Ardaxir-Cuarrá – Wikipédia, a enciclopédia livre

Ardaxir-Cuarrá (em persa médio: Arđaxšēr-Xwarra; em árabe: Ardashir-Khwarrah; lit. "glória de Artaxes") foi uma das quatro (mais tarde cinco) divisões administrativas da província sassânida de Pérsis. As outras eram: eram Xapur-Cuarrá, Estacar e Darabeguerde, enquanto uma quinta chamada Arrajã foi fundada no início do século VI por Cavades I.

História[editar | editar código-fonte]

Pérsis sassânida

Ardaxir-Cuarrá foi fundada pelo primeiro xainxá sassânida Artaxes I (r. 224–242), que na mesma época também fundou sua capital, Gor. Embora algumas fontes afirmem que a capital foi estabelecida após a vitória de Artaxes em 244 sobre o xainxá arsácida Artabano IV, evidências arqueológicas confirmam que foi estabelecida antes da batalha.[1] Em Gor, Artaxes construí uma torre zoroastrista chamada Terbal, que era semelhante a uma estopa budista. Além disso, também construiu um templo do fogo que o historiador árabe do século X Almaçudi teria visitado.[2]

No início do século V, uma ponte foi construída em Gor pelo ministro sassânida (grão-framadar) Mir-Narses, que era nativo de Abruvã, um subdistrito em Ardaxir-Cuarrá. Uma inscrição também foi escrita na ponte, que diz: "Esta ponte foi construída por ordem de Mir-Narses, grão-framadar, pelo bem de sua alma e às suas próprias custas (...) esta travessia."[3] Além disso, também fundou quatro aldeias com um templo do fogo em cada uma delas. O nome dos templos do fogo eram: Faraz-mara-auar-cuadaia, Zuruandadã, Cardadã e Magusnaspã. Construiu um quinto templo do fogo em Abruvã, que pode ter sido o templo do fogo de Barim que o geógrafo persa do século X Alistacri visitou e afirmou que tinha uma inscrição que afirmava que 30 mil dirrãs foram gastos para sua construção.[4] Algum tempo antes de 540, uma diocese foi estabelecida em Gor.[2]

Em ca. 644, durante a conquista muçulmana da Pérsia, um dos subdistritos de Ardaxir-Cuarrá, Tavaz, foi apreendido por Alalá ibne Alhadrami, que posteriormente enviou Hormuz ibne Haiane Alabedi para capturar Siniz, que conseguiu com sucesso. Em 649/50, Abedalá ibne Amir fez uma tentativa frustrada de capturar Gor. Em 650/1, o último xainxá sassânida Isdigerdes III (r. 632–651) foi a Gor para planejar uma resistência organizada contra os árabes, mas depois de receber a notícia da queda de Estacar e fugiu à Carmânia. Os árabes então rapidamente tomaram Gor, Sirafe e o resto de Pérsis.[5]

Referências

  1. Huff 1999, p. 633–636.
  2. a b Bosworth 1986, p. 384–385.
  3. Perikhanian 1983, p. 661–662.
  4. Daryaee 2000.
  5. Morony 1986, p. 203–210.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Bosworth, C. E. (1986). «Ardašīr-Ḵorra». Enciclopédia Irânica, Vol. II, Fasc. 4. Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Colúmbia 
  • Daryaee, Touraj (2000). «Mehr-Narseh». Enciclopédia Irânica. Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Colúmbia 
  • Huff, Dietrich (1999). «Fīrūzābād». Enciclopédia Irânica Vol. IX, Fasc. 6. Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Colúmbia 
  • Perikhanian, A. (1983). «Iranian Society and Law». The Cambridge History of Iran: The Seleucid, Parthian, and Sasanian periods (2). Cambrígia: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 978-0-521-24693-4