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Arnaldo Antunes
Arnaldo Antunes
Arnaldo Antunes em 2015
Informação geral
Nome completo Arnaldo Augusto Nora Antunes Filho
Nascimento 2 de setembro de 1960 (63 anos)
Local de nascimento São Paulo, SP
País Brasil
Nacionalidade brasileiro
Gênero(s) Rock, punk rock, pós-punk, pop rock, MPB
Ocupação(ões) Músico, poeta, compositor e artista visual
Instrumento(s) Vocal, violão e guitarra
Extensão vocal Baixo (F♯1-F4)
Período em atividade 1981 - atualmente
Gravadora(s) Rosa Celeste
Biscoito Fino
BMG
EMI
WEA
Afiliação(ões) Aguilar E Banda Performática

Titãs
Vestidos De Espaço
Tribalistas
Pequeno Cidadão

Prêmios Prémio Jabuti 1993
Página oficial www.arnaldoantunes.com.br

Arnaldo Augusto Nora Antunes Filho OMC, ou simplesmente Arnaldo Antunes (São Paulo, 2 de setembro de 1960)[1] é um músico, poeta, compositor e artista visual brasileiro.[2]

É conhecido na América do Sul por ser um dos principais compositores da música pop brasileira, respirando de influências concretistas e pós-modernas. Compositor de hits como "Pulso", "Alma", "Socorro", "Não Vou Me adaptar", "Beija Eu", "Infinito Particular", "Vilarejo", "Velha Infância" e "Quem Me Olha Só", já teve suas canções interpretadas por artistas como Jorge Drexler, Marisa Monte, Nando Reis, Zélia Duncan, Cássia Eller, Frejat, Margareth Menezes, Pepeu Gomes, além, claro, dos Titãs, banda da qual fez parte até 1992[1].

Em outubro de 2008, a revista Rolling Stone promoveu a Lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira, na qual Arnaldo ocupa o 95° lugar.[3]

Arnaldo Antunes está entre os poetas brasileiros mais relevantes do século XXI numa lista liderada por nomes como Augusto Branco , Adélia Prado e Bruna Lombardi, conforme estudo que levou em consideração a propagação de sua obra tanto para o público em geral, quanto em sites especializados em literatura, trabalhos acadêmicos, e a referência aos seus textos em obras literárias de outros autores.[4]

Fora da música, também já expôs trabalhos em artes plásticas.[5]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu em 1960, o quarto de sete filhos.[6] Em 1978, ingressou na FFLCH da USP, onde seguiria o curso de Linguística, mas abandonou o projeto devido ao sucesso dos Titãs.[7]

Em novembro de 1985, foi preso por tráfico de heroína após a polícia encontrar 128 mg da droga em seu apartamento em São Paulo. As autoridades chegaram ao local após prenderem seu colega de banda Tony Bellotto, que foi flagrado com 30 mg num táxi após sair da casa de Arnaldo. Devido à quantidade de que Arnaldo dispunha, ele foi autuado como traficante, enquanto que o colega respondeu apenas por porte. Na delegacia, ficou preso em uma cela individual, após o delegado julgar imprudente colocá-lo em uma outra cela com 90 assaltantes perigosos.[8]

Permaneceu durante dez anos na banda, desligando-se em 1992[1] por divergir dos rumos musicais dela. O desligamento foi oficializado em 15 de dezembro de 1992.[9] Apesar de sua saída, Arnaldo continuou compondo com os demais integrantes do grupo e várias dessas parcerias foram incluídas em discos dos Titãs[10], assim como em seus discos solo.

Influenciado pela poesia concreta, lança seu primeiro álbum solo Nome em 1993.[1]

Em 1997, fez participação especial no álbum Acústico MTV, dos Titãs. Na ocasião, Antunes cantou a faixa "O Pulso", música originalmente gravada no álbum Õ Blésq Blom (1989).

Em 1998, lança seu quarto álbum solo, Um som, produzido por Chico Neves.[11]

No ano de 2002, formou, em parceria com os amigos Marisa Monte e Carlinhos Brown, o trio Tribalistas, pelo qual lançaram o álbum homônimo. O álbum foi sucesso de público e crítica e vendeu, até 2009, mais de 2 100 000 cópias no Brasil e na Europa. Foi também indicado a cinco categorias do Grammy Latino em 2003, ganhando o prêmio de Melhor Álbum Pop Contemporâneo Brasileiro. O grupo só viria a gravar um segundo álbum, também chamado Tribalistas, em 2017[12], mas segundo Antunes continuaram compondo em seus encontros, com o resultado entrando nos trabalhos solo dos três cantores.[13]

Arnaldo ainda atuou como ensaísta na Folha de S.Paulo, quando deixou evidente o substrato teórico que transparece no seu trabalho estético. Lançou no final do ano de 2007 o primeiro DVD de sua carreira, o premiado Ao Vivo no Estúdio, que passeia por toda sua carreira e que conta com as participações especiais do ex-titã Nando Reis, do titã Branco Mello, do Ira! Edgard Scandurra e dos tribalistas Marisa Monte e Carlinhos Brown.

Em 2008, fundou a banda Pequeno Cidadão, que integrou até 2012. Dela fazem parte Edgard Scandurra, Taciana Barros e Antonio Pinto, além de seus filhos e sobrinhos.[14]

O músico foi VJ da MTV Brasil durante o ano de 2011, comandando o mensal Grêmio Recreativo.

Arnaldo Antunes em 2007

Arnaldo Antunes é compositor e intérprete da canção "Lavar as Mãos", que era exibida no programa educativo Castelo Rá-Tim-Bum, que, por sua vez, é o maior sucesso de audiência da história da TV Cultura.

Colaborou com a banda portuguesa Clã em vários dos seus álbuns (Lustro, Rosa Carne, Vivo, Cintura) e espetáculos.

Em 2015, participou da canção "Trono de Estudar", composta por Dani Black em apoio aos estudantes que se articularam contra o projeto de reorganização escolar do governo estadual de São Paulo. A faixa teve a participação de outros 17 artistas brasileiros: Chico Buarque, Tiê, Dado Villa-Lobos, Paulo Miklos (seu ex-companheiro de Titãs), Tiago Iorc, Lucas Silveira, Filipe Catto, Zélia Duncan, Pedro Luís (Pedro Luís & A Parede), Fernando Anitelli (O Teatro Mágico), André Whoong, Lucas Santtana, Miranda Kassin, Tetê Espíndola, Helio Flanders (Vanguart), Felipe Roseno e Xuxa Levy.[15]

Seu álbum RSTUVXZ foi eleito o 16º melhor disco brasileiro de 2018 pela revista Rolling Stone Brasil.[16]

Em 2020, a produtora Porta dos Fundos lançou uma nova versão de "A Marcha do Demo", música dos Vestidos de Espaço, com Arnaldo nos vocais para promover seu especial de natal Teocracia em Vertigem. A versão ganhou um clipe, com Arnaldo cantando em estúdio e os integrantes do Porta dos Fundos cantando em isolamento social. São mostradas também imagens do making-of do especial.[17] Ainda em 2020, lança o álbum O real resiste, com 10 músicas inéditas.[18]

No mesmo ano, apresenta via internet o show "O real resiste", nome do seu novo álbum[19], acompanhado do pianista pernambucano Vitor Araújo.[20] Também acompanhado do pianista, lança em 2021 o álbum Lágrimas no mar, com quatro músicas inéditas e canções de Caetano Veloso e Itamar Assumpção.[21]

Ainda em 2021, compõe seis canções com Odair José para a trilha sonora do filme Meu álbum de amores.[22]

Discografia[editar | editar código-fonte]

Solo[editar | editar código-fonte]

Álbuns de estúdio[editar | editar código-fonte]

Álbuns ao Vivo[editar | editar código-fonte]

Trilhas sonoras[editar | editar código-fonte]

Especiais[editar | editar código-fonte]

com os Titãs[editar | editar código-fonte]

Álbuns de estúdio[editar | editar código-fonte]

Álbuns ao vivo[editar | editar código-fonte]

Com os Tribalistas[editar | editar código-fonte]

Participações[editar | editar código-fonte]

Videografia[editar | editar código-fonte]

Livros[editar | editar código-fonte]

  • Ou e (Edição do autor, 1983).
  • Psia (Expressão, 1986).
  • Tudos (Iluminuras, 1991).
  • As Coisas (Iluminuras, 1991). Vencedor do Prêmio Jabuti.
  • Nome (BMG,1993).
  • 2 ou + Corpos no Mesmo Espaço (Perspectiva, 1997).
  • Doble Duplo (Zona de Obras / Tan, 2000).
  • 40 Escritos (Iluminuras, 2000).
  • Outro (Mirabilia, 2001).
  • Palavra Desordem (Iluminuras, 2002).
  • ET Eu Tu (Cosac & Naify, 2003).
  • Antologia (Quasi, 2006).
  • Frases do Tomé aos Três Anos (Alegoria, 2006).
  • Como É que Chama o Nome Disso (Publifolha, 2006).
  • Melhores Poemas (Global Editora, 2010).
  • n.d.a. (Iluminuras, 2010).
  • Animais (Editora 34, 2011).
  • Cultura (2012).
  • Saiba (DBA Editora, 2013).
  • Outros 40 (Iluminuras, 2014).
  • "Agora aqui ninguém precisa de si" (2015). Vencedor do Prêmio Jabuti.
  • Família (2015). em coautoria com Tony Bellotto

Televisão[editar | editar código-fonte]

Cinema[editar | editar código-fonte]

Em 1985, atuou no filme Areias Escaldantes, um musical brasileiro.[27]

Em 2010, atuou no filme Eu e Meu Guarda-Chuva.

Em 2018, foi tema do documentário autobiográfica Com a palavra, Arnaldo Antunes, dirigido pelo cineasta Marcelo Machado.[28]

Referências

  1. a b c d «Arnaldo Antunes chega aos 60 anos sem perder a relevância como pensador pop contemporâneo». G1. Consultado em 9 de fevereiro de 2023 
  2. «Perfil: Arnaldo Antunes». Veja São Paulo 
  3. https://web.archive.org/web/20110807023823/http://www.rollingstone.com.br/edicoes/25/textos/3464
  4. EuIdeal. «OS 10 POETAS MAIS RELEVANTES DO SÉCULO XXI». EuIdeal 
  5. «Arnaldo Antunes apresenta obras poético-visuais em exposição gratuita no Recife». G1. Consultado em 9 de fevereiro de 2023 
  6. Krepp, Ana; Mônica Bergamo (9 de fevereiro de 2014). «Arnaldo Antunes diz que largou as drogas e não se vende à publicidade». Folha de S.Paulo. Consultado em 17 de fevereiro de 2014 
  7. «Música com diploma: conheça artistas que fizeram universidade». UOL. Consultado em 4 de maio de 2013 
  8. França, Jamari (19 de junho de 1985). «Uma banda sofisticada e brega» (PDF). Jornal do Brasil. Ano XCV - nº 220: 15. Consultado em 29 de janeiro de 2021 
  9. Joe, Jimi (15 de dezembro de 1992). «Arnaldo Antunes sai dos Titãs». Grupo Estado. O Estado de S. Paulo. 36218: Caderno 2, página 38. Consultado em 8 de agosto de 2021 
  10. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome rsout2012
  11. «Discos para descobrir em casa – 'Um som', Arnaldo Antunes, 1998». G1. Consultado em 9 de fevereiro de 2023 
  12. «Tribalistas lançam segundo disco após 15 anos; ouça em streaming». G1. Consultado em 9 de fevereiro de 2023 
  13. «Folha de S.Paulo - Ilustrada - Mônica Bergamo - 09/02/2014». Folha online. Consultado em 9 de fevereiro de 2023 
  14. Lemos, Andréa (22 de dezembro de 2012). «Banda Pequeno Cidadão faz show de lançamento do segundo CD, hoje». Agência Estado. Folha de S.Paulo. Consultado em 22 de dezembro de 2012 
  15. «Chico Buarque e outros 18 artistas gravam faixa e clipe em apoio aos estudantes de SP». Rolling Stone Brasil. Spring. 23 de dezembro de 2015. Consultado em 3 de janeiro de 2016 
  16. Antunes, Pedro (21 de dezembro de 2018). «Rolling Stone Brasil: os 50 melhores discos nacionais de 2018». Rolling Stone Brasil. Grupo Perfil. Consultado em 28 de dezembro de 2020 
  17. «Porta dos Fundos promove especial de Natal com clipe para 'Marcha do Demo', dos Titãs». Rolling Stone Brasil. Grupo Perfil. 2 de dezembro de 2020. Consultado em 31 de janeiro de 2021 
  18. «Arnaldo Antunes expõe belezas e imperfeições de canções no tom desnudo do álbum 'O real resiste'». G1. Consultado em 9 de fevereiro de 2023 
  19. «Arnaldo Antunes resiste como uma das cabeças pensantes da música do Brasil». G1. Consultado em 9 de fevereiro de 2023 
  20. «Arnaldo Antunes inaugura uma nação musical em show com o pianista Vitor Araújo». G1. Consultado em 9 de fevereiro de 2023 
  21. «Arnaldo Antunes e o pianista Vitor Araújo concentram emoções no refinado mergulho interior do álbum 'Lágrimas no mar'». G1. Consultado em 9 de fevereiro de 2023 
  22. «Arnaldo Antunes e Odair José firmam parceria na trilha de filme em que Gabriel Leone vive cantor brega dos anos 1970». G1. Consultado em 9 de fevereiro de 2023 
  23. «Veja o making of do disco 'A Curva da Cintura' na MTV». Universo Online. Arquivado do original em 23 de novembro de 2011 
  24. «Ouça Arnaldo Antunes - Albúm rstuvxz - 2018». ARNALDO ANTUNES. Consultado em 6 de julho de 2018 
  25. «Acústico Arnaldo Antunes». Universo Online 
  26. Brigatti, Gustavo (24 de novembro de 2016). «Nando Reis retoma antigas parcerias em "Jardim-pomar"». Zero Hora. Grupo RBS. Consultado em 13 de dezembro de 2016 
  27. «Areias Escaldantes». Meu Cinema Brasileiro. Consultado em 14 de agosto de 2012 
  28. «10 documentários sobre música brasileira para assistir online». TechTudo. Consultado em 9 de fevereiro de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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