Antônio Lopes (treinador de futebol) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Antônio Lopes
Informações pessoais
Nome completo Antônio Lopes dos Santos
Data de nasc. 12 de junho de 1941 (82 anos)
Local de nasc. Rio de Janeiro, Distrito Federal, Brasil
Nacionalidade brasileiro
Apelido Delegado
Caveirão
Informações profissionais
Clube atual aposentado
Posição meio-campista
Função treinador
Clubes de juventude
Olaria
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos (golos)
1958–1961
1961–1962
Olaria
Bonsucesso
Times/clubes que treinou
1980
1981
1981–1983
1983–1985
1985–1986
1986–1987
1987
1988
1988
1988–1989
1989–1990
1990
1991
1992
1993
1993
1994
1994
1995
1995–1996
1996
1996–2000
2000
2000
2001
2001–2002
2002–2003
2004–2005
2005
2005–2006
2006
2006
2007
2008
2009–2010
2010
2010–2011
2011
2011
2013–2014
2014–2018
2019
2020
Olaria
America
Vasco da Gama
Kuwait
Vasco da Gama
Fluminense
Flamengo
Costa do Marfim
Sport
Al-Wasl
Portuguesa
Belenenses
Vasco da Gama
Internacional
Santos
Portuguesa
Internacional
Al-Hilal
Cruzeiro
Cerro Porteño
Paraná
Vasco da Gama
Grêmio
Atlético Paranaense
Vasco da Gama
Brasil (coordenador técnico)
Vasco da Gama
Coritiba
Atlético Paranaense
Corinthians
Goiás
Fluminense
Atlético Paranaense
Vasco da Gama
Atlético Paranaense
Avaí
Vitória
América Mineiro
Atlético Paranaense
Atlético Paranaense (gerente de futebol)
Botafogo (gerente de futebol)
Figueirense (diretor de futebol)
Vasco da Gama (coordenador técnico)

Antônio Lopes dos Santos (Rio de Janeiro, 12 de junho de 1941) é um ex-treinador, ex-gerente de futebol e ex-futebolista brasileiro que atuava como meio-campista.

É um dos quatro técnicos que venceram a Copa Libertadores, o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil (tríplice coroa clássica).[1]

Carreira como jogador[editar | editar código-fonte]

Como jogador, Lopes teve uma carreira curta interrompida pelos estudos. Atuou por apenas dois clubes entre os anos de 1958 e 1962: Olaria e Bonsucesso. Nos últimos anos como jogador, inscreveu-se no curso de Educação Física. Como não estava sendo aproveitado no clube em que atuava, decidiu encerrar a carreira de jogador e dedicou-se apenas aos estudos.

Carreira na lei[editar | editar código-fonte]

O curso terminou em 1964, mas antes disso Antônio tentou a carreira de detetive. Não por gosto, mas por necessidade de um emprego antes de se firmar no futebol, Antônio acabou por seguir o caminho da lei por mais tempo do que esperava. Meses antes de terminar o curso ele concorreu a uma vaga para detetive e foi nomeado tal. Paralelamente ao trabalho de detetive ele fez o curso de treinador de futebol na UFRJ. Mas como não se contentava com o trabalho de detetive Antônio decidiu fazer o curso de direito para chegar ao posto de delegado. Iniciou o curso e em 1970, obteve o diploma de direito pela Cândido Mendes, subindo imediatamente para o posto de detetive inspetor. Ainda em 1970, Antônio teve a oportunidade de concorrer à vaga de comissário e em 1971 foi nomeado comissário na Praça Tiradentes.

Em 1974 enquanto comissário Antônio recebeu a visita do seu antigo amigo do curso de Educação Física, Hélio Vigio, que na ocasião trabalhava como preparador-físico do Vasco da Gama. Hélio Vigio pediu ao seu amigo Antônio, agora comissário da polícia, para resolver um problema com o carro do goleiro Edgardo Andrada que havia sido apreendido pela polícia. Neste encontro, Hélio Vigio mencionou que o Vasco tinha uma vaga de preparador-físico para trabalhar com Mário Travaglini, perguntando a Antônio se estaria interessado. O convite foi aceito no mesmo momento.

Preparador físico[editar | editar código-fonte]

Em 1974, após dez anos servindo a lei, Antônio voltou ao mundo do futebol, agora como preparador-físico do Vasco. Permaneceu no clube até 1979, quando foi convidado pela antiga CBD para ser o preparador-físico da Seleção Brasileira de Futebol no Pan-Americano onde acabou por se sagrar campeão do torneio. Quando regressou ao Vasco, a situação do clube no campeonato não era boa, e o então presidente do clube, Agathyrno da Silva Gomes, decidiu demitir todos da comissão técnica, inclusive Antônio, apesar de não ter participado na campanha. Posteriormente, Antônio Lopes veio a saber que o motivo de ter sido demitido foi por ser amigo de Arthur Sendas, dirigente da oposição.

Carreira como treinador[editar | editar código-fonte]

Começo no Rio[editar | editar código-fonte]

Após ter sido demitido do Vasco em 1979, Antônio voltou à delegacia para o seu cargo de comissário. Mas não demorou muito para receber um novo convite do futebol. No fim do ano de 1979, o vice-presidente do Olaria, Carlos Imperial, aconselhado por Ademar Braga, convidou-o para ser treinador principal do clube. Desde então, Antônio Lopes não voltou à carreira de comissário e nunca mais deixou o futebol. Curiosamente, o seu primeiro grande clube como treinador foi o mesmo clube que o demitiu quando ainda era preparador-físico: o Vasco. Em 1981, após se destacar com times modestos, Antônio Lopes recebeu um telefonema do novo presidente do Vasco, Antônio Soares Calçada, para voltar ao clube no cargo de treinador. A partir deste momento, sua carreira subiu e não parou mais.

De grandes clubes a Seleções[editar | editar código-fonte]

Entre 1983 e 1996, Lopes acumulou passagens por grandes clubes do futebol brasileiro, como Flamengo, Fluminense , Atlético Paranaense, Sport, Portuguesa, Internacional, Santos, Cruzeiro e Paraná, além de ter treinado seleções nacionais como Kuwait e Costa do Marfim. Comandou também os seguintes clubes do exterior: Al-Wasl, dos Emirados Árabes, Al-Hilal, da Arábia Saudita, e Cerro Porteño, do Paraguai. Na Seleção Brasileira, como Coordenador Técnico de Felipão, foi pentacampeão em 2002.

Auge no Vasco da Gama[editar | editar código-fonte]

Em 1997 teve início o auge de sua carreira. Comandando o Vasco, venceu o Campeonato Brasileiro num time de craques e futuras promessas. Com o título brasileiro, credenciou-se a disputar a Copa Libertadores da América no ano seguinte e acabou sendo campeão, num título inédito também para o Vasco da Gama, sendo também campeão estadual naquele mesmo ano. Em dezembro de 1998, disputou a final do Mundial Interclubes contra o campeão europeu Real Madrid, mas a equipe acabou derrotada por 2 a 1. No início de 1999, mais um triunfo: o campeonato do Torneio Rio São Paulo diante da equipe do Santos. Em 2003, foi campeão carioca. No segundo jogo da final do Estadual de 2003, tomou uma atitude incorreta ao atirar a bola em Alex Oliveira, do Fluminense, que estava caído, em jogo parado, o que gerou tumulto. Lopes foi expulso, mas isso não prejudicou sua equipe. Depois de vices consecutivos, o Vasco finalmente conseguiu ser campeão estadual, vencendo o Fluminense por 2 a 1, assim como no primeiro jogo da decisão.

Pós-sucesso[editar | editar código-fonte]

Depois de ser reconhecido internacionalmente pelo seu trabalho e pelos títulos que conquistou na sua quarta passagem no Vasco, passou novamente a vagar pelos mais diversos clubes do Brasil. Passagens pelo Grêmio, Atlético Paranaense, Coritiba, Corinthians, Goiás e Fluminense, além de outra passagem pelo Vasco entre 2002 e 2003.

Em junho de 2007, após um ano de inatividade, Antônio Lopes foi convidado a treinar novamente o Atlético-PR para a disputa do Campeonato Brasileiro e da Copa Sul-Americana. Porém, a campanha de Antônio Lopes em seu retorno ao Atlético não foi das melhores, e ele acabou demitido na 19ª rodada do Campeonato Brasileiro, com um aproveitamento de 33,33%.

Vasco pela sexta vez[editar | editar código-fonte]

Em 2008 regressou ao comando do Vasco da Gama pela sexta vez em sua carreira.[2][3] Porém, com a troca da diretoria e após uma derrota para o Coritiba, que marcou também o seu jogo de número 600 no comando do Vasco da Gama,[4] acabou demitido do cargo.[5] No total foram 306 vitórias, 146 empates e 148 derrotas.[4] Durante sua gestão, o Vasco mantinha-se numa região intermediária da tabela; após sua saída, o time despencou para a zona do rebaixamento e acabou rebaixado para a segunda divisão.

Atlético Paranaense[editar | editar código-fonte]

Após a demissão de Waldemar Lemos, Antônio Lopes foi anunciado como novo treinador do Atlético-PR no dia 1 de agosto de 2009.[6][7] Seu auxiliar-técnico era seu filho, Júnior Lopes.[7]

Mesmo após salvar o Atlético do rebaixamento no Brasileirão de 2009, no dia 9 de março de 2010, durante a disputa do Campeonato Paranaense, Antônio Lopes foi demitido do comando do clube.[8][9][10]

Avaí[editar | editar código-fonte]

No ano de 2010, Antônio Lopes parte para um novo desafio em um dos estados brasileiros aonde nunca havia atuado anteriormente, Santa Catarina. Após o treinador Péricles Chamusca deixar o comando do Avaí por questões financeiras para atuar no Catar,[11] Lopes foi chamado para ocupar o cargo.[12]

Na estreia no comando do Avaí, no dia 14 de julho, Antônio Lopes anulou o time do São Paulo em pleno Estádio do Morumbi e o time catarinense venceu o Tricolor Paulista por 2 a 1 num jogo válido pelo Campeonato Brasileiro.[13]

No dia 20 de setembro, após uma queda vertiginosa do rendimento no Campeonato Brasileiro, Lopes foi demitido do cargo de treinador.[14][15]

Vitória[editar | editar código-fonte]

No dia 7 de outubro, assinou com o Vitória.[16] Apesar do rebaixamento do clube baiano, o seu contrato foi renovado até dezembro de 2011.[17]

Entretanto, após a derrota por 2 a 1 para o Bahia de Feira na final do Campeonato Baiano de 2011, em 15 de maio, dentro do Barradão, resultando na perda do pentacampeonato baiano, foi demitido com um retrospecto de 14 vitórias em 22 jogos pelo clube, somando 63,6% de aproveitamento.[18]

América Mineiro[editar | editar código-fonte]

No dia 12 de julho de 2011, Antônio Lopes foi confirmado como o novo treinador do América Mineiro.[19] No entanto, depois de apenas quatro partidas, pediu demissão no dia 1 de agosto, alegando motivos pessoais.[20][21]

Retorno ao Atlético Paranaense[editar | editar código-fonte]

Na madrugada do dia 2 de setembro de 2011, Antônio Lopes foi anunciado como o novo treinador do Atlético-PR em substituição a Renato Gaúcho, demitido no dia anterior.[22][23] O Furacão lutou até a última rodada, mas acabou rebaixado para a Série B, o que culminou na demissão do treinador. Essa foi a quinta passagem de Lopes pelo clube paranaense.[24]

Estatísticas[editar | editar código-fonte]

Clube Jogos Vitórias Empates Derrotas %*
Atlético Paranaense 100 36 31 33 46.33
Corinthians 46 31 1 14 68.12
Goiás 11 3 2 6 33.33
Santos 23 13 5 5 69,43*
Fluminense 50 22 16 12 54.67
Grêmio 24 13 6 5 62.5
Flamengo 40 24 9 7 67,50*
Vasco da Gama 600 306 146 148 59.11
Avaí 18 5 5 8 37.04
Vitória 34 16 10 8 56,86*
Cruzeiro 5 2 1 2 46.67
América Mineiro 4 0 2 2 16.67

*Levando em consideração V = 3, E = 1, D = 0

Títulos[editar | editar código-fonte]

Como jogador[editar | editar código-fonte]

Olaria

Como preparador físico[editar | editar código-fonte]

Vasco da Gama
Seleção Brasileira

Como treinador[editar | editar código-fonte]

Corinthians
Vasco da Gama
Sport
Internacional
Paraná
Coritiba

Como coordenador técnico[editar | editar código-fonte]

Seleção Brasileira

Referências

  1. Esporte News Mundo (16 de dezembro de 2021). «Título da Copa do Brasil coloca Cuca em seleto grupo de treinadores do país». UOL. Consultado em 18 de novembro de 2023 
  2. «Antônio Lopes está de volta ao Vasco». UOL. 31 de março de 2008. Consultado em 17 de fevereiro de 2021 
  3. «António Lopes regressa pela sexta vez ao Vasco». Ojogo.pt. Consultado em 8 de abril de 2008. Arquivado do original em 6 de abril de 2008 
  4. a b IANNACCA, Márcio (5 de agosto de 2008). «Antônio Lopes completa 600 jogos no comando do Vasco». GloboEsporte.com. Consultado em 10 de Agosto de 2008 
  5. Luciano Paiva (6 de agosto de 2008). «No Vasco, técnico Antônio Lopes é demitido após derrota». UOL. Consultado em 17 de fevereiro de 2021 
  6. «Atlético-PR acerta com Antônio Lopes». GloboEsporte.com. 1 de agosto de 2009. Consultado em 17 de fevereiro de 2021 
  7. a b «Delegado Antonio Lopes é o novo Técnico». Atleticoparanaense.com. 1 de agosto de 2009. Arquivado do original em 5 de agosto de 2009 
  8. «Atlético-PR demite Antonio Lopes. Leandro Niehues é o novo técnico». Gazeta do Povo. 8 de março de 2010. Consultado em 17 de fevereiro de 2021 
  9. «Antônio Lopes não é mais técnico do Atlético-PR». Extra Online. 9 de março de 2010. Consultado em 17 de fevereiro de 2021 
  10. «Atlético-PR anuncia demissão do técnico Antônio Lopes». ESPN.com.br. 9 de março de 2010. Consultado em 17 de fevereiro de 2021 
  11. «Futebol SC - Péricles Chamusca vai para o futebol árabe». UOL.com [ligação inativa]
  12. Guilherme Marques (5 de julho de 2010). «Antônio Lopes fecha com o Avaí e já planeja rápida recuperação na tabela». GloboEsporte.com. Consultado em 17 de fevereiro de 2021 
  13. PRADO, Marcelo (14 de julho de 2010). «Na estreia de Lopes, Avaí anula o São Paulo e vence dentro do Morumbi». GloboEsporte.com. Consultado em 15 de julho de 2010 
  14. «Avaí demite o técnico Antônio Lopes». Extra Online. 20 de setembro de 2010. Consultado em 17 de fevereiro de 2021 
  15. «VÍDEO: Perto do Z-4, Avaí demite técnico Antônio Lopes». ESPN.com.br. 20 de setembro de 2010. Consultado em 17 de fevereiro de 2021 
  16. «Antônio Lopes é o novo técnico do Vitória; Ricardo Silva é "rebaixado"». UOL. 7 de outubro de 2010. Consultado em 17 de fevereiro de 2021 
  17. «Vitória acerta permanência do técnico Antônio Lopes para temporada 2011». UOL. 8 de dezembro de 2010. Consultado em 17 de fevereiro de 2021 
  18. «Antônio Lopes não é mais técnico do Vitória». GloboEsporte.com. 16 de maio de 2011. Consultado em 17 de maio de 2011 
  19. «Antônio Lopes é confirmado como o novo técnico do América-MG». GloboEsporte.com. 12 de julho de 2011. Consultado em 10 de fevereiro de 2021 
  20. «Antônio Lopes pede demissão e não é mais o técnico do América-MG». GloboEsporte.com. 1 de agosto de 2011. Consultado em 10 de fevereiro de 2021 
  21. «Técnico Antonio Lopes pede demissão do América-MG». Gazeta do Povo. 1 de agosto de 2011. Consultado em 10 de fevereiro de 2021 
  22. «Antônio Lopes assume Atlético-PR pela quinta vez». Estadão. 2 de setembro de 2021. Consultado em 10 de fevereiro de 2021 
  23. «Antônio Lopes acerta para iniciar 5ª passagem pelo Atlético-PR». Terra. 2 de setembro de 2011. Consultado em 10 de fevereiro de 2021 
  24. Fernando Freire (4 de dezembro de 2011). «Lopes afirma não ter culpa por queda: 'Não vou colocar no meu currículo'». GloboEsporte.com. Consultado em 18 de novembro de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Zagallo
Edu Coimbra
Zagallo
Alcir Portella
Evaristo de Macedo
Alfredo Sampaio
Treinador do Vasco da Gama
1981–1983
1985–1986
1991
1996–2000
2002–2003
2008
Sucedido por
Zanata
Cláudio Garcia
Nelsinho Rosa
Abel Braga
Mauro Galvão
Tita
Precedido por
Carlinhos
Treinador do Flamengo
1987
Sucedido por
Carlinhos
Precedido por
Jair Pereira
Treinador do Cruzeiro
1995
Sucedido por
Levir Culpi
Precedido por
Arthur Neto
Edinho
Vadão
Waldemar Lemos
Renato Gaúcho
Treinador do Atlético Paranaense
2000
2005
2007
2009–2010
2011
Sucedido por
Paulo César Carpegiani
Evaristo de Macedo
Ney Franco
Leandro Niehues
Juan Ramón Carrasco
Precedido por
Paulo Bonamigo
Treinador do Coritiba
2003–2004
Sucedido por
Cuca
Precedido por
Péricles Chamusca
Treinador do Avaí
2010
Sucedido por
Vágner Benazzi
Precedido por
Ricardo Silva (interino)
Treinador do Vitória
2010–2011
Sucedido por
Ricardo Silva (interino)
Precedido por
Mauro Fernandes
Treinador do América Mineiro
2011
Sucedido por
Givanildo Oliveira