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Arno Wehling
Nascimento 10 de janeiro de 1947 (77 anos)
Rio de Janeiro, RJ[1]
Nacionalidade brasileiro
Alma mater Universidade do Porto
Profissão professor, acadêmico, advogado, historiador
Principais trabalhos Formação do Brasil Colonial (1994)
Prêmios
Religião catolicismo romano[1]

Arno Wehling GCIPCavMM (Rio de Janeiro, 10 de janeiro de 1947)[4] é um professor, acadêmico, advogado e historiador brasileiro. Foi presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro de 1996 a 2019.[5]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filho de um imigrante alemão natural de Düsseldorf e de uma catarinense também de origem germânica[1], é casado com a historiadora Maria José Cavalleiro de Macedo Wehling, natural de Belém do Pará, com quem publicou trabalhos e realiza pesquisas. Wehling graduou-se em História pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil e em Direito pela Universidade Santa Úrsula, tendo doutorado em História e livre docência em História Ibérica, ambos pela Universidade de São Paulo e pós-doutorado pela Universidade do Porto[6].

Sua atividade intelectual como historiador e ensaísta desenvolve-se preferencialmente nos campos da epistemologia das ciências humanas/história, da história das ideias políticas e jurídicas e da história do direito/instituições.

No primeiro enfoque possui trabalhos sobre as relações entre a filosofia da ciência e o conhecimento histórico, o historicismo, o problema da objetividade histórica, o humanismo renascentista e sobre aspectos epistemológicos relacionados à história nas obras de Ranke, Tocqueville, Kant, Goethe, Nietzsche e Ortega y Gasset e, no caso brasileiro, nas de Varnhagen, Capistrano de Abreu e Sílvio Romero.

Os campos da história das ideias políticas e jurídicas e da história do direito/instituições se complementam na abordagem que faz do problema da estrutura de poder e suas configurações político-jurídicas, resultando em estudos e pesquisas sobre a organização político-administrativa do estado colonial e sua justificativa no plano do discurso político-filosófico e jurídico, a questão do Reino Unido e a independência, o papel do IHGB e da historiografia na consolidação do projeto político do Estado imperial e questões relativas aos direitos e à organização estatal em textos constitucionais vitoriosos e derrotados do século XIX.

Toda sua atividade profissional centrou-se na Universidade, onde exerceu a docência, pesquisa e gestão. Tornou-se professor Titular de Teoria e Metodologia da História da UFRJ e de História do Direito e das Instituições da UNIRIO, desta sendo Professor Emérito. Como docente e pesquisador atuou na implantação e desenvolvimento dos Programas de Pós-graduação em História da UFRJ e UNIRIO e dos cursos de graduação em Arquivologia, Pedagogia, Direito e História da última. Foi também docente nos Programas de Pós-graduação em Direito e Filosofia da UFRJ e em Direito das Universidades Gama Filho e Veiga de Almeida . Foi professor visitante das Universidades de Lisboa (Clássica) e Portucalense. Na gestão universitária foi chefe de departamento e decano do centro de Ciências Humanas da UNIRIO e chefe de departamento, decano e reitor da UGF.

No âmbito das academias, é membro desde 1976 do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, cuja presidência exerceu, de academias ibero-americanas de história (Argentina, Uruguai, Paraguai, Colômbia, Venezuela, Portugal e Espanha), da Academia das Ciências de Lisboa, de institutos históricos brasileiros e das Academias Carioca e Catarinense de Letras. Desde 1981 pertence ao PEN Clube.

É membro de conselhos editoriais de periódicos especializados no Brasil e no exterior, do Conselho Técnico da Confederação Nacional do Comércio e do Conselho Consultivo do IPHAN.

É autor de livros, capítulos de livros, verbete sem obras de referencia, conferências e comunicações em anais de eventos científicos, edição crítica de textos e artigos em periódicos especializados.

Em 2000, Arno foi admitido pelo presidente Fernando Henrique Cardoso à Ordem do Mérito Militar no grau de Cavaleiro especial.[3] Em 2013, foi admitido já no grau de Grã-Cruz à Ordem da Instrução Pública de Portugal.[2]

Em 9 de março de 2017 foi eleito para a ABL onde vai ocupar a cadeira 37, que foi de Ferreira Gullar.[7]

Livros publicados[editar | editar código-fonte]

  • Os níveis da objetividade histórica (1974)
  • Administração portuguesa no Brasil, 1777-1808 (1986)
  • A invenção da história: estudos sobre o historicismo (1994)
  • Formação do Brasil Colonial com Maria José Wehling (1994)
  • Pensamento político e elaboração constitucional (1994)
  • Estado, história, memória - Varnhagen e a construção da identidade nacional (1999)
  • Documentos Históricos brasileiros (2000)
  • Direito e justiça no Brasil colonial - o Tribunal da Relação do Rio de Janeiro com Maria José Wehling (2004)
  • Investigação Científica no Brasil (2005)
  • De formigas, aranhas e abelhas - Reflexões sobre o IHGB (2010)
  • Francisco Adolfo de Varnhagen (2016)

Referências

  1. a b c Marieta de Moraes Ferreira (2013). A história como ofício: a constituição de um campo disciplinar. [S.l.]: FGV Editora  (Biografia na Parte 3, item XIII)
  2. a b «Entidades Estrangeiras Agraciadas com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Arno Wehling". Presidência da República Portuguesa (Ordens Honoríficas Portuguesas). Consultado em 17 de fevereiro de 2022 
  3. a b BRASIL, Decreto de 30 de março de 2000.
  4. Academia Brasileira de Letras. «Aniversário Natalício do Acadêmico Arno Wehling». Consultado em 10 de maio de 2018 
  5. Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. «Biografia no website do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.». Consultado em 10 de março de 2017 
  6. «Arno Wehling». ihgb.org.br. Consultado em 16 de dezembro de 2016 
  7. «ABL elege historiador Arno Wehling para a suceder Ferreira Gullar». G1 

Precedido por
Ferreira Gullar
ABL - oitavo acadêmico da cadeira 37
2017-atualidade
Sucedido por