Aristóbulo II – Wikipédia, a enciclopédia livre

Aristóbulo II
Aristóbulo II
Nascimento 100 a.C.
Morte 49 a.C.
Sepultamento Jerusalém
Progenitores
Filho(a)(s) Antígono, Alexandre, Alexandra
Irmão(ã)(s) Hircano II
Causa da morte veneno

Aristóbulo II (ca. 100 a.C.49 a.C.) foi um rei da dinastia dos asmoneus e Sumo Sacerdote dos judeus. Era filho de Alexandre Janeu e Salomé Alexandra.

Família[editar | editar código-fonte]

Alexandre Janeu, ao contrário dos seus antecessores, tomou o título de "rei dos judeus", um título que pertencia apenas à família do Rei Davi.[1] Ele se casou com Salomé Alexandra, que o sucedeu e, depois da morte desta, em 67 a.C., por Hircano, seu filho, que havia sido sumo sacerdote.[2] Os líderes do exército e a nobreza se uniram ao irmão mais novo, Aristóbulo, o que levou o país à guerra civil.[2] O conflito foi resolvido com a intervenção de Pompeu, que adicionou a Palestina à República Romana.[2][Nota 1]

Conflito com Hircano[editar | editar código-fonte]

Durante o reinado de Salomé Alexandra, Aristóbulo conflita com sua mãe, devido ao favorecimento que ela concede aos Fariseus. Apoiado pelos Saduceus (a nobreza judaica), ele aproveita-se que a rainha se encontra enferma para recrutar um exército no Líbano e, ganhando o apoio da maior parte da Judeia, proclama-se rei (67 a.C.). Salomé morre pouco tempo depois, deixando o trono para seu filho Hircano II. Então, instala-se a guerra civil entre os dois irmãos [3].

Três meses [Nota 2] após a morte de Alexandra[4], os dois exércitos enfrentam-se em uma batalha travada às proximidades de Jericó. A maior parte dos soldados de Hircano passa para bando de seu irmão. Diante disso, Hircano abdica em favor de Aristóbulo, concordando em retirar-se da vida pública, em troca de uma pensão vitalícia [5].

Todavia, Hircano realmente não pretende abrir mão de sua herança materna.[carece de fontes?] Em 66 a.C., Antípatro ajuda-o a fugir para Petra, onde ganha o apoio do rei Aretas, em troca da promessa de devolver as doze cidades tomadas por Alexandre Janeu[6].

Em 65 a.C., à frente de um exército de 50 000 homens, Aretas derrota as forças de Aristóbulo e o sitia no Templo de Jerusalém[7]. Marco Emílio Escauro foi enviado por Pompeu a Damasco, durante as Guerras Mitridáticas; Hircano e Aristóbulo enviam emissários a Damasco, com presentes para o romano, pretendendo ganhar seu apoio, e embaixadores a Pompeu[7].

Conquista de Jerusalém por Pompeu[editar | editar código-fonte]

Em 64 a.C., Pompeu invade a Judeia, mas Aristóbulo fecha as portas. Somente após três meses de luta e 12 000 mortos, os romanos conseguem tomar Jerusalém. Hircano II é confirmado como Sumo Sacerdote, mas é proibido de usar a coroa[8]. Aristóbulo II e seus filhos são deportados para Roma[carece de fontes?].

Aristóbulo tinha duas filhas e vários filhos, dentre estes Antígono, que foi levado à Roma por Pompeu junto de suas irmãs.[9]

Retorno à Judeia[editar | editar código-fonte]

Aristóbulo fugiu de Roma com seu filho Antígono, chegou à Judeia e iniciou a reconstrução do Alexândrio, que havia sido recentemente demolido. A ele se juntaram vários judeus, um total de oito mil soldados, mas os romanos os atacaram e derrotaram. Gabínio enviou Aristóbulo de volta a Roma, onde ele foi acorrentado, porém o Senado deixou seus filhos livres, porque Gabínio havia dito que este foi o acordo que ele tinha feito com a mãe deles para que ela entregasse a fortaleza.[10]

Gabínio pretendia atacar os partas, mas retornou e foi ao Egito, para restaurar Ptolemeu ao trono. Antípatro [Nota 3] ajudou o exército romano, que derrotou o usurpador Arquelau. Na volta, Gabínio encontrou a Síria em desordem, porque Alexandre, filho de Aristóbulo, havia tomado o governo à força, e estava sitiando o monte Gerizim, onde os romanos haviam se retirado.[11]

Gabínio enviou Antípatro para tentar vencer os judeus pela diplomacia, mas Alexandre, que tinha trinta mil homens, enfrentou Gabínio e foi derrotado.[12]

Após Júlio César ter derrotado Pompeu em Roma, este libertou Aristóbulo, mas ele foi envenenado pelos seguidores de Pompeu. Em seguida, Cipião, aliado de Pompeu, assassinou Alexandre, filho de Aristóbulo, e cortou sua cabeça. Os demais filhos de Aristóbulo foram salvos por Ptolemeu, filho de Meneu, que governava Cálcis. Ptolemeu trouxe a viúva de Aristóbulo, Antígono e as filhas de Aristóbulo, uma das quais, Alexandra, se casou com Filípio, filho de Ptolemeu, e, depois que Ptolemeu executou o próprio filho, se casou com Ptolemeu.[13]

Notas e referências

Notas

  1. Pelo texto de Ben Zion Bokser, Pompeu adicionou a Palestina ao Império Romano.
  2. O texto de Josefo traz "três anos", o que, segundo Ussher, é um erro.
  3. Antípatro é o pai de Herodes, o Grande.

Referências

  1. Jona Lendering, Hasmonaeans [em linha]
  2. a b c Ben Zion Bokser, The Wisdom of the Talmud (1951), The Forerunners of the Talmud, The Pharisees and Sadducees [em linha]
  3. Flavio Josefo, Antiguidades judaicas 13, 422-429 e Guerras Judias 1, 117 - 118.
  4. James Ussher, The Annals of the World 67 BC [em linha]
  5. Schürer, "Gesch." i. 291, note 2.
  6. James Ussher, The Annals of the World 66 BC
  7. a b James Ussher, The Annals of the World 65 BC
  8. James Ussher, The Annals of the World 64 BC
  9. Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIV, Capítulo 4, Como Pompeu, após os cidadãos de Jerusalém terem fechado as portas para ele, cercou a cidade e a tomou à força, e as outras coisas que ele fez na Judeia, 5 [em linha]
  10. Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIV, Capítulo 6 Como Gabínio capturou Aristóbulo depois que ele fugiu de Roma, e o enviou de volta a Roma; e como o mesmo Gabínio, retornando do Egito, derrotou Alexandre e os nabateus em batalha, 1
  11. Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIV, 6.2
  12. Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIV, 6.3
  13. Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIV, Capítulo 7, Como Crasso chegou na Judeia e pilhou o Templo; e depois marchou contra os partas e morreu, com seu exército. Como Cássio obteve a Síria, e pôs um limite aos partas e depois foi para a Judeia, 4

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Borger, Hans. Uma história do povo judeu (vol. 1). São Paulo, Ed. Sêfer Ltda, 1999.