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Alectrosaurus
Intervalo temporal: Cretáceo Superior
~96 Ma
Reconstrução esquelética do holótipo
Classificação científica e
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Clado: Dinosauria
Clado: Saurischia
Clado: Theropoda
Superfamília: Tyrannosauroidea
Clado: Pantyrannosauria
Gênero: Alectrosaurus
Gilmore, 1933
Espécie-tipo
Alectrosaurus olseni
Gilmore, 1933
Sinónimos

Alectrosaurus ("largato solitário") foi um gênero de dinossauro terópode carnívoro e bípede que media cerca de 5 metros de comprimento e pesava de 500 kg a 1,5 toneladas. Era membro da superfamília Tyrannosauroidea e viveu há cerca de 96 milhões de anos no que é hoje a China e a Mongólia.

Os restos do Alectrosaurus foram encontrados na Formação Iren Dabasu em 1923, sendo descrito posteriormente por Charles Gilmore em 1933, com a espécie-tipo denominada Alectrosaurus olseni. Comparado aos demais membros da família dos tiranossauróides, o Alectrosaurus era um predador pequeno, entretanto, seu tamanho reduzido era compensado por uma possível velocidade avantajada.[1]

Descoberta[editar | editar código-fonte]

Excavation of the right hindlimb of A. olseni specimen AMNH 6554, in 1923. George Olsen on the right

Em 1923, a Terceira Expedição Asiática do Museu Americano de História Natural, liderada pelo paleontólogo-chefe Walter W. Granger, estava à procura de fósseis de dinossauros na Mongólia. Em 25 de abril no deserto de Gobi, o paleontólogo assistente George Olsen escavou e recuperou o holótipo AMNH 6554, um membro posterior direito quase completo. Isso incluiu um membro posterior direito praticamente completo com alguns elementos do pé esquerdo e dois ungueais manuais. Em 4 de maio, Olsen descobriu outro espécime a aproximadamente 30 m de distância de seu primeiro achado, catalogado como AMNH 6368. Este espécime incluía um úmero direito, dois dígitos manuais incompletos, quatro vértebras caudais fragmentadas e outros dois ou três elementos não especificados. que foram descartados por má conservação. Essas descobertas foram feitas na Formação Iren Dabasu no que é hoje a Região Autônoma da Mongólia Interior (Nei Mongol Zizhiqu) da China.[2]

Diagrama esquelético de Alectrosaurus.

Em 1933, Charles Gilmore descreveu o gênero e sua espécie típica. Ele batizou gênero de Alectrosaurus, utilizando as palavras gregas ἄλεκτρος (alectro que quer dizer "solitário" ou "sem par") e σαῦρος (saurus que significa "lagarto"). O descritor específico para a espécie-tipo Alectrosaurus olseni, é uma referencia a George Olsen que encontrara os primeiros ossos do espécime 10 anos antes.[2]

Desde então, mais material foi referido ao Alectrosaurus. Possíveis achados de dois espécimes adicionais na Formação Bayan Shireh foram relatados e descritos pelo paleontólogo mongol Altangerel Perle em 1977. O espécime IGM 100/50 consiste em uma maxila parcial, escapulocoracoide e ungueal manual, e o espécime IGM 100/51 consiste em crânio fragmentado com maxilares inferiores e outros elementos, ílio incompleto e metatarsos do pé direito. Esses fósseis foram encontrados na Mongólia Exterior.[3][4]

Descrição[editar | editar código-fonte]

A descrição do Alectrosaurus é baseado no fóssil holótipo AMNH 6554, consistindo de um membro posterior direito quase completo, faltando apenas os elementos tarsais distais; partes dos metatarsos esquerdos e um pé distal fragmentário de um púbis, contudo é desconhecido que púbis representa.[2][4] Com base nestes dados, foi possível considerar que o Alectrosaurus era um tiranossauróide de tamanho médio, medindo entre 5 à 6 metros e pesando entre 454 à 907 quilogramas.[5][6]

Seguindo a descrição original do Alectrosaurus, ele pode ser distinguido pelos seguintes traços: tipo de tiranossauróide de membros longos e delgados; úmero longo e delgado; ungueal e falange do dedo I robustos, comprimidos lateralmente e fortemente curvados; fêmur e tíbia subiguais em comprimento; comprimento do astrágalo um quarto do comprimento combinado do astrágalo e da tíbia[2]

De acordo com Carr 2005, o Alectrosaurus pode ser distinguido com base em características únicas presentes nos membros posteriores, como o processo em forma de espiga que se estende desde a superfície caudodorsal do côndilo medial do fêmur, a presença de uma expansão abrupta em comprimento da margem anterior da superfície articular da tíbia na fíbula, fosseta do tendão adjacente ao contraforte ventrolateral do astrágalo cortando a superfície medial do contraforte, a margem dorsal da superfície proximal da falange II-2 do pé é pontiaguda, dígito do pé III reduzido, o côndilo lateral da falange do pé III-1 é significativamente mais profundo do que o côndilo medial, quando em vista distal, a falange do pé IV-2 atarracada, quando examinada em vista proximal, a metade dorsal da superfície articular para o metatarso IV no metatarso III está dilatada anteriormente, e muitos outros.[7]

Classificação[editar | editar código-fonte]

Ungual e falange de AMNH 6368 que mais tarde foram confirmados como pertencentes a um desconhecido therizinossauro e não a Alectrosaurus

Em 1933, Charles Gilmore examinou o material disponível e concluiu que AMNH 6554 e AMNH 6368 eram síntipos pertencentes ao mesmo gênero. Ele baseou isso em sua observação de que os ungueais manuais de ambos os espécimes eram morfologicamente semelhantes. Observando semelhanças com os membros posteriores do espécime AMNH 5664 Gorgosaurus sternbergi, ele classificou este novo gênero como um "Deinodonte", um termo que agora é considerado equivalente a tiranossauro.[2] Devido à sua natureza fragmentária, atualmente há muito pouca confiança em restaurar suas relações com outros tiranossauros e muitas análises cladísticas recentes o omitiram completamente. Um estudo recuperou Alectrosaurus em nada menos que oito posições igualmente parcimoniosas em um cladograma tiranossauróide.[8] Alguns paleontólogos consideraram equivocadamente Alectrosaurus olseni como uma espécie de Albertossauro.[9]

Úmero direito excluído de AMNH 6368

Originalmente pensava-se que o Alectrosaurus seria terópode de longos membros dianteiros. Isso se devia à parte do material descritivo mais precisamente seus membros dianteiros. Todavia, posteriormente foram identificados como pertencendo a um membro incerto da família Therizinosauria.[3][4]

Abaixo está um cladograma de Loewen et al. em 2013 que incluiu a maioria das espécies de tiranossauroides conhecidas no momento de sua publicação. Nele, o Alectrosaurus foi colocado em uma dicotomia com o gênero chinês Xiongguanlong.[10]

Tyrannosauroidea
Proceratosauridae

Proceratosaurus bradleyi

Kileskus aristotocus

Guanlong wucaii

Sinotyrannus kazuoensis

Juratyrant langhami

Stokesosaurus clevelandi

Dilong paradoxus

Eotyrannus lengi

Bagaraatan ostromi

Raptorex kriegsteini

Dryptosaurus aquilunguis

Alectrosaurus olseni

Xiongguanlong baimoensis

Appalachiosaurus montgomeriensis

Alioramus altai

Alioramus remotus

Tyrannosauridae

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Holtz, Thomas R. Jr. (2012) Dinosaurs: The Most Complete, Up-to-Date Encyclopedia for Dinosaur Lovers of All Ages, Winter 2011 Appendix.
  2. a b c d e Gilmore, C. W. (1933). «On the dinosaurian fauna of the Iren Dabasu Formation». Bulletin of the American Museum of Natural History. 67 (2): 23–78. hdl:2246/355 
  3. a b Perle, A. (1977). «O pervoy nakhodke Alektrozavra (Tyrannosauridae, Theropoda) iz pozdnego Mela Mongolii» [On the first discovery of Alectrosaurus (Tyrannosauridae, Theropoda) in the Late Cretaceous of Mongolia]. Shinzhlekh Ukhaany Akademi Geologiin Khureelen (em russo). 3 (3): 104–113 
  4. a b c Mader, B. J.; Bradley, R. L. (1989). «A redescription and revised diagnosis of the syntypes of the Mongolian tyrannosaur Alectrosaurus olseni». Journal of Vertebrate Paleontology. 9 (1): 41–55. doi:10.1080/02724634.1989.10011737 
  5. Holtz, T. R.; Rey, L. V. (2007). Dinosaurs: The Most Complete, Up-to-Date Encyclopedia for Dinosaur Lovers of All Ages. [S.l.]: Random House  Genus List for Holtz 2012 Weight Information
  6. Brett-Surman, M. K.; Holtz, T. R.; Farlow, J. O. (2012). The Complete Dinosaur. [S.l.]: Indiana University Press. p. 360. ISBN 978-0-2533-5701-4 
  7. Carr, T. D. (2005). Phylogeny of Tyrannosauroidea (Dinosauria: Coelurosauria) with Special Reference to North American Forms. [S.l.]: University of Toronto. p. 1170. ISBN 0-494-02932-3. OCLC 75087116 
  8. Weishampel, D. B.; Dodson, P.; Osmolska, H. (2007). The Dinosauria, Second Edition. [S.l.]: University of California Press. pp. 111–136. ISBN 978-0-520-24209-8 
  9. Dodson, P.; Britt, B.; Carpenter, K.; Forster, C. A.; Gillete, D. D.; Norell, M. A.; Olshevsky, G.; Parrish, J. M.; Weishampel, D. B. (1994). «Albertosaurus». The Age of Dinosaurs. [S.l.]: Publications International, Ltd. pp. 106–107. ISBN 0-7853-0443-6 
  10. Loewen, M.A.; Irmis, R.B.; Sertich, J.J.W.; Currie, P. J.; Sampson, S. D. (2013). Evans, David C, ed. «Tyrant Dinosaur Evolution Tracks the Rise and Fall of Late Cretaceous Oceans». PLoS ONE. 8 (11): e79420. Bibcode:2013PLoSO...879420L. PMC 3819173Acessível livremente. PMID 24223179. doi:10.1371/journal.pone.0079420Acessível livremente 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Dinossaurs, From Allosaurus to Tyrannosaurus. Texto de Gerrie McCall. copyrigt TODOLIBRO EDICIONES,S.A.. ISBN-13:978-84-9806-493-3. ISBN-10:84-9806-493-7
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