Arqueologia da infância – Wikipédia, a enciclopédia livre

A arqueologia da infância é um subcampo temático dentro da arqueologia. Trata-se de compreender como as sociedades humanas compreendem a fase da infância, bem como de buscar entender como as crianças vivem ou viveram em diferentes contextos culturais e sociais, por meio de objetos e outras materialidades relacionadas a esta fase da vida humana. Alguns registros mais comuns em sítios arqueológicos são as marcas de mãos de crianças em pinturas rupestres[1], pequenos artefatos cerâmicos - como vasilhas - produzidos por crianças[2], brinquedos[3][4], vestimenta, partes anatômicas de indivíduos nesta etapa de crescimento - esqueletos, ou outros registros associados às crianças. A arqueologia da infância pode ser entendida como um campo interdisciplinar dentro da própria arqueologia, uma vez que interage com outros subcampos como a bioarqueologia, arqueologia industrial, arqueologia de Gênero, entre outros.

Por muito tempo, as crianças passaram despercebidas por arqueólogos e arqueólogas no registro arqueológico. Somente após o surgimento das teorias feministas na arqueologia, que as crianças foram melhores estudadas no campo.[5] Hoje compreende-se que o estudo das crianças na arqueologia é necessário e importante, pois considera-se que as crianças são indivíduos que alteram e que participam ativamente das sociedades às quais fazem parte, portanto sujeitos capazes de criar laços, vínculos e normas próprias, seja por meio de brincadeiras, mas também participando ativamente de aspectos econômicos de suas comunidades.

Referências

  1. MARQUES, M. A infância e o sistema semiótico de mãos carimbadas na arte rupestre. Revista de Arqueologia, v.31, n.2, 147-157.
  2. PROUS, A.; PANACHUK, L.; JÁCOME, C. Brincando de panelinha... os potes Tupiguarani em miniatura e as vasilhas para treinamento. In: LIMA, T. A. (org.). A (in)visibilidade de crianças no registro arqueológico. Rio de Janeiro: Museu Nacional, 2019.
  3. LIMA, T. A. Brinquedos subliminares: doutrinação de crianças e introjeção de papéis de sociais no Rio de Janeiro oitocentista. In: LIMA, T. A. (org). A (in)visibilidade de crianças no registro arqueológico. Rio de Janeiro: Museu Nacional, 2019. p.67-91.
  4. SILVA, A. F. Infância, gênero e brinquedos: reflexões sobre a construção da domesticidade feminina através das coisas contemporâneas de brincar. Revista de Arqueologia, v.31, n.2, 2018, p.176-196.
  5. BAXTER, J. E. The archaeology of childhood: children, gender, and material culture. Walnut Creek : Altamira, 2005.