Armando Guebuza – Wikipédia, a enciclopédia livre

Armando Emílio Guebuza
Armando Guebuza
3.º Presidente de Moçambique
Período 2 de fevereiro de 2005
a 15 de janeiro de 2015
Antecessor(a) Joaquim Alberto Chissano
Sucessor(a) Filipe Nyusi
Dados pessoais
Nascimento 20 de janeiro de 1943 (81 anos)
Murrupula
Primeira-dama Maria da Luz Guebuza
Filhos(as)
Partido FRELIMO
Profissão Militar
Serviço militar
Lealdade FRELIMO
Serviço/ramo Paramilitar
Graduação General
Conflitos Guerra da Independência de Moçambique

Armando Emílio Guebuza GColIH (Murrupula, Nampula, 20 de Janeiro de 1943)[2] é um político moçambicano que foi presidente do seu país de 2005 a 2015.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Juntou-se à FRELIMO em 1963, pouco após o início da Guerra da Independência de Moçambique, na então Lourenço Marques e abandonou Moçambique em 1964 para estudar numa escola especial na Ucrânia, base de Perevalny. No Governo de Transição (1974-1975), Guebuza ocupou a pasta da Administração Interna e no primeiro Governo do Moçambique independente a pasta de Ministro do Interior. Foi como Ministro do Interior que emitiu a ordem conhecida como "24 20" que dava a todos os residentes portugueses 24 horas para deixar o país, não lhes sendo permitido levar consigo mais de 20 quilos de bagagem. Durante os anos 80, foi responsável pelo muito impopular programa "Operação Produção", que visava deslocar os desempregados das áreas urbanas para as áreas rurais no norte do país.[3] Após a morte de Samora Machel, num acidente de aviação na África do Sul, fez parte da comissão que investigou o acidente. Essa comissão não chegou a qualquer conclusão. Em 1992, foi nomeado chefe da delegação do governo na Comissão de Supervisão e Implementação do Acordo Geral de Paz para Moçambique.

Após o abandono das políticas económicas socialistas pelo presidente Joaquim Chissano, que incluiu a privatização de empresas estatais, Guebuza tornou-se um empresário de sucesso, já que muitas das empresas, que antes eram estatais, passaram a pertencer-lhe, particularmente nas indústrias de construção, exportação e pescas. Os bens estatais tornaram-se sua propriedade, por meio de herança do governo.

Em 2002 foi eleito secretário-geral da FRELIMO, cargo que o tornou candidato do partido às eleições presidenciais de 2004, que venceu. Em 2 de Fevereiro de 2005 Armando Guebuza tornou-se o terceiro Presidente da República de Moçambique. Em 28 de outubro de 2009, foi reeleito para um novo mandato, obtendo 75% dos votos.

A 1 de Julho de 2014 foi agraciado com o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal.[4]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Casado com Maria da Luz Guebuza, tem 4 filhos e dois netos.[2] A sua filha, Valentina Guebuza foi assassinada a tiro, em 14 de dezembro de 2016 alegadamente pelo marido, Zófimo Muiuane, em Maputo.[5]

Cargos políticos[editar | editar código-fonte]

Armando Guebuza exerceu vários cargos políticos, quer ao serviço do Partido FRELIMO (F), do Governo de Transição (GT), da República Popular de Moçambique (RPM), ou da República de Moçambique (RM), incluindo:

  • Ministro da Administração Interna (GT), 1974-1975[6]
  • Ministro do Interior (RPM), 1975-1977[6]
  • Presidente do Comité de Verificação do Partido FRELIMO (F), 1977-1980[6]
  • Vice-Ministro da Defesa (RPM), 1977-1981[6]
  • Governador da Província de Sofala (RPM), 1981-1983[6]
  • Ministro do Interior (RPM), 1983-1986[6][7]
  • Ministro dos Transportes e Comunicações (RPM), 1986-1990[7]
  • Chefe da Delegação do Governo na Comissão de Supervisão e Implementação do Acordo Geral de Paz (RPM), 1990-1992[7]
  • Chefe da Bancada do Partido FRELIMO à Assembleia da República (F), 1994-2002[7]
  • Secretário-Geral do Partido FRELIMO (F), 2002-2012[7]
  • Presidente da República (RM), 2005-2009 e 2010-2015[7]

Referências

  1. Luis, Nhachote (6 de janeiro de 2012). «Mozambique's 'Mr Guebusiness'». Mail and Guardian. Consultado em 17 de outubro de 2014 
  2. a b «Quem é Armando Emílio Guebuza» (PDF). Arquivado do original (PDF) em 12 de maio de 2013 
  3. Glória Sousa (7 de setembro de 2013). «Operação Produção forçou milhares de pessoas às "machambas" em Moçambique». Deutsche Welle 
  4. «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Armando Emílio Guebuza". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 23 de abril de 2015 
  5. «Divergências conjugais por detrás do assassinato de Valentina Guebuza». O PAÍS. 15 de Dezembro de 2016. Consultado em 15 de Dezembro de 2016 [ligação inativa]
  6. a b c d e f Hanlon, Joseph (1984). Mozambique: The Revolution Under Fire. Londres: Zed Books, Ltd. p. 272. ISBN 0862322456 
  7. a b c d e f Hanlon, Joseph (2010). «Quem é Quem no Governo» (PDF). CIP e AWEPA. Boletim sobre o Processo Político em Moçambique (45 (1 de Fevereiro de 2010)): 4. Consultado em 12 de dezembro de 2022 


Precedido por
Joaquim Chissano
Presidente de Moçambique
2005 - 2015
Sucedido por
Filipe Nyusi
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