Alpes Peninos (província romana) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Provincia Alpes Poenninae
Província dos Alpes Peninos
Província do(a) Império Romano
15 a.C.295


Alpes Peninos em 120
Capital Darantásia
Líder Procurador

Período Antiguidade Clássica
15 a.C. Anexada por Otaviano
295 d.C. Fundida com a região de Alpes Graios

Alpes Peninos foi uma província do Império Romano, a mais setentrional das três estavam na região dos Alpes (as outras eram Alpes Cócios e Alpes Marítimos). Ela estava localizada em torno do anel montanhoso que hoje é chamado de Alpes Peninos (ou Valaisanos), entre a França, Suíça e Itália. A província fazia fronteira com a Gália Narbonense para o oeste, Récia para o leste, Germânia Superior ao norte e Itália e Alpes Cócios ao sul.

Conquista[editar | editar código-fonte]

Os Alpes Peninos eram originalmente o lar das tribos gaulesas dos nantuates, veragros, sedunos e úberos. Todas elas foram derrotadas em 58 a.C. por Júlio César quando tentaram invadir a Gália para fugir da pressão migratória dos exerciam sobre eles as tribos germânicas vindas do norte.

A província foi conquistada em 15 a.C. durante o governo de Otaviano pelas forças dos generais Tibério e Druso. A campanha, que incluiu uma batalha naval no lago Constança, terminou também com a incorporação da Récia e da Nórica. Não está claro se a província foi criada imediatamente ou durante o reinado de Cláudio.

Passo estratégico[editar | editar código-fonte]

A elevação deste pequeno território à condição de província decorre da importância estratégica que o passo de montanha na região como via de comunicação. Tito Lívio, por exemplo, relata que as tribos invasoras celtas dos boios e dos língones entraram na Itália por ali, através do passo de Grande São Bernardo, no século IV a.C.

Alpes Graios[editar | editar código-fonte]

Provincia Alpes Poenninae et Graiae
Província dos Alpes Peninos e Graios
Província do(a) Império Romano
 
295século IV


Diocese da Gália, c. 400
Capital Octoduro

Período Antiguidade Tardia
295 a.C. Fusão entre os Alpes Peninos e os Alpes Graios
século IV Conquistada pelos burgúndios

O procurador dos Alpes Peninos geralmente governava também a região vizinha dos Alpes Graios, a parte francesa da província chamada também de Alpes Graios e onde estava o passo do Pequeno São Bernardo. Através dele passava o ramo sul da estrada romana conhecida como Via Gália, chamada posteriormente de Via Francigena. O passo era chamado de Alpes Graios (Alpis Graia) ou Coluna de Jove (Columna Jovis) na época por causa de um monólito aparentemente adorado pelos celtas.

O ramo norte da Via Gália começava na bifurcação em Aosta, na Itália, passava pelo passo do Grande São Bernardo, entrando nos Alpes Peninos e era chamado também de Alpes Peninas (Alpes Poenninae) ou, por vezes, Sumo Penino (Summus Poeninus).

A região Alpes Graios e a província vizinha foram reunidas administrativamente durante as reformas do imperador Diocleciano (r. 284–305) com o nome de Alpes Peninos e Graios. Até então, Graios tinha sua própria capital em Axima (Aîme). A região passou a fazer parte da Diocese da Gália na Prefeitura pretoriana das Gálias.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Desde a Antiguidade circula uma teoria que o nome poenninae deriva de poenus (púnico), uma referência ao exército cartaginês de Aníbal Barca, que atravessara os Alpes por ali. Ela também foi refutada na mesma época, criticada, por exemplo, por Tito Lívio.[1]

Já a palavra graiae é uma referência à mitologia grega: as greias, seres do inferno que nasceram já idosas e que compartilhavam entre si um único dente e um único olho.

Fim da província[editar | editar código-fonte]

No século IV, a região foi conquistada pelos burgúndios depois da queda do Império Romano do Ocidente. Este povo de origem germânica já vivia pacificamente na província desde o século anterior.

Com o tempo, a região converteu-se no extremo oriental do Reino da Burgúndia, a Borgonha.

Assentamentos romanos[editar | editar código-fonte]

Cidades[editar | editar código-fonte]

Lugares[editar | editar código-fonte]

Referências

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • AAVV (1975). Cambridge Ancient History. L'impero romano da Augusto agli Antonini. Milano: [s.n.] p. Vol. VIII 
  • Davide Faoro, Novità sui Fasti equestri della Rezia, in Quaderni friulani di archeologia n.XVII, Trieste 2007, pp. 97–120.
  • Grant, Michael (1984). Gli imperatori romani. Roma: Newton & Compton. ISBN 88-7819-224-4 
  • Mario Attilio Levi, Augusto e il suo tempo, Milano 1994.
  • Santo Mazzarino (1976). L'Impero romano. Bari: Laterza. p. Vol. I. ISBN 88-420-2401-5 
  • Scarre, Chris (1995). Chronicle of the Roman Emperors (em inglês). Londra: [s.n.] ISBN 0-500-05077-5 
  • Scullard, Howard (1992). Storia del mondo romano. Milano: Rizzoli. ISBN 88-17-11903-2 
  • Pat Southern, Augustus, Londra-N.Y. 2001.
  • Spinosa, Antonio (1996). Augusto. Il grande baro. Milano: Mondadori. ISBN 88-04-41041-8 
  • Spinosa, Antonio (1991). Tiberio. L'imperatore che non amava Roma. Milano: Mondadori. ISBN 88-04-43115-6 
  • Syme, Ronald (1992). L'aristocrazia augustea. Milano: Rizzoli. ISBN 88-17-11607-6 
  • Syme, Ronald (2002). The Roman Revolution (em inglês). Oxford: [s.n.] ISBN 0-19-280320-4