Widstrand. p. 28-30. 527 páginas. ISBN 9789146215998 
  6. «Medeltid: Romansk- och gotisk stil» (em sueco). Bild- och kulturhistoria 
  7. «Sverige - arkitektur» (em dinamarquês). Den Store Danske – Grande Enciclopédia Dinamarquesa 
  8. Torkel Eriksson. «Gotik» (em sueco). Nationalencyklopedin - Enciclopédia Nacional Sueca 
  9. Nina Ringbom. «Stilarter och epoker genom tiderna - Renässans» (em sueco). Historiesajten.se. Consultado em 29 de maio de 2016. Arquivado do original em 20 de maio de 2016 
  10. «Olika stilar genom åren - 1520-1650 - Renässans» (em sueco). Historiska Stockholm. Consultado em 29 de maio de 2016 
  11. Johan Mårtelius. «Renässans - Arkitektur» (em sueco). Nationalencyklopedin – Enciclopédia Nacional Sueca. Consultado em 16 de maio de 2015 
  12. «Sverige - arkitektur» (em dinamarquês). Den Store Danske – Grande Enciclopédia Dinamarquesa. Consultado em 16 de maio de 2015 
  13. Anna Larsdotter. «Tema Stormaktstiden: När Sverige var som störst» (em sueco). Populär historia, 2005. Consultado em 3 de abril de 2017 [ligação inativa]
  14. Ottosson, Mats; Åsa Ottosson (2008). «Barockslott». Upplev Sverige (Conheça a Suécia). En guide till upplevelser i hela landet (em sueco). Estocolmo: Wahlström Widstrand. p. 29. 527 páginas. ISBN 9789146215998 
  15. Nina Ringbom. «Stilarter och epoker genom tiderna - Barock» (em sueco). Historiesajten.se. Consultado em 29 de maio de 2016. Arquivado do original em 20 de maio de 2016 
  16. «Olika stilar genom åren - 1650-1750 - Barock» (em sueco). Historiska Stockholm. Consultado em 29 de maio de 2016 
  17. Allan Ellenius. «Barock» (em sueco). Nationalencyklopedin – Enciclopédia Nacional Sueca. Consultado em 16 de maio de 2015 
  18. Hillman, Göran (1993). «Gustaviansk stil». Vem är vem i svensk konst. Från runristaren Balle till Ulf Rollof (em sueco). Estocolmo: Rabén & Sjögren. p. 243. 249 páginas. ISBN 91-29-61718-9 
  19. Britt Tunander e Sten Åke Nilsson. «Gustaviansk stil» (em sueco). Enciclopédia Nacional Sueca. Consultado em 18 de maio de 2015 
  20. Nina Ringbom. «Stilarter och epoker genom tiderna - Gustaviansk stil» (em sueco). Historiesajten.se. Consultado em 29 de maio de 2016. Arquivado do original em 20 de maio de 2016 
  21. Hillman, Göran (1993). «Jugend». Vem är vem i svensk konst. Från runristaren Balle till Ulf Rollof (em sueco). Estocolmo: Rabén & Sjögren. p. 243-244. 249 páginas. ISBN 91-29-61718-9 
  22. «Olika stilar genom åren - 1910-1920 - Nationalromantik» (em sueco). Historiska Stockholm 
  23. Björn Linn. «Nationalromantik - Arkitektur» (em sueco). Nationalencyklopedin – Enciclopédia Nacional Sueca 
  24. «Olika stilar genom åren - 1920-1930 - 20-talsklassicism (Swedish Grace)» (em sueco). Historiska Stockholm. Consultado em 29 de maio de 2016 
  25. Björn Linn. «Tjugotalsklassicism» (em sueco). Nationalencyklopedin – Enciclopédia Nacional Sueca. Consultado em 16 de maio de 2015 
  26. Miranda, Ulrika Junker; Anne Hallberg (2007). «Tjugotalsklassicism». Bonniers uppslagsbok (em sueco). Estocolmo: Albert Bonniers Förlag. p. 1015. 1143 páginas. ISBN 91-0-011462-6 
  27. «Olika stilar genom åren - 1930-1970 - Funktionalism (Modernism)» (em sueco). Historiska Stockholm. Consultado em 29 de maio de 2016 
  28. Ottosson, Mats; Åsa Ottosson (2008). «Funktionalism». Upplev Sverige (Conheça a Suécia). En guide till upplevelser i hela landet (em sueco). Estocolmo: Wahlström Widstrand. p. 30. 527 páginas. ISBN 9789146215998 
  29. «Olika stilar genom åren - 1970-2000 - Postmodernism» (em sueco). Historiska Stockholm. Consultado em 29 de maio de 2016 
  30. «Sverige - arkitektur - 1850 til i dag» (em dinamarquês). Den Store Danske – Grande Enciclopédia Dinamarquesa. Consultado em 16 de maio de 2015 
  31. Ottosson, Mats; Åsa Ottosson (2008). «Postmodernism». Upplev Sverige (Conheça a Suécia). En guide till upplevelser i hela landet (em sueco). Estocolmo: Wahlström Widstrand. p. 30. 527 páginas. ISBN 9789146215998 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Wærn, Rasmus; Claes Caldenby, Olof Hultin, Gunilla Linde Bjur e Johan Mårtelius (2001). Guide till Sveriges arkitektur : byggnadskonst under 1000 år (em sueco). Estocolmo: Arkitektur Förlag. 434 páginas. ISBN 9789186050559 
  • Hultin, Olof; Claes Caldenby (1983). Arkitektur i Sverige : Architecture in Sweden : 1973-83 (em sueco). Estocolmo: Arkitektur Förlag. 163 páginas. ISBN 91-86050-06-0 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Arquitetura da Suécia