Armênios – Wikipédia, a enciclopédia livre

Armênios (PB) / arménios (PE)
Հայեր
Bandeira da Armênia
Mapa da diáspora armênia ao redor do mundo.
População total

6[1] a 8 milhões[2]

Regiões com população significativa
Arménia Armênia
   3 018 854 (2011)[3]

 Rússia:
   2 000 000 (2011)[4]

 Estados Unidos
   483 366 (2011)[5] –1 500 000[6]

Síria Síria
   35 000 (após a guerra)[7]

 Geórgia (excl. Abkhazia):
   300 000 (2014)[8]

 França
   250 000–750 000[9][10]

 Argentina:
   80 000 (2007)

Europa do Leste e Bálcãs:
   165 000 (2007)

 Bielorrússia e  Ucrânia
   160 000 (2007)

Europa Ocidental (sem França e Europa do Norte):
   150 000 (2007)

 Azerbaijão
   120 000 (2007)
(excetuando-se o Nagorno-Karabakh):
   645 (2001)[11]

Líbano
   110 000 (2007)

 Canadá
   100 000 (2007)

Irã Irão
   100 000 (2007)

Outros países do Oriente Médio:
   85 000 (2007)

Ásia Central
   80 000 (2007)

 Austrália
   60 000 (2007)

Ásia
   30 000 (2007)

 Brasil
   30 000- 100 000 (2015)[12][13]

África
   15 000 (2007)

Línguas
Armênio
Religiões
Igreja Apostólica Armênia
  
92,5%
Cristianismo (outros)
  
2,3%
Iazidismo
  
0,8%
Outras religiões
  
0,4%
Irreligião
  
4%
(Censo 2011[14])
Grupos étnicos relacionados
Hamshenis e outros indo-europeus

Os armênios(pt-BR) ou arménios(pt-PT?) (em armênio: Հայեր, transl. Hayer) formam uma nação e um grupo étnico originário do Cáucaso e do Planalto Armênio. Constituem a maior parte da população da Armênia e da de fato independente República de Artsaque. Há uma ampla diáspora, estimando-se que haja entre 5 milhões e 8 milhões de pessoas de ascendência armênia vivendo fora da moderna Armênia.[15]

Historicamente os armênios têm uma presença significativa em países como a Geórgia, Irã, Rússia e Ucrânia, devido à proximidade entre seus territórios. Depois do genocídio armênio um grande influxo de sobreviventes deslocou-se para a França, os Estados Unidos, Argentina, Brasil, o Levante e outros países que os acolheram. Estima-se que existam cerca de 6 a 8 milhões de armênios ao redor do mundo.[16]

Cristianizada no início do século IV, a Armênia arsácida tornou-se a primeira nação cristã, embora o cristianismo tenha começado a se espalhar no país logo depois da morte de Cristo, devido aos esforços de dois de seus apóstolos, São Tadeu e São Bartolomeu;[17][18] a maior parte dos armênios segue a Igreja Apostólica Armênia, uma igreja ortodoxa oriental. Falam dois dialetos diferentes, porém mutualmente inteligíveis do armênio: o armênio oriental é falado principalmente na Armênia, no Irã e nas repúblicas da antiga União Soviética, e o armênio ocidental é falado principalmente por imigrantes armênios ao redor do mundo.

No Brasil a comunidade armênia reúne entre 90 e 130 mil pessoas, que se concentram principalmente nas cidades de São Paulo e Osasco, onde se dedicam sobretudo ao comércio, especialmente de calçados.[carece de fontes?]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Armênia (nome)

Historicamente, o nome armênio foi usado para designar internacionalmente este grupo de pessoas; foi usado pela primeira vez pelos países vizinhos da antiga Armênia, e é tido tradicionalmente como derivado de Armenak, ou Aram, bisneto do bisneto de Haico (Haik), líder que, de acordo com a tradição armênia, seria o ancestral de todos os armênios, e que daria origem ao termo usado pelos próprios armênios para designar a si próprios: Hay (Հայ; plural: Հայեր, Hayer). Haico também é um nome popular armênio atualmente.[19][20]

Origens[editar | editar código-fonte]

A Armênia se encontra sobre um planalto que cerca as montanhas do Ararate, que, de acordo com a tradição judaico-cristã, seria o ponto onde a arca do patriarca Noé teria aportado após o Dilúvio.[21] Na Era do Bronze diversos Estados floresceram na região da Grande Armênia, incluindo o Império Hitita (no auge de seu poder), Mitani (no sudoeste da Armênia histórica) e Haiasa-Azi (1 600 x–1 200 a.C.). Logo em seguida vieram os nairis (1 400–1 000 a.C.) e o Reino de Urartu (1 000–600 a.C.) que estabeleceram sucessivamente seus domínios sobre o Planalto Armênio. Cada uma destas nações e tribos participou da etnogênese do povo armênio.[22] Erevã, a atual capital da Armênia, foi fundada em 782 a.C. pelo rei Arguisti I.

Em 1984, o linguista Thomas Gamkrelidze e o filólogo Vyacheslav V. Ivanov propuseram a teoria de que a urheimat do proto-indo-europeu seria localizada no Planato Armênio.[23]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Diferentes fontes:
    * Dennis J.D. Sandole (24 de janeiro de 2007). Peace and Security in the Postmodern World: The OSCE and Conflict Resolution. Routledge. p. 182. ISBN 9781134145713. "The nearly 3 million Armenians in Armenia (and 3-4 million in the Armenian Diaspora worldwide) "perceive" the nearly 8 million Azerbaijanis in Azerbaijan as 'Turks' ".
    • McGoldrick, Monica; Giordano, Joe; Garcia-Preto, Nydia, eds. (18 de agosto de 2005). Ethnicity and Family Therapy, 3ª ed.. Guilford Press. p. 439. ISBN 9781606237946. The impact of such a horror on a group who presently number approximately 6 million, worldwide, is incalculable.
    • Gevorg Sargsyan; Ani Balabanyan; Denzel Hankinson (1 de janeiro de 2006). "From Crisis to Stability in the Armenian Power Sector: Lessons Learned from Armenia's Energy Reform Experience (illustrated ed.). World Bank Publications. p. 18. ISBN 9780821365908. The country's estimated 3-6 million Diaspora represent a major source of foreign direct investment in the country."
    • Arthur G. Sharp (15 Sep 2011). " The Everything Guide to the Middle East: Understand the people, the politics, and the culture of this conflicted region. Adams Media, p. 137. ISBN 9781440529122. Since the newly independent Republic of Armenia was declared in 1991, nearly 4 million of the world's 6 million Armenians have been living on the eastern edge of their Middle Eastern homeland."
  2. Diferentes fontes:
    • Von Voss, Huberta (2007). Portraits of Hope: Armenians in the Contemporary World. New York: Berghahn Books. p. xxv. ISBN 9781845452575. "...there are some 8 million Armenians in the world..."
    • Freedman, Jeri (2008). The Armenian genocide. New York: Rosen Publishing Group. p. 52. ISBN 9781404218253. "In contrast to its population of 3.2 million, approximately 8 million Armenians live in other countries of the world, including large communities in the United States and Russia."
    • Guntram H. Herb, David H. Kaplan (2008). Nations and Nationalism: A Global Historical Overview: A Global Historical Overview. Santa Barbara, California: ABC-CLIO. p. 1705. ISBN 9781851099085. "A nation of some 8 million people, about 3 million of whom live in the newly independent post-Soviet state, Armenians are constantly battling not to lose their distinct culture, identity and the newly established statehood."
    • Robert A. Saunders, Vlad Struko (2010). Historical dictionary of the Russian Federation. Lanham, Maryland: Scarecrow Press. p. 50. ISBN 9780810854758.
    • Philander, S. George (2008). Encyclopedia of global warming and climate change. Los Angeles: SAGE. p. 77. ISBN 9781412958783. "An estimated 60 percent of the total 8 million Armenians worldwide live outside the country..."
    • Robert A. Saunders, Vlad Strukov (2010). Historical dictionary of the Russian Federation. Lanham, Maryland: Scarecrow Press. p. 51. ISBN 9780810874602. "Worldwide, there are more than 8 million Armenians; 3.2 million reside in the Republic of Armenia.'
  3. «Serviço de Estatística da Armênia. Armstat.» (PDF). www.armstat.am 
  4. «Composição nacional da população da Federação Russa (Национальный состав населения Российской Федерации)"» (em russo). www.gks.ru  Serviço de Estatística da Federação Russa.
  5. «Total ancestry categories tallied for people with one or more ancestry categories reported 2011 American Community Survey 1-Year Estimates» (PDF). United States Census Bureau 
  6. «Kim Kardashian Urges Support for Telethon». The Armenian Weekly. 20 de maio de 2012  Milliken, Mary (12 de outubro de 2007). «Armenian-American clout buys genocide breakthrough». Reuters 
  7. «Surviving Aleppo: An Interview with Nerses Sarkissian». armenianweekly.com . Por Rupen Janbazian. Armenian Weekly, 9 de dezembro de 2015. Estima-se que, antes da guerra civil, a população armênia na Síria fosse de 70 000 a 100 000 pessoas.
  8. (em inglês) «GEOSTAT. 2014 General Population Census Main Results General Information» (PDF). geostat.ge. Consultado em 15 de agosto de 2016. Arquivado do original (PDF) em 5 de fevereiro de 2017 
  9. Thon, Caroline (2012). Armenians in Hamburg: an ethnographic exploration into the relationship between diaspora and success. Berlim: LIT Verlag Münster. p. 25. ISBN 978-3-643-90226-9 
  10. Taylor, Tony (2008). Denial: history betrayed. Carlton, Victoria: Melbourne University Pub. p. 4. ISBN 978-0-522-85482-4 
  11. «Definitions of national identity, nationalism and ethnicity in post-Soviet Azerbaijan in the 1990s» (PDF). intersci.ss.uci.edu 
  12. «Comunidade armênia prospera no Brasil, mas não abandona luta pela memória do massacre». oglobo.globo.com . Por Breno Salvador. O Globo, 24 de abril de 2015.
  13. «Federal Senate of Brazil Recognizes Armenian Genocide». Armenian Weekly. 3 de junho de 2015 
  14. «Resultados do Censo armênio de 2011» (PDF). Armstat.am. Consultado em 11 de julho de 2022 
  15. Minahan, James B. Miniature Empires: A Historical Dictionary of the Newly Independent States - pág. 3
  16. Richard G. Hovannisian, The Armenian people from ancient to modern times: the fifteenth century to the twentieth century, Volume 2, p. 427, Palgrave Macmillan, 1997.
  17. ver Hastings, Adrian (2000). A World History of Christianity. [S.l.]: Wm. B. Eerdmans Publishing. 289 páginas. ISBN 0802848753 
  18. «Armenia first nation to adopt Christianity as a state religion.». Consultado em 27 de fevereiro de 2007 
  19. «Haik and Hayastan». Consultado em 4 de março de 2007 
  20. «Armenia Provinces». Consultado em 4 de março de 2007 
  21. Gênesis, 8:4.
  22. Kurkjian, Vahan. History of Armenia, Michigan, 1968; Armenian Soviet Encyclopedia, v. 12, Ierevan 1987; Movsisyan, Artak. Sacred Highland: Armenia in the spiritual conception of the Near East, Ierevã, 2000; Kavoukjian, Martiros. The Genesis of Armenian People, Montreal, 1982
  23. "The Early History of Indo-European Languages", Thomas V. Gamkrelidze e V. V. Ivanov. Scientific American, Março de 1990, p.110

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Bornoutian, George A., A History of the Armenian People, 2 vol. (1994)
  • Bournoutian, George A., A Concise History of the Armenian People (Mazda, 2003, 2004).
  • Diakonoff, I. M., The Pre-History of the Armenian People (revised, trans. Lori Jennings), Caravan Books, New York (1984), ISBN 0-882067-039-2.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]